terça-feira, 16 de julho de 2013

Palavra da Coruja


Amor e ódio são os dois mais poderosos afectos da vontade humana.
António Vieira

Memento

                                         
                 Pompa e Circunstância, com o Voces Para La Paz 

Som e Imagem e Sonho





              Baby Elephant Walk interpretado pela Clarinet Madness

Para a Hora do Chá


Identidade

Matei a lua e o luar difuso. 
Quero os versos de ferro e de cimento. 
E em vez de rimas, uso 
As consonâncias que há no sofrimento. 

Universal e aberto, o meu instinto acode 
A todo o coração que se debate aflito. 
E luta como sabe e como pode: 
Dá beleza e sentido a cada grito. 

Mas como as inscrições nas penedias 
Têm maior duração, 
Gasto as horas e os dias 
A endurecer a forma da emoção.

Miguel Torga

A palavra é de...Belmiro Valverde Jobim Castor

Os hipercorretos

Ai, que preguiça ... O Ministério Público do Rio de Janeiro quer que seja anulada uma licitação para a contratação de serviços médicos visando atender os paticipantes das solenidades da Jornada Mundial da Juventude, na qual o papa Francisco estará presente. A argumentação é que o Estado brasileiro é laico e que as solenidades religiosas são patrocinadas por uma entidade não pública, pertencente à Igreja Católica; e, portanto, colocar dinheiro público nesse tipo de celebração é uma violação ao laicato estatal, bla, bla, bla.

Não é necessário oferecer ao dedicado membro do parquet estadual do Rio de Janeiro algumas sugestões de uso supostamente indevido de dinheiro publico com as quais ele deveria se preocupar antes de querer suspender o pagamento de menos de R$ 8 milhões para garantir aos milhões de fieis que irão ver o papa um mínimo de assistência médica. Sim, porque a saúde e a integridade do papa e do beautiful people que irá homenageá-lo estará bem cuidada; quem está descoberto, por enquanto, é o povão.

O argumento do Ministério Público poderia ser estendido a outras áreas: o caminhão dos Bombeiros que carrega as seleções nacionais vitoriosas deveria ser cobrado da CBF, pois a seleção brasileira de futebol não representa o ente nacional Brasil; o policiamento nas cercanias dos locais de grande afluência popular para assistir a um show de rock deveria ser cobrado, integralmente, dos patrocinadores dos artistas; o desvio do tráfego, idem ...

Enquanto o digno MP se preocupa com os R$ 8 milhões que irão ser gastos para atender os fieis e os não fieis que irão ver o papa, no Rio de Janeiro e no resto do país, outras coisas mais urgentes aguardam uma ação mais efetiva além da simples e burocrática "instauração de procedimento administrativo para apurar...".

Para ficar nas plagas cariocas, o festim dos guardanapos de Paris e os contratos anteriores que o financiaram, as viagens do amoroso cachorrinho Juquinha a Mangaratiba em helicóptero público, a corrupção miúda disseminada em todos os setores da vida pública carioca, os redutos da bandidagem intocados, onde quem cometer a imprudência ou o engano de se aproximar ou entrar corre risco iminente e real de morte, estão esperando.

Leia a íntegra em Brickmann & Associados 


Belmiro Valverde Jobim Castor é professor do Doutorado em Administração da PUC - PR.
Publicado originalmente dia 13 de julho de 2013 na Gazeta do Povo (PR), coluna Opinião


Sherlock Holmes e a Pantera Cor de Rosa se unem a Guga Noblat e...

Arca do Tesouro

Gotas de Saber Inútil? Pois Sim...




Foi criado em dezembro de 1911 pela farmácia de manipulação do doutor Oskar Troplowitz, que descobriu como unir água e óleo para hidratar a pele. O Eucerit, retirado da lanolina e combinado com óleos, água, compostos de glicerina, ácido cítrico e essências de rosas e lírios, formava o creme. "Branco como a neve", foi batizado de Nívea e era comercializado numa latinha amarela. A embalagem ganhou a cor azul com letras brancas em 1925. Depois da Segunda Guerra Mundial, a marca Nívea foi expropriada. A partir de 1952, a empresa Beiersdorf iniciou uma longa jornada pelos países para readquirir os direitos sobre a marca (não garanto que isso ainda seja um fato. Por favor, trata-se da história de como foi criado um produto muito usado e muito conhecido, não é um informe comercial, nem uma tese sobre disputas de grupos empresariais).




 A partir do seu primeiro emprego, numa loja de chapéus, a francesa Coco Chanel abriu as suas próprias lojas, tornando-se numa das mais importantes estilistas do mundo. O Chanel nº 5 é elaborado com uma mistura de 60 fragrâncias. O 5 era o seu número da sorte, tanto que Coco apresentou o produto no dia 5 de maio de 1921. Mas foi Marilyn Monroe quem tornou o perfume um sucesso. Ao ser entrevistada, perguntaram o que vestia para dormir, Marilyn respondeu: "Apenas algumas gotas de Chanel nº 5". (já isso posso testemunhar: li a entrevista quando publicada originalmente).




Sabendo que o exército do seu país importava canivetes alemães, Karl Elsener abriu a sua fábrica em 1884. Os seus primeiros canivetes Victorinox foram entregues aos soldados suíços em outubro de 1891. Colocou o brasão do país para diferenciá-los dos alemães e batizou o produto homenageando os seus pais, Victor e Victoria. Para ampliar o negócio e atrair utilizadores mais refinados, Elsener aperfeiçoou o canivete e, assim, surgiram os modelos com ferramentas: abre latas, chave de fendas, punção e saca-rolhas, serrote, alicate, abre garrafas, palito de dentes, pinça, gancho de pesca, lente de aumento e até uma pequena bússola. O produto popularizou-se depois da Segunda Guerra Mundial, com as unidades militares americanas. Hoje, a linha do canivete suiço para oficiais tem 100 diferentes combinações (também é verdade: tenho um Victorinox com uma tesourinha de unhas).



Transcrito da Navetta* de 10/3/2010

Ora Viva!

Salário de parlamentares no Brasil supera o de países de primeiro mundo, diz The Economist

A revista mostra que congressistas brasileiros têm remuneração superior a de japoneses, noruegueses, canadenses, alemães e suecos




Sessão da Câmara dos Deputados
Foto: Ailton de Freitas / O Globo

Sessão da Câmara dos Deputados Ailton de Freitas / O Globo


O salário de parlamentares brasileiros aparece como um dos mais altos em ranking divulgado nesta segunda-feira pela revista britânica "The Economist". Entre 29 países listados, os brasileiros ocupam a quinta colocação, agraciados com US$ 157,6 mil por ano, mais do que em países como Canadá (US$ 154 mil), Japão (US$ 149,7 mil), Noruega (U$S 138 mil), Alemanha (U$ 119,5 mil), Israel (US$ 114,8 mil), Reino Unido (US$ 105,4 mil), Suécia (US$ 99,3 mil), França (US$ 85,9 mil) e Espanha (US$ 43,9 mil).

Os únicos países selecionados com parlamentares que ganham mais do que os brasileiros são Austrália (US$ 201,2 mil), Nigéria (US$ 189,5 mil), Itália (US$ 182,0 mil) e Estados Unidos (US$ 174 mil). A lista, entretanto, não considera outros tipos de remuneração. Hoje, um deputado federal do Brasil, que ganha R$ 26.723,13 por mês, ainda tem direito a plano de saúde, auxílio-moradia, cota parlamentar, passagens aéreas e carro oficial.

O mesmo gráfico que mostra o valor de cada remuneração em diferentes países considera o salário em relação à renda per capita. Neste caso, o Brasil aparece na sexta colocação, com a remuneração anual do parlamentar sendo 13 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) per capita. A Nigéria lidera o ranking, com 116 vezes o valor do PIB per capita. A Noruega é a última colocada, com apenas duas vezes o valor do PIB per capita.

Os dados divulgados pela “Economist” foram coletados por um órgão que controla os gastos do parlamento britânico. Lá, há uma proposta de aumento para os parlamentares de 11,5%. Se for aprovado o projeto, o congressista britânico passará a ganhar US$ 117 mil. E ainda assim a remuneração continuará a ser menor do que no caso brasileiro.

Take me to your leader!

Em filmes antigos de ficção científica quase sempre os discos voadores pousam nas grandes cidades do Hemisfério Norte e demandam: “Leve-me a seu líder!” (“Take me to your leader!”) (*).




Se, de fato, essa fosse a primeira demanda de um alienígena, ele estaria mesmo certo em sempre escolher cidades no Hemisfério Norte como local para o primeiro contato. Faria ele bem em evitar o Hemisfério Sul. Complicaria muito o diálogo.

Para começar, embora o pedido seja simples, a resposta talvez seja difícil. Seria necessário identificar e definir quem é o líder. Localizar aquele capaz de influenciar fortemente outras pessoas sem o uso da força ou do medo. Identificar aquele que, baseado em sua atitude pessoal, competência e carisma, leva os demais a admirar, respeitar e defender ideias. Líderes estão em falta nos trópicos.

Considerando a dificuldade encontrada pelos nativos e em face da ausência de líderes, nosso alienígena, talvez simplificasse seu pedido. Compreensivo e comovido com a situação dos nativos, ele talvez solicitasse uma audiência com o presidente em exercício. Afinal, se está difícil localizar os líderes, sempre é fácil identificar o presidente.

O encontro do presidente com o alienígena, portanto, estaria assegurado. Mas os desafios não desapareceriam. A comunicação seria difícil e complicada.

O alienígena encontraria um (a) presidente que parece adotar língua estranha, aparentemente impenetrável ao entendimento alheio. É idioma parecido com o português, mas desconexo e sem ritmo. Tristemente desprovido de coerência ou sentido.

Certamente, um alienígena paciente e dedicado conseguiria superar esta dificuldade e estabelecer a (ou uma) comunicação. Descobriria, então, em vez de um líder, um interlocutor (a) desinteressado (a) em dialogar ou trocar ideias: um chefe convencido (a) de que todos os problemas podem ser resolvidos com um único golpe de pena, um emprego, e, claro, um pouco de marketing.

Apesar de constrangido com a situação da população local, mas desinteressado da boquinha que lhe foi oferecida, ou descrente que suas solicitações pudessem ser atendidas, restaria ao alienígena partir.

Voaria desesperado em direção ao Hemisfério Norte. Lá chegando, demandaria, com alguma chance de ser rapidamente atendido: “Take me to your leader!”.


(*) Expressão originou-se em 1953, na charge de Alex Graham, publicada na revista The New Yorker, que mostrava dois alienígenas pedindo a um animal: “Por gentileza, leve-me a seu presidente!” (“Kindly take us to your President!”)

Elton Simões mora no Canadá. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca


Publicado originalmente no Blog do Noblat em 15/07/2013

Do Blog de Ricardo Setti

O blog do jornalista Cláudio Humberto, Diário do Poder, publicou hoje uma bomba. Leiam abaixo.

Cláudio Humberto: Evo Morales humilhou o ministro da Defesa, Celso Amorim, ao mandar revistar seu avião à procura de um asilado. Os bolivianos usaram até cães farejadores

Humilhado, ele se calou

Morales mandou revistar avião de ministro da Defesa à caça de asilado

Assim como se queixa de ter sido “humilhado”, porque, sob suspeita de dar fuga a um procurado pelo governo dos Estados Unidos, seu avião foi impedido de sobrevoar o espaço aéreo de países europeus, o cocaleiro presidente da Bolívia, Evo Morales, impôs uma humilhação ultrajante ao nanoministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, no final de 2012, em episódio mantido em segredo pelo governo brasileiro até agora.




Amorim visitara La Paz e se preparava para decolar quando seu avião foi cercado e revistado, inclusive com cães farejadores, a mando do cocaleiro, desconfiado que o ex-chanceler do governo Lula levava um senador de oposição asilado na embaixada do Brasil.

A informação é de diplomatas e funcionários que não podem ser identificados, em razão de represálias.
A humilhação ao Brasil foi ainda maior, considerando que o ministro era transportado por um avião da FAB.

Esta semana, Morales exigiu e obteve a solidariedade dos parceiros do Mercosul, mas ele se comporta exatamente como seus supostos detratores, mantendo cerco em La Paz à versão boliviana do ex-agente americano Edward Snowden.

O senador oposicionista Roger Pinto Molina se viu obrigado a pedir asilo político à embaixada do Brasil em La Paz, onde se encontra há mais de um ano.

Ele quer deixar a Bolívia, porque teme até ser assassinado, mas Morales se recusa a conceder-lhe salvo conduto, para sair da embaixada em segurança até sair do país.

O senador Molina está há mais de um ano asilado na embaixada do Brasil em La Paz.

O governo brasileiro novamente se acovardou, diante da agressão ao ministro da Defesa, e apenas emitiu na ocasião uma “nota de protesto” que permaneceu secreta, ou seja, apenas foi lida pelo destinatário – que, claro, a ignorou.

Além do senador Moloina, há muitos bolivianos asilados, tentando se proteger da perseguição de Evo Moraes. Inclusive um candidato à presidência e também magistrados que ousaram prolatar sentenças contra o governo do cocaleiro, tiveram de se asilar para não morrerem.

Transcrito do Blog de Ricardo Setti de 14/07/2013

Olá! Bom Dia!


                 Zé da Velha e Silvério Pontes em
           Ainda me recordo, de Pixinguinha