sábado, 3 de agosto de 2013

Palavra da Coruja


Reze como se tudo dependesse de Deus. Trabalhe como se tudo dependesse de você.
Santo Agostinho

Memento


Charles Aznavour:  Les deux guitares 1997

À Bicyclette: Yves Montand 

Pont du Gard e o rio: passeio inesquecível

Às vezes, quando passou por algum viaduto aqui no Rio, eu me

lembro do aqueduto sobre o Gard e penso: será que nós evoluímos 

dos Romanos para cá? Essa ponte, só para constar, é do século I 

a.D...







O Gard encantou os Romanos... e lhes foi muito útil.

Para a Hora do Chá

Soneto dos Vinte Anos
Que o tempo passe, vendo-me ficar
no lugar em que estou, sentindo a vida
nascer em mim, sempre desconhecida
de mim, que a procurei sem a encontrar.

Passem rios, estrelas, que o passar
é ficar sempre, mesmo se é esquecida
a dor de ao vento vê-los na descida
para a morte sem fim que os quer tragar.

Que eu mesmo, sendo humano, também passe
mas que não morra nunca este momento
em que eu me fiz de amor e de ventura.

Fez-me a vida talvez para que amasse
e eu a fiz, entre o sonho e o pensamento,
trazendo a aurora para a noite escura.

Lêdo Ivo

A palavra é de... Nelson Motta


O inferno de Dante e o de Dirceu, por Nelson Motta


Já leu o best-seller “Inferno”, de Dan Brown ? Não leia, não perca seu tempo com essa longa e entediante palestra sobre pintores renascentistas e igrejas de Florença e Veneza, misturada com versos do “Inferno”, de Dante Alighieri, como pano de fundo para uma gincana de um professor americano de Simbologia, e uma linda jovem com um QI fabuloso, para tentar impedir a ativação de um vírus criado por um cientista louco para matar um terço da humanidade, acreditando que assim a salvaria do inevitável extermínio provocado pela superpopulação da Terra.

O grande mistério da história é: por que o genial cientista que criou o vírus, que eles imaginam ser um 2.0 da peste negra medieval, não se contenta com a sua nobre missão de salvar a raça humana, mas faz questão de se suicidar e deixar um emaranhado de pistas, dicas e charadas em quadros, livros e estátuas para encaminhar os heróis eruditos para o local secreto onde o vírus será ativado na data fatal? Ora, para Dan Brown escrever essa baboseira e ganhar milhões de dólares.

Já leu o best-seller “Dirceu”, de Otávio Cabral ? Corra para ler, você não vai conseguir parar. Não só pelas audaciosas e hilariantes aventuras desse fabuloso personagem que beira o inverossímil e faria a alegria de qualquer ficcionista, mas pela rica narrativa de sua relação de amor e ódio com Lula, que por si só mereceria um livro, e de suas brigas e traições com Palocci, Tarso Genro, Mercadante, Marta e outros grã-petistas.

São várias as vidas de Dirceu, de líder estudantil preso pela ditadura e exilado em Cuba a comandante de focos de guerrilha aniquilados pelo Exército antes de começarem, do falso comerciante Pedro Carôço no interior do Paraná a presidente do PT que chega ao poder com Lula em 2002, de chefe da quadrilha do Mensalão a homem de negócios milionário. De herói a vilão, do céu ao inferno, são muitos os inimigos que enfrentou e as mulheres que conquistou, amou, traiu e enganou. Que filme!

Se fosse traduzido para o inglês e apresentado como um romance, “O inferno de Dirceu” seria muito melhor e faria mais sucesso que o de Dan Brown.


Nelson Motta é jornalista

Transcrito do Blog do Noblat de 2/8/2013

Os humildes, os irrevogáveis e os chatos, por Marli Gonçalves

Já não basta o ingresso no assustador mês de agosto, a alta da inflação, o governo dando rodopios, fazendo e desfazendo birutices? Agora resolveram que se mexer significa anunciar fantasias, mentir, ludibriar, atacar e se fazer de bonzinhos, de transparentes, de acessíveis. Um monte de Marias Madalenas arrependidas e constritas, almas recuperadas pelo Papa Francisco

Sabe aquelas imagens de filmes que mostram pessoas pulando brasas? Ui, ui, ui! Pois é. Assim está o governo desta nossa a cada dia mais fantástica, surreal e divertida República. Outro dia li que, de tanto recuar no que decide, o governo vai acabar é caindo no abismo. Discordo, acho que não: vai para a frente, vai para trás, e não sai do mesmo lugar, fica ali cavando um buraco, rasgando o chão, igual mula quando empaca. O pior é que a sarna está se alastrando: governadores e prefeitos também estão que nem doidos. Parece que além do gás lacrimogêneo e de pimenta estão usando spray de inseticida: barata voa!

Amigos que ainda acreditam em milagres: não venham me atacar! Só respondam: entre as medidas anunciadas naquele saquinho, quando os caras e as caras juravam que estavam ouvindo a voz das ruas, qual está em vigor? Oi? Hein? Fala mais alto que não estou ouvindo direito. Nenhuma, não é?

Nem corrupção é crime hediondo, o que também enquanto decisão é uma bobagem sem limite, nem os impostos caíram, nem os parlamentares passaram a prestar, nem reforma política, nem redução do número de ministérios, nem os custos do governo, enfim, neca de pitibiriba mudou. 

Resolveram trazer médicos estrangeiros, e estamos vendo no que esse tal programa "Mais Médicos" vai dar: se gastassem em Saúde o que gastam em pesada campanha publicitária cheia de gente sorridente e equipamentos hospitalares tinindo apresentados pelo Herson Capri, pelo menos um posto médico completo, quiçá um hospital, nasceria. Mas é mais fácil contratar globais - aliás, que vergonha! A lista inclui Regina Casé na Caixa, com a Caixa e suas bolsas, esquentando nossas orelhas e paciência, Milton Gonçalves, muitos, e ainda pagam por vozes, locuções, especialmente daquele ser, o tal Zé de Abreu. A ostensiva campanha da Friboi, acreditem, também tem forte viés político, além do privado. Aguardem, que a carne é fraca.

Outro dia, verdade seja dita, até que a presidente mandou bem ao sancionar a lei que garante apoio às vítimas de estupro, obrigando os hospitais a atender e fornecer assistência completa e a pílula do dia seguinte para as mulheres que sofreram abusos sexuais. O bando de crápulas reacionários que dizia que isso era o "caminho para a liberação do aborto", e que ainda volitam e integram as esferas do poder tiveram de engolir essa. Mas continuam aí, com a cruzada pelo obscurantismo em outros temas, e todos aliados na base do governo, vale lembrar.

O momento está muito difícil para quem tem um mínimo de raciocínio lógico e independência. Não há onde se agarrar, e a gente fica meio que solto no espaço. Todo mundo acha lindo quando detectamos e escrevemos sobre as falcatruas de uns e outros; ora atacados por ser de direita, ora por ser de esquerda, essas duas definições bem bobas, em geral vindas de quem está bem escorado, inclusive financeiramente, em algum desses muros. Não imaginam as correspondências que recebemos, nem como as nossas orelhas ardem, ou como nossos bolsos nada contêm. Nem têm ideia de como são operadas internamente as decisões, o que inclui pressões, cortes de trabalho, investigações especiais, grampinhos, etc., etc. Não tem refresco. Só pimenta.

Por essas e outras que cada vez que vejo esses verdadeiros anjos de candura se movimentando, declarando estar convencidos da justeza das reivindicações, falando em reforma política e economia, sinto terríveis câimbras. Quando vejo um indigitado como o Sergio Cabral falando que agora percebeu que não era humilde, mas que o Papa fez esse milagre, e logo depois pedindo trégua aos manifestantes pelos seus filhos pequenos - os vizinhos que explodam, não?- tenho vergonha. Aproveitando: cadê o Amarildo?

Assim, modestamente, orgulhosamente, venho a público pedir caridosamente que cessem as tentativas vãs de nos engabelar a todos com medidas revogadas horas depois, ou apenas de papel. Aproveito e peço, sem máscaras no rosto - e atirando para todos os lados - que busquemos um caminho para superar este momento. Chega de teses mirabolantes, de conspirações malfeitas, de efeitos de marketing que não levam em conta a comunicação límpida, pura e simples, como a do Papa em sua histórica passagem pelo país.




Escute. Não é o imperialismo internacional que está promovendo os movimentos para desestabilizar o país. Os jovens que estão transmitindo ao vivo as manifestações com os seus celulares são de todos os matizes, incluindo petistas, comunistas, qualquer coisa, porque - coitadinhos - pouco informados que são, acreditam que a revolução que pretendem passa por aí. São idealistas. Apenas aproveite, assistindo, como se estivesse lá onde só eles têm coragem de estar. Os bobocas, BBs, black bobocas, que cobrem os rostos com máscaras, fabricam molotovs e saem quebrando coisas são apenas bobinhos perigosos porque pensam que o jogo de videogame e a realidade são a mesma coisa; estão brincando de ser gente grande, de guerra, de guerrilha - quando chegam em casa dizem sim, senhor e devem mesmo levar umas boas palmadas.

Mas, finalmente, por favor, não façam nem permitam o que estão fazendo com a imprensa, com o jornalismo, com a minha querida profissão. Parem com essa bobagem de agredir repórteres, fazer com que os das tevês apenas sobrevoem as manifestações. Somos nós que as divulgamos e ampliamos, e que podemos fazer com que mais pessoas participem.

Somos nós, jornalistas, que estamos órfãos de quem nos defenda.


São Paulo, daqui a pouco até sem bancas de jornais, 2013


Marli Gonçalves é jornalista - Cordialidade tem limites.

E-mails:




É solidariedade demais...

Em SP, manifestantes entram em confronto com a PM em frente à Alesp

  • Uma pessoa foi detida; participantes, no começo da noite, chegaram a fechar os dois sentidos da Avenidia Paulista

Gustavo Uribe, O Globo


Cabral, Padilha e Merval, por Maria Helena RR de Sousa

Antes que pensem que enlouqueci, adianto que Merval Pereira entrou aí por ter cunhado a frase perfeita para definir a dupla que cito no título:  “Por insuficiência de conteúdo”, na análise que fez do Governo Dilma, “Não sobrou nada”

É do que sofrem esses senhores e os planos que engendram com um só pensamento ocupando suas mentes: como permanecer na Política, essa Viúva de colo macio e generoso?

Padilha é médico, mas, segundo seu currículo publicado no site do Ministério da Saúde, desde os 18 anos dedica-se à Política e ao PT. 

Cabral, desde adolescente, quando se dedicou à campanha do pai para vereador do Rio de Janeiro, segue a carreira política que, com certeza, lhe deu muitas alegrias tanto que agora se dedica à eleição para vereador de seu filho mais velho. Será a terceira geração dos Cabral na Política da cidade e do Estado do Rio.

Diante disso, meu espanto: com tantos anos de estrada na política brasileira, por que esses senhores não conseguem realizar algo para o bem comum?

Não posso dizer que eles não tiveram sucesso em seus objetivos. Ministro da Saúde e Governador - reeleito - do Estado do Rio de Janeiro, o que se imaginava é que tivessem alcançado esses píncaros por terem contribuído para o bem do Brasil em suas áreas de atuação.

Sucede que seus objetivos não visavam o bem comum.

Na Saúde, tirando as excelentes campanhas de vacinação, o que foi feito nos últimos anos?  O Mais Médicos é uma afronta à nossa inteligência. O ministro Padilha teve a oportunidade de explicar seu programa aqui no Blog do Noblat  e não respondeu uma pergunta sequer das que lhe foram enviadas pelos leitores. Falava, sim, mas não dizia nada.

Já o presidente da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva, segundo leio na Folha, diz: "É uma espécie de escravidão. O médico está preso ao local para onde foi contratado e não pode sair dali, não tem seu título reconhecido, é como alguém que vai para um país e lhe retiram o passaporte e ele não pode sair dali".  E disse mais: as condições do programa "assustaram os candidatos" e "cabem em uma mão" os interessados em ir para o Brasil. 
Do Rio, ah!... Não dá para falar sem chorar. Tudo que foi feito pelo Homem está em estado de decadência. E o que foi feito por Deus, sei não, no ritmo de crescimento desordenado e mal cuidado que temos...





Como consertar tudo isso? 

A Saúde, talvez reprogramando, com conteúdo, o Mais Médicos.

Aqui, só a Imprensa resolve. É preciso relatar tudo de errado, do caso Amarildo, o pedreiro que a Polícia fez desaparecer, aos malfeitos da Cedae,  das viagens do Juquinha às obras superfaturadas.

E que ninguém ouse tirar o Cabral na marra. Vamos esperar as eleições.

Até porque, trocar por quem?

Publicado originalmente no Blog do Noblat de 2/8/2013

As palavras, seus significados, ou a falta deles – uma questão de poder, por Marisa Gandelman

O significado das palavras não é fixo no tempo e no espaço. O processo através do qual, ao longo do tempo, o senso comum vai  atribuindo diferentes significados aos termos é complexo e sua dinâmica é intensa e contínua. Trata-se de um   processo social e como tal pode ser entendido como uma construção em andamento, uma obra em progresso.

Recentemente, por inúmeras razões que não podem ser reduzidas aqui a uma lista exaustiva, algumas palavras vem ganhando importância no vocabulário cotidiano. Esses termos, de tanto que são usados, acabam se separando de seus significados, que ainda que não sejam únicos e fixos são essenciais para que deles sejam produzidos os conceitos que precisamos para explicar a realidade. 

Uma palavra que serve de exemplo para mostrar o esvaziamento resultante da separação da palavra e o significado que o senso comum atribui a ela é  "transparência". Hoje lemos e ouvimos essa palavra varias vezes por dia e parece que a imprensa a utiliza exaustivamente com a finalidade de reduzir a alguma coisa que tem um valor intrínseco, de forma que a pessoa ou organização que não a possui se sente envergonhada. É como ser feio, ou defeituoso, ou fora de moda.






Assim, reduziu-se o sistema de gestão coletiva de direitos autorais de execução pública de música a uma única questão vital: ser ou não ser transparente. Possui, ou não, esse atributo? Não possui? Será então punido, ficando sob a supervisão de um órgão do Poder Executivo, que nada sabe a respeito da complexa atividade de gestão coletiva de direitos de execução pública, que não esclarece, nem define ou dialoga a respeito do significado do termo transparência, muito menos questiona a compreensão do termo pelo órgão responsável pela supervisão, sua aplicação, gestão coletiva de direitos autorais e à atividade do órgão de supervisão.

Uma palavra vazia de significado, utilizada à exaustão em um discurso também  vazio de significado, se transforma em dogma que ninguém explica, mas justifica a adoção de um plano, traduzido em forma de lei imposta de cima para baixo, que pretende forçar a estrutura e a máquina existente e em funcionamento através de um Escritório Central – Ecad – que tem o monopólio da atividade estabelecido por Lei, a se comportar de uma certa maneira que a nova lei determina ser transparente e eficiente. 

No entanto, ninguém sabe, ninguém explica por que passaria a ser transparente e eficiente e por que o sistema existente e em funcionamento não o é e por isso tem de ser punido.

Eis que a Senhora Transparência vai ao encontro da colega Competição com o seu dogma ultra-liberal da concorrência e juntas decidem submeter os criadores e demais titulares de direitos autorais de música aos seus poderes e desejos. É isso mesmo que os interessados (titulares de direitos autorais de música) querem? Discurso vazio, ou conversa fiada de quem não conhece o assunto. 

No regime associativo, a associação é a polis, o local aonde se faz a política, se define o justo e o verdadeiro e se produz significado para os termos. Os autores se reuniram há cerca de 150 anos, como consequência do humanismo revolucionário que dominou o século dezenove e promoveu a construção de significados que deram a certos termos o conteúdo necessário para a elaboração dos conceitos que norteiam as sociedades de autores que operam no mundo inteiro a gestão coletiva de direitos autorais.

Nesses quase dois séculos desenvolveu-se inteligência, conhecimento e capacidade de organizar, catalogar, armazenar, recuperar, administrar, etc., os dados que as sociedades de autores produzem, a respeito das obras e titulares que representam, sem os quais não é possível monitorar e controlar a utilização das obras musicais.

As sociedades de gestão coletiva pertencem aos autores e demais titulares de direitos autorais, portanto devem ser supervisionadas por eles. Os titulares devem se organizar na forma dos estatutos de suas sociedades para formarem um corpo de supervisão, eleito de tempos em tempos, que define, aponta e contrata o corpo operacional que cuida da operação propriamente dita, presta contas ao corpo de supervisão, mas não tem voto. Os titulares de direitos autorais podem até mesmo fazer a revolução dentro de suas associações alterando seus estatutos para que reflitam o entendimento dos que supervisionam a organização à qual pertencem.

Assim se faz no mundo inteiro, sempre buscando formas de oferecer uma gestão de melhor qualidade por custos menores, isto é, mais eficiente e também mais transparente, por estar mais perto do titular, do dono do negócio, desde que ele esteja disposto a dar sua efetiva participação ao corpo de supervisão.

Essa possibilidade jamais foi debatida aqui. Não há espaço para o diálogo e nem para o desenvolvimento de conhecimento e melhorias para todos. Há apenas um pouco mais do mesmo. 

O Senado Federal, com aprovação da Câmara dos Deputados, enviou para a sanção presidencial um Projeto de Lei que não tem qualquer indício de que vai entregar aquilo que critica faltar no atual sistema que precisa ser punido porque alega-se não possuir os atributos essenciais, especialmente a tão famosa "transparência". 

Dizemos um pouco mais do mesmo porque não passa de disputa de poder combinada com a disponibilidade de alguns artistas famosos de participarem do jogo político do governo brasileiro que carece de significado e conteúdo, que se alimenta de si mesmo, vive para sua própria sobrevivência, não sabe o que é o espírito público.

As consequências imediatas da votação em tempo recorde do PLS, sem debate, sem diálogo, portanto, sem transparência, parecem óbvias. O poder se transfere das mãos dos que hoje dirigem as associações que integram o ECAD para as mãos dos que estiveram ao lado dos políticos que não sabem o significado do termo diálogo no regime democrático, artistas que, por sua vez, transferiram  antecipadamente para o Poder Executivo, através do Ministério da Cultura, os poderes conquistados nesse processo de votação em tempo recorde.

Transferência de poder e autoridade também vazia de conteúdo, uma vez que não dominam, ou nem sequer conhecem, um pouco da complexidade da gestão coletiva, tanto é que proíbem a licença em branco consagrada no mundo inteiro e determinam o uso de novos tipos de licenças mais custosas e complexas, caminhando na contra mão da tendência mundial. 

Sociedades de autores, com o apoio de seus associados se dedicam ao desenvolvimento de ferramentas para diminuir os custos de transação e promover economia de escala. O caminho adotado pelo PLS promove a mudança do controle da estrutura para as mãos do Poder Executivo, porém não propõe inovação alguma em benefício dos criadores. Ao contrário, propõe mudanças que tornam a operação mais custosa, restringem os direitos dos titulares e propõe critérios de licença que certamente resultarão excludentes e restritivos pois provocarão a diminuição do universo de titulares que poderá se beneficiar da arrecadação e distribuição em conjunto de direitos de execução pública de música.


Marisa Gandelman, doutora em relações internacionais, é diretora-executiva da União Brasileira dos Compositores (UBC). 

Olá! Bom Dia!


Stacey Kent: Que reste t il de nos amours

Eles nos tratam como idiotas, por Ricardo Noblat

Depois eles não sabem por que são alvo de tanta fúria e desprezo. Ou então fingem não saber. Para reabilitar a política, como quer o Papa, só elegendo gente decente.

Por razões mais do que óbvias, a oposição ao governador Sérgio Cabral e ao prefeito Eduardo Paes na Câmara Municipal do Rio propôs a criação da CPI do Ônibus.

Uma vez obtidas as assinaturas necessárias, passou-se à fase seguinte do processo: a da indicação dos nomes dos cinco componentes da CPI.

Eliomar Coelho, do PSOL, garantiu sua vaga por ter sido o autor da proposta. Os outros quatro nomes foram escalados pelo Professor Uoston (PMDB), líder do governo.

Os quatro: o próprio Uoston, Chiquinho Brazão e Jorginho da SOS, todos os PMDB. E Renato Moura, do PTC. Por serem contra, nenhum deles assinou o requerimento de criação da CPI.

Você acredita que a CPI dará em algo que preste?




No mês passado, 22 dias depois de ter arquivado uma investigação sobre empresas de ônibus do Rio, o Tribunal de Contas do Município recuou da decisão.

Seus sete conselheiros, por unanimidade, concordaram em promover uma devassa nas 43 empresas que atuam no Rio. As mais poderosas delas doam dinheiro a candidatos.

Você acredita que a devassa dará em algo que preste?

Ou melhor: você acredita que haverá devassa?


Transcrito do Blog do Noblat de 2/8/2013