sexta-feira, 5 de julho de 2013

Palavra da Coruja


A felicidade não é nada mais que ótima saúde e péssima memória. 
Albert Schweitzer

Fim de Tarde


Guess Who: B.B.King

Para a Hora do Chá

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata; 
Pernambucano a quem repugna 
A faca do pernambucano; 
Poeta ruim que na arte da prosa 
Envelheceu na infância da arte, 
E até mesmo escrevendo crônicas 
Ficou cronista de província; 
Arquiteto falhado, músico Falhado 
(engoliu um dia Um piano, mas o teclado Ficou de fora);
sem família, Religião ou filosofia; 
Mal tendo a inquietação de espírito 
Que vem do sobrenatural, 
E em matéria de profissão 
Um tísico profissional.

Manuel Bandeira

Faz um bem...


     Chorinho pra você, de Severino Araújo. 
Com a Roda de Choro.
De repente deu uma vontade de ouvir um chorinho...

A palavra é de... Sergio Vaz

Más Notícias Do País De Dilma


Nunca, ao longo de 106 semanas, houve tanta má notícia no Brasil como nesta última. Esta compilação aqui das notícias e análises que comprovam a incompetência do lulo-petismo como um todo e do governo de Dilma Rousseff em especial, a 106ª, é a maior de todas que já publiquei.

Segundo o Word, são 47 páginas.

Durante três semanas do mês passado, milhões de pessoas foram às ruas para protestar. Foram protestos difusos, sem uma causa específica – mas, entre outros pontos, protestou-se basicamente contra a forma com o País vem sendo administrado. Pedia-se mais atenção aos transportes coletivos, à saúde, à educação; protestava-se contra os gastos excessivos com os estádios de futebol, contra a corrupção.

Como resposta a tanta indignação, o governo: a) encenou uma fala de dez minutos da presidente em rede nacional de rádio e TV; b) montou uma reunião da presidente com governadores e prefeitos em que só ela falou; c) promoveu uma reunião da presidente com seu ministério; três dos 39 ministros não apareceram; no meio da reunião, a presidente fez um discurso como se estivesse em palanque eleitoral; e d) apresentou proposta de uma Constituinte exclusiva sobre reforma política, voltou atrás e apresentou proposta de um plebiscito dedicado ao tema.

Como marketing, foi uma beleza. Em vez de discutir transportes, saúde, educação, gastos excessivos com coisas supérfluas, corrupção, o País discutiu reforma política.

Nos sete dias entre a sexta-feira, 28 de junho, e a quinta, 4 de julho, as manchetes de O Estado de S. Paulo e O Globo trataram de reforma política em cinco deles. (Os dois únicos dias em que o assunto não foi manchete foram o sábado, dia em que se noticiou a primeira prisão de um deputado federal desde 1974, e a quinta-feira, em que o tema principal foi o golpe no Egito.)

Cortina de fumaça é isso aí. Se o governo tivesse a competência do seu marqueteiro, estaríamos no melhor dos mundos.

***

Mas a verdade é que as manchetes não chegaram a esconder os problemas. O próprio golpe do plebiscito ajudou a deixar ainda mais clara, nítida, evidente, cristalina, a incompetência do governo Dilma Rousseff. Em editorial, o Estadão concordou com a descrição de que “o governo está feito uma barata tonta”.

“A presidente Dilma Rousseff simplesmente não está à altura da situação que tem o dever de enfrentar”, sintetizou J. R. Guzzo na Veja. “Não sabe o que fazer, o que acha que sabe está errado, e, seja lá o que resolva, ou diga que está resolvendo. não vai ser obedecida na hora da execução. O momento exige a grandeza, a inteligência e os valores pessoais de um estadista. Dilma não tem essas qualidades.”

          Dora Kramer, no Estadão, fez outra síntese perfeita: “Pelas propostas até agora apresentadas ficou claro que o governo só tinha uma agenda: navegar na onda da popularidade da dupla Dilma/Lula com o único objetivo de vencer eleições por apreço ao poder pelo poder.”

          Sobre uma das encenações marqueteiras da semana, Dora Kramer também foi direto ao ponto: “A presidente da República registra uma queda de popularidade abrupta e tão profunda como nunca antes se viu neste País e sua reação é convocar uma reunião ministerial. ‘Para mostrar que o Brasil não está parado.’ Espetáculo síntese da estrutura mastodôntica de ineficiência inequívoca, de irrelevância administrativa.”

Em reportagem que mostra que o governo tem 984.330 servidores nos 39 ministérios, ao custo anual de R$ 611 bilhões (!),Chico de Gois e Juliana Castro, em O Globo, fizeram definição exata: “É como se um paquiderme tentasse voar ou correr e seu peso o impedisse de avançar. Assim é o governo federal e sua gigantesca máquina administrativa.” 


Leia a íntegra em 50 Anos de Texto

King Kong


King Kong, 1933
Final da versão original do filme sobre o gorila gigantesco que acabou por comover o mundo com o amor que tinha pela mocinha...

Arca do Tesouro

Como ser uma santa criatura!


O casamento de Jennifer se aproximava rapidamente. Nada diminuía sua alegria – nem o divórcio complicado de seus pais.

Sua mãe encontrara o vestido perfeito para usar e seria a mais bem vestida mãe de noiva jamais vista!




Uma semana depois, Jennifer soube, horrorizada, que a nova e jovem mulher de seu pai tinha comprado o mesmo vestido de sua mãe.

Jennifer lhe pediu para trocá-lo, mas ela se recusou. “De modo algum, eu fico linda nesse vestido e vou usá-lo”, foi a resposta da moça.

Jennifer contou para a mãe que ouviu a notícia muito tranquila: ”Não se incomode, filha, eu compro outro vestido. Afinal, é o seu dia”.

Alguns dias depois as duas saíram para as compras e a mãe comprou outro lindo vestido.

Quando pararam para almoçar a moça perguntou: “Mãe, você não vai trocar aquele vestido? Você não tem mesmo outra ocasião para usá-lo”.

A mãe sorriu e respondeu: “Claro que tenho, querida... Vou usá-lo no jantar do ensaio na noite anterior à cerimônia”.

Agora pergunto: há alguma mulher lendo isto aqui que não tenha adorado essa história?

Nós mulheres somos anjos. Mas quando alguém quebra nossas asas... simplesmente continuamos a voar numa vassoura...


Enviado por Elza Ramirez  para a Navetta* de 30/09/2011

Dora Kramer

A solidão na crise

Um político que não milita no Executivo nem faz parte da roda de conselheiros, mas é muito próximo de Dilma Rousseff, teve dois sugestivos diálogos na semana passada. Um com ela, no Palácio do Planalto, outro com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

A intenção dele era ajudá-la a encontrar uma saída, mas tudo o que conseguiu foi concluir que a presidente tem consciência de que está numa encruzilhada da qual não sabe como sair e que se sente abandonada pelo PT e pelos partidos da base aliada.

"Ninguém me defende, fugiram todos", disse ela ao interlocutor. A maior parte do tempo, no entanto, ouviu calada.

O amigo lhe disse: "Você nunca quis 39 ministérios, não pediu para o Brasil sediar a Copa, de verdade não queria a parceria com o PMDB. Isso tudo é herança do Lula".

Silêncio. "Essa não é você", ponderou o amigo, aconselhando-a a reagir segundo as próprias convicções. Da Copa não é possível voltar atrás, "mas você pode reduzir o número de ministérios e deixar de lado a aliança com o PMDB", insistiu.

Silêncio. Rompido apenas para externar o desagrado por pagar a conta sozinha: "Estou apanhando de todos os lados e nem tudo é responsabilidade minha". Não falou mal de Lula, não criticou esse ou aquele aliado, não deu sinal de que tenha a mais pálida ideia do que fazer.

O interlocutor da presidente saiu dali e foi procurar o presidente do Senado para lembrar-lhe alguns fatos e cobrar lealdade. "O governo foi forçado a apoiar sua volta à presidência, não faltou ao Sarney quando ele quase foi afastado na crise dos atos secretos (em 2009), por que agora essa atitude agressiva sua e do PMDB?"

Frio como um peixe, Calheiros respondeu: "Porque ela tentou jogar a crise no colo do Congresso". Segundo consta, nada mais disse nem lhe foi perguntado.

A conversa aconteceu dias depois de o presidente do Senado ter requisitado avião da FAB para ir ao casamento da filha do líder do governo Eduardo Braga, em Trancoso (BA), enquanto o País gritava de Norte a Sul que está farto dos espertos.


Leia a íntegra em O Estado de S.Paulo, de 05/07/2013

Everardo Maciel

O Estado ainda não entendeu as ruas

A força das recentes manifestações de rua, no Brasil, causou surpresa geral, aqui e no Exterior. Prevaleceu a máxima do poeta grego Ágaton (447 AC – 401 AC): “é muito provável que o improvável aconteça”.

Ainda é cedo para se aquilatar real dimensão e consequências dessas manifestações. Arrisco-me a fazer alguns comentários.

O desdobramento, em âmbito nacional, do movimento em favor do passe livre, nos transportes públicos de São Paulo, revelou a existência de um grande mal-estar na sociedade brasileira, em decorrência de inúmeras causas, como a volta de inflação, a ineficácia dos serviços públicos e o aumento significativo da corrupção.

A inflação e a má qualidade dos serviços públicos decorrem de clamorosos erros na condução da coisa pública. Já o aumento da corrupção tem suas raízes na completa degradação da atividade política e dos valores que informam a vida na sociedade.

Impressiona muito o recurso a conhecidas e ineficazes providências para enfrentar a inflação (desoneração pontual de tributos, manipulação de tarifas aduaneiras, administração de preços públicos, ameaças ridículas aos empresários, etc.). Esse filme, como se sabe, tem desfecho trágico. Inexiste qualquer preocupação com o equilíbrio fiscal, exceto as engenharias contábeis que desrespeitam a inteligência alheia. O estímulo ao consumo se faz de forma irresponsável.

A política expansionista de gasto público não produziu nenhuma melhoria dos serviços públicos. Alguém está satisfeito com a infraestrutura rodoviária? Ou com os portos e aeroportos? Ou com o atendimento no SUS? Ou com a educação pública de péssima qualidade? Ou com os serviços de telefonia e de internet? É evidente que sobra Estado e falta governo.

Os eventos da Copa do Mundo justificaram o afastamento dos procedimentos licitatórios, o esbanjamento de dinheiro em um país carente, a completa submissão do interesse nacional à grosseira colonialista e mercantilista de uma FIFA, reconhecidamente, pouco virtuosa.

A intenção original era explorar politicamente esses eventos. Esqueceram, todavia, dos preços dos ingressos. O povo ficou de lado de fora das arenas. Assim, os que se jactavam de promover a inclusão social produziram a mais espetaculosa exclusão.

A atividade política, por sua vez, converteu-se em mero meio de vida, salvo raras e honrosas exceções. A criação de partidos políticos constitui, quase sempre, uma forma de apropriação dos recursos públicos advindos do Fundo Partidário. Da mesma forma, sindicatos, “movimentos sociais” e organizações estudantis são financiados, de forma direta ou indireta, com recursos do contribuinte. Estamos criando uma nova modalidade de patrimonialismo.

A degradação dos valores pode ser sintetizada em uma frase emblemática: “é um mero caixa dois”. Tudo é justificável, desde que sirva à perpetuação dos donos do poder ou à satisfação dos interesses pessoais.
Qual a reação do Estado a esse quadro de mal-estar inespecífico? O Poder Executivo acenou com um plebiscito sobre a reforma política e alguns “pactos” sobre algumas políticas públicas. O Legislativo apressou-se em aprovar algumas medidas com alguma visibilidade, no intuito de responder ao clamor popular.

A proposta do plebiscito, desconsiderada a presumível manobra diversionista, vai se disputar, com favoritismo, o torneio de más ideias.

É óbvio que existem sérios problemas no modelo político brasileiro. A escolha do sistema eleitoral ou da forma de financiamento das campanhas, contudo, não é uma tarefa trivial. Jamais poderia ser objeto de plebiscito.

Antes de fazer uma reforma abrangente, caberia adotar medidas pontuais, como cláusula de barreira para os partidos, limitação dos gastos de campanha e eliminação de coligações em eleições proporcionais.

Pactos presumem conflitos. Que conflito existe em relação à saúde, educação ou transportes públicos?
Pactos de quem com quem? Pura embromação de quem não fez o dever de casa. Enfim, trabalhar é muito dificultoso, como diria Guimarães Rosa.


Everardo Maciel é ex-secretário da Receita Federal
Transcrito do Blog do Noblat de 4/7/2013

Do jovem poeta Annibal Augusto Gama


                              O Muro 

                                   Caiu o muro de Berlim,
                                   mas há outro muro,
                                   duro muro,
                                   que nunca tem fim. 

                                   Entre ti e mim
                                   o muro do não,
                                   muro duro
                                   erguido do chão. 

                                   Este muro,
                                   pedra sobre pedra,
                                   cada dia o erguemos
                                   e medra
                                   no infinito futuro. 

                                   Muro de papel
                                   e fel,
                                   de raiva, desprezo,
                                   desamor,
                                   fome e impudor.
                                   Com ele construímos
                                   a Babel
                                   da língua paralítica. 

                                   Este muro sim
                                   cerca minha casa
                                   e quebra a asa
                                   do pássaro;
                                   este muro avaro,
                                   que me vara e não varo,
                                   este, ai de ti, ai de mim,
                                   é o muro vero
                                   que não rui aqui
                                   nem em Berlim.
                                   As paredes caem,
                                   cai um muro no Cairo
                                   cai em Roma, na Babilônia,
                                   mas este, verdadeiro,
                                   vai durar para sempre
                                   entre homem e homem,
                                   nem se consome,
                                   e inteiro te come
                                   com a mesma fome
                                   que me come. 

                                   E nem vês este muro,
                                   este sim, duro muro,
                                   que projetamos
                                   cada noite, cada dia,
                                   pedreiros e engenheiros
                                   prisioneiros
                                   de nossa própria
                                   inópia.


                                   Annibal Augusto Gama

Olá! Bom Dia!

                                               
                                                                 Whispering 
                           com Jo Stafford e os Pied Pipers

Olá! Bom Dia!


By The Time I Get To Phoenix, 
na voz de seu autor, Glen Campbell

Para o Rio, que tem brio

                                                     
                                  Mais eis que chega a Roda Viva
                                                           (aqui com Chico Buarque e MPB4)