sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Palavra da Coruja


Bons amigos, bons livros e uma consciência sonolenta, essa é a vida ideal.
Mark Twain

Memento.


Flashmob Flash Mob - Ode an die Freude ( Ode to Joy ) Beethoven Symphony nº 9
Em Sabadell, Espanha

Para quem gosta de Cinema


Metropolis, de Fritz Lang (1927) 

Para a Hora do Chá


Recordação

E tu esperas, aguardas a única coisa 
que aumentaria infinitamente a tua vida; 
o poderoso, o extraordinário, 
o despertar das pedras, 
os abismos com que te deparas. 

Nas estantes brilham 
os volumes em castanho e ouro; 
e tu pensas em países viajados, 
em quadros, nas vestes 
de mulheres encontradas e já perdidas. 

E então de súbito sabes: era isso. 
Ergues-te e diante de ti estão 
angústia e forma e oração 
de certo ano que passou.             

Rainer Maria Rilke

Tradução de Maria João Costa Pereira

A palavra é de... Sergio Vaz

Más notícias do país de Dilma (110)

É um governo de faz de conta, de foguetório, de mágicas.

          É um governo do faz de conta, de fogos de artifício, de muito gogó, discurso, promessa e pouca ou quase nenhuma ação efetiva. Anuncia programas aos borbotões, sem qualquer planejamento. Anuncia projetos como um mágico tirando coelhos da cartola. É só ilusão, fumaça, espuma – não tem nada a ver com a prática, a realidade.

          É um governo barata tonta. Na manhã de quarta-feira, 31 de julho, publicou portaria que reduzia de 18 para 16 anos a idade para início do tratamento de mudança de sexo. À noite, voltou atrás: a decisão da manhã foi suspensa por tempo indeterminado.

          Um governo que desfaz à noite o que fez pela manhã não é sério.

          É como escreveu Merval Pereira em O Globo:

“Com a desistência do governo de levar adiante a proposta de aumentar em dois anos o curso de Medicina para que os alunos fizessem um estágio obrigatório como médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), vai por terra a última das grandes idéias palacianas lançadas a toque de caixa para supostamente dar resposta aos anseios das ruas.

          “Daquele dia em que a presidente Dilma apresentou em cadeia nacional de rádio e TV suas propostas de ‘pactos’ com a sociedade até hoje, nenhuma delas teve condições de sobreviver ao intenso tiroteio crítico a que foram submetidas. Por insuficiência de conteúdo.”

          Também na quarta-feira, os magos do Planalto tiraram mais um coelho da cartola: os gastos de Estados e municípios em projetos de transporte urbano não serão contabilizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

          Mágica. Truque. E as contas públicas estouram cada vez mais. É um governo que não tem qualquer tipo de preocupação com responsabilidade fiscal.

          “A economia brasileira apresenta hoje fragilidades preocupantes”, escreveu Celso Ming no Estadão. “Não consegue crescer mais do que 2% ao ano; enfrenta uma inflação anual renitente próxima dos 6%; vai aprofundando o rombo nas contas externas; apresenta uma política fiscal confusa e pouco previsível; e continua gerando custos que tiram competitividade da indústria.”

          Os truques, as mágicas não colam – porque são só isso mesmo, truques, mágicas. Como o conto da luz mais barata, por exemplo.

Diz o Estadão em editorial: “O governo está enrolado financeiramente em mais uma operação mal planejada, mal executada e concebida para objetivos errados - subsidiar a conta de luz para maquiar os custos e a inflação. Como falta dinheiro em fundos setoriais para pagar as indenizações devidas a empresas de eletricidade, o Tesouro tem de entrar em cena para pagar R$ 6,7 bilhões em quatro anos, segundo estimativa divulgada ontem (29/7) pelo Estado. Com apenas uma iniciativa, anunciada em setembro do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, o Executivo federal cometeu três erros: distorceu custos, disfarçou a inflação, empurrando para a frente um problema de enorme importância econômica, e sobrecarregou mais uma vez as finanças do setor público.”

          É duro.

          Aí vai a 110ª compilação de notícias e análises que comprovam a incompetência do lulo-petismo como um todo e do governo Dilma Rousseff em especial. Foram publicadas entre os dias 26 de julho e 1º de agosto.

Leia a íntegra no blog 50 Anos de Textos

Era vidro e se quebrou, por Dora Kramer

O Estado de S.Paulo

Comete um ledo engano a presidente Dilma Rousseff se achar que a promessa de liberação até novembro de R$ 6 bilhões em emendas parlamentares ao Orçamento vai fazer seus ditos aliados no Congresso se reconciliarem com o Palácio do Planalto.
Deputados e senadores gostam de emendas, é verdade. Eles têm direito assegurado pela Constituição a elas e em boa medida dependem das verbas que destinam às suas bases eleitorais para sobreviver na política.
Mas, é pelo instinto de sobrevivência mesmo que suas excelências gostam muito mais de andar na companhia de presidentes populares, com alto índice de aceitação, e o principal: que lhes deem importância, não os tratem com indiferença e arrogância.
O governo pode até achar que o Legislativo é mero anexo do Executivo e que os parlamentares são vendidos, mas têm a prerrogativa de não partilhar dessa avaliação e de reagir quando tratados sem cerimônia como mercadorias.
Os problemas da presidente com o Congresso não se restringem à liberação de recursos do Orçamento e, portanto, não se resolvem com a habitual manobra das emendas. Em algum grau pode até servir para aplacar temporariamente o ímpeto da Câmara de tornar obrigatórios (Orçamento impositivo) os pagamentos, mas na essência não vai alterar a situação.
Uma relação que nunca foi boa, nesses dois anos e meio veio ficando pior em decorrência de uma visão torta do papel do Parlamento - que também se deixou subjugar -, das maneiras da presidente e equipe.
A convivência ficou péssima quando Dilma desabou nas pesquisas e se deteriorou de vez devido à tentativa da presidente de dar uma resposta às manifestações de junho jogando o problema no colo do Congresso, com as propostas de constituinte exclusiva e do plebiscito para fazer uma reforma política às pressas a tempo de valer para 2014.
Na época em que tudo eram flores nas pesquisas, o Planalto se impunha por causa da popularidade. A insatisfação, porém, estava ali, presente, e o passivo de descontentamento, crescente. Com a queda, os partidos que integram a aliança governista perderam o medo e agora estão dispostos a mostrar à presidente que a banda não toca como na cadência do tranco e do barranco.
O Legislativo, com suas condutas desviantes, deu uma grande contribuição para se desqualificar, mas o Executivo alimentou essa desqualificação. E faz agora de novo esse gesto ao reforçar a ideia de que o Parlamento se move exclusivamente ao ritmo da barganha.
Se isso seria possível lá atrás, hoje está bem mais difícil. A pauta na reabertura dos trabalhos é pesada: derrubada de vetos presidenciais, Orçamento impositivo, medida provisória do polêmico programa Mais Médicos, destinação dos royalties do petróleo para saúde e educação e mais uma série de projetos que criam despesas, aprovados como reação aos protestos de junho.
A animosidade está no ar, como se vê pela reação dos líderes do PMDB à decisão sobre as emendas. O da Câmara, Eduardo Cunha, foi ambíguo comprometendo-se a manter a "governabilidade mínima". Ou seja, lei do menor esforço. O do Senado, Eunício Oliveira, foi explícito: "A relação conosco se esgarçou". Quer dizer, era vidro e se quebrou.
Levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) publicado pelo jornal Valor Econômico mostra que em 2011 o governo teve apoio na base aliada em 90% das votações. Em 2013, o índice caiu para 72%. Média até alta diante do clima de ressentimento, mantida pelo peso do PT: 92% de fidelidade. Já no PMDB, desceu de 90% para 56% no mesmo período.
No cotidiano do Congresso, o caminho é sem volta. O que não significa que a aliança não possa se recompor para a eleição de 2014, mas tudo vai depender da recuperação da popularidade.
Transcrito de O Estado de S. Paulo de 1/8/2013

O Reno

Na capa da fanpage ponho fotos de rios e, quando posso, conto um pouquinho de sua história. Aqui no blog não tem Foto da Capa. Mas são fotos tão bonitas de lugares tão lindos... 




O Reno corta Basel (Basileia) cidade suiça que fica exatamente na fronteira daquele país com a França e a Alemanha - ela tem subúrbios nesses dois países! Parece que saiu de um conto de fadas...



No cantão de Grisons, onde nasce o Reno, na Suiça



                              Colônia, Alemanha, com sua inconfundível catedral

Família de Amarildo diz acreditar que pedreiro já está morto

Marco Antonio Martins e Fabio Brisolla, Folha de S. Paulo

Magro, pouco mais de 1,70 m de altura, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43, é conhecido na favela da Rocinha, zona sul do Rio, como o único a carregar dois sacos de cimento nas costas.

"Boi", como é chamado pelos amigos, não fica em casa. Está sempre construindo um muro, uma laje ou carregando uma geladeira. Para transportar 25 sacos de areia, ganha R$ 80.

Todo esse sacrifício para sustentar a mulher, Elizabeth, 48, e seis filhos, com idades entre 6 e 21 anos, moradores de uma casa com um cômodo apenas e banheiro em um dos becos da rua 2.

Na região, não fosse pela precariedade da infraestrutura, pode se dizer que há uma área comercial com boteco, casa de material de construção, bazar e o supermercado do Carlão.

Era lá, nesta área onde tem um recuo em que os moradores jogam lixo ou descarregam materiais como areia, cimento e tijolo, que Amarildo de Souza passava os seus dias à espera de um biscate.

"Essa aqui era a área dele. Era magro, mas era um monstro de tão forte", contou o comerciante Tiago Santos, 31, que conhecia o pedreiro desde criança.


Leia a íntegra na Folha de S. Paulo

Sem rumo, por Everardo Maciel

O Papa Francisco, na recente Jornada Mundial da Juventude, conseguiu, com generalizado reconhecimento, entender os mal-estares da sociedade contemporânea e oferecer, senão um remédio, ao menos um horizonte de esperanças, fundado nos esquecidos valores da simplicidade, tolerância e solidariedade.

Contrasta com essa atitude, a reação das autoridades brasileiras às manifestações de rua, marcadas por soberba, improvisação e incompetência, com destaque para o grotesco plebiscito para reforma política e o insubsistente programa “Mais Médicos”. Ao mesmo tempo em que são liberados R$ 8 bilhões de emendas pouco virtuosas para “acalmar” os congressistas, as Forças Armadas são obrigadas a cortar um dia de trabalho por semana para economizar alimentação.

A política econômica naufraga e junto com ela fica cada vez mais evidente a ausência, dentre outras, de políticas públicas que consigam lidar com o acelerado fenômeno da urbanização das últimas décadas.

Continuamos prisioneiros de uma agenda que conferia prioridade à reforma agrária e não cuidamos de enfrentar os problemas de transporte público, saneamento, segurança, educação e saúde, típicos dos aglomerados urbanos.

Os programas de assentamento rural, como concebidos, se tornaram completamente obsoletos pelas mudanças que a tecnologia, as novas formas de gestão e a globalização impuseram à realidade dos campos. Não se conhece um assentamento sequer que possa ser apresentado como paradigma. Ao contrário, eles, em sua maioria, são verdadeiras favelas rurais, sem futuro e sem dignidade social.

Há muito tempo, em boa parte das grandes cidades do mundo, transporte público é questão razoavelmente bem equacionada. No Brasil, somente nos anos 1970 é que demos início à construção e à operação das primeiras linhas de metrô. Desde então, a implantação desses sistemas segue um ritmo impressionantemente lento.

Nos últimos anos, optamos por estimular, com crédito e incentivos fiscais, a aquisição de automóveis, gerando uma frota notoriamente incompatível com a estrutura viária urbana.

Sequestros (relâmpagos ou não), tráfico de drogas e armas, vandalismo (pichações, invasões de imóveis públicos e particulares, quebra-quebras) e todos os tipos de assalto converteram-se em rotina. Alguém se sente, realmente, seguro aqui?

A falência da segurança pública não decorre da fragilidade da lei penal, mas de uma combinação complexa de impunidade, sistema prisional ultrajante e formador de marginais, polícia despreparada para enfrentar a marginalidade ou as manifestações de rua, e, sobretudo, desatenção com as desigualdades sociais.

A chamada pacificação das favelas no Rio de Janeiro eliminou a ostensiva presença de marginais armados a comandar comunidades. Isso, entretanto, é muito pouco. O tráfico continua o mesmo, conquanto mais discreto, e os bandidos permanecem à solta.

Segundo o General De Gaulle, citado por André Malraux (“Quando os robles se abatem”), Napoleão julgava que tinha vencido a batalha de Borodino, porque os russos tinham abandonado o terreno. Quando constatou, entretanto, que suas tropas não haviam feito nenhum prisioneiro, percebeu que travara uma falsa batalha e obtivera uma falsa vitória.

Os programas de saneamento jamais fizeram a alegria dos governantes, pois supostamente são invisíveis aos olhos dos eleitores. Esse desinteresse explica doenças que decorrem tão somente da falta de higiene e desastres naturais que se repetem lamentavelmente todos os anos.

Ainda que seja indispensável assegurar o acesso à escola, esse esforço terá sido inútil se inexistir ensino de qualidade. Mais que alocação de novos recursos, a educação precisa de uma revolução, abrangendo gestão, qualificação de professores e uma nova grade curricular.

Não está na hora de repensar-se o sistema brasileiro de saúde pública? Tal como é hoje não satisfaz nem à população, nem aos próprios agentes de saúde.

O País está sem rumo. É indispensável construir um projeto nacional das cidades, liderado pela União, no contexto de um novo federalismo fiscal. Já o combate à corrupção e ao desperdício de recursos públicos, como se costumava dizer, são outros quinhentos. Se as autoridades governamentais permanecerem inertes, as ruas continuarão a gritar.


Everardo Maciel é ex-secretário da Receita Federal. 

Transcrito do Blog do Noblat de 1/8/2013

‘La politica è troppo sporcata’, por Roberto Macedo

Estadão

Ao visitar o Brasil, o papa Francisco falou sobre diversos temas. Dado o estado desalentador da política no País, interessei-me particularmente por suas palavras sobre o assunto. Foram polidas, à sua maneira e para não ser descortês com autoridades locais, algumas delas presentes no eventos, mas distantes dos objetivos e caminhos que ele pregava.

Mas Francisco não deixou de dar os seus recados sobre o tema, como no sábado, no Teatro Municipal do Rio, onde estavam alguns políticos. Lia um texto, mas improvisou para acrescentar: “O futuro exige hoje reabilitar a política, uma das formas mais altas de caridade. O sentido ético é um desafio sem precedentes”. E após a apresentação na Via-Crúcis no dia anterior, afirmou: “Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas”. Também atacou a corrupção na política, como ao visitar a comunidade de Varginha, na quinta-feira, quando pediu aos jovens que não se desiludissem “com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício”. É o figurino de muitos políticos brasileiros.

Sobre a política encontrei na internet uma recente fala papal mais explícita nas suas críticas, que também alcançaram os cristãos. Está em www.youtube.com/watch?v=-F5MwyYWKvQ. Foi em Roma, para uma plateia principalmente de jovens, no início do mês passado. Na ocasião deixou de lado um discurso de cinco páginas, que chamou de “aborrecidas”, segundo a tradução que consta nas legendas do vídeo. E logo se dispôs a responder a questões da audiência.

Um participante, de grupo ligado a escolas jesuítas, pediu-lhe algumas palavras sobre “(...) como nosso compromisso, nosso trabalho hoje na Itália e no mundo, pode ser jesuítico e evangélico”. A resposta: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Temos que nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política”.

Note-se que ele enfatizou a política como a busca do bem comum, o que repetiu aqui, na comunidade de Varginha, conforme assinalei acima. E não ficou apenas na crítica da política na sua prática, e de maneira mais forte, como mostrarei mais adiante. Recomendou que os cristãos participem dela dentro dessa visão centrada no bem comum.

Voltando à fala em Roma, veio a frase que intitula este artigo, traduzida na legenda como “a política está muito suja”. E continuou: “Mas, eu pergunto, está suja por quê? Por que os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que eu faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros. Mas eu, o que faço? Isto é um dever. Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão”.

Não domino o italiano. Mas ao ouvir “sporcata” pareceu-me que o termo tinha um quê de porcaria e consultei um dicionário italiano-português. Em face do que encontrei, parece-me que a tradução da legenda usou a versão mais suave do termo original. No dicionário consta “porcata”, um substantivo significando sacanagem, patifaria, safadeza, porcaria, porcalhada, obscenidade, bandalheira, coisa mal feita, droga. Há também o adjetivo “sporco”, que significa sujo, imundo, porco, porcalhão, imoral, obsceno e outros termos na mesma linha. 

Uma tradução mais adequada ao Brasil seria imunda ou emporcalhada, ou outros termos mais contundentes, ou mesmo todos os citados. Sujo é pouco para o que se vê na política, e não só aqui, no Brasil. Sendo argentino e conhecedor da Itália, ele sabe o que falava.

Na Itália, aliás, na sexta-feira vi pela internet que foram presas aproximadamente cem pessoas em ação contra diferentes organizações da Máfia, numa operação que envolveu centenas de policiais. Entre os presos, a maioria na região da Calábria, havia um senador, Piero Aiello, membro do partido conservador do ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi, um “sporco” de destaque.

No contexto brasileiro, o que Francisco disse em Roma sobre a política reforça a crença na infalibilidade papal. Há as honrosas exceções, mas cada vez mais excepcionais. E vale também sua observação quanto à omissão dos cristãos, e que não é apenas deles. É dos cidadãos em geral.

Recentemente o País acordou dessa omissão e vieram as manifestações de junho, quando a reivindicação de menores ou nulas tarifas de ônibus levou a protestos de caráter político mais amplo, como contra a corrupção e a má gestão de recursos e serviços públicos em geral. Surpresos, políticos reagiram defensivamente, reduzindo essas tarifas e prometendo responder à voz das ruas. Mas a “porcata” também se evidenciou, como na cúpula do Congresso, com o mau exemplo de viagens dos presidentes de suas duas Casas em aviões públicos postos à disposição de interesses privados. E num jantar oferecido pelo presidente da Câmara, por conta da Casa, para companheiros de partido, a R$ 350 por cabeça.

Não sei se por causa das férias escolares, ou qual outro motivo, as manifestações de rua com conteúdo político refluíram bastante em julho, em número e densidade. Na sexta-feira em São Paulo, na Avenida Paulista, o destaque ficou para os vândalos. É preciso que sejam retomadas, e também reforçada a prevenção e a atuação contra o vandalismo. Ontem ele se repetiu em nova manifestação, mas desta vez a polícia foi mais atuante.

Sou economista e tendo a enfatizar questões econômicas, Mas os nós que prendem o Brasil ao atraso estão mais na política do que na economia. Vejo a expressão “política econômica” nesta ordem: a política em primeiro lugar, mas no Brasil ela prejudica muito a economia, pois é muito, muitíssimo “sporcata”.

Roberto Macedo é economista (UFMG, USP E HARVARD), professor associado à FAAP, Consultor Econômico e de Ensino Superior. 
Transcrito do Estadão de 1/8/2013

Olá! Bom Dia!


Marlene Dietrich - Sag mir, wo die Blumen sind