sábado, 8 de junho de 2013

Palavra da Coruja


Quase todos os homens podem suportar a adversidade; se você quer testar o caráter de um homem, dê-lhe poder.
Abraham Lincoln

Fim de Tarde


Chet Baker em Almost Blue

Para a Hora do Chá

                                    
Intimidade

                                        Quando, sorrindo, vais passando, e toda 
Essa gente te mira cobiçosa, 
És bela - e se te não comparo a rosa, 
É que a rosa, bem vês, passou de moda... 

Anda-me as vezes a cabeça à roda, 
Atrás de ti também, flor caprichosa! 
Nem pode haver, na multidão ruidosa, 
Coisa mais linda, mais absurda e doida.

Mas é na intimidade e no segredo, 
Quando tu coras e sorris a medo,
Que me apraz ver-te e que te adoro, flor! 

E não te quero nunca tanto (ouve isto)
Como quando por ti, por mim, por Cristo, Juras
- mentindo - que me tens amor... 

Antero de Quental

10 anos sem Katharine Hepburn


Katharine Hepburn  - 12/05/1907- 29/06/2003

Oscar de Melhor Atriz:
1934 - Morning Glory  - Manhã de Glória
1968 - Guess Who's Coming to Dinner - Adivinhe quem vem para jantar
1969 - The Lion in the Winter - O Leão no Inverno
1982 - On Golden Pond - Num Lago Dourado

The African Queen


Quem não viu esse filme, deve fazer o possível para ver: Katharine Hepburn e Humphrey Bogart já seriam um motivo e tanto. Mas o roteiro, os diálogos, as cenas entre os dois, nada melhor!

Por falar em cinema, já deram um olhada em 50 Anos de Filmes, do meu amigo Sergio Vaz? Mas olhem lá, hein? Não vão chegar lá e esquecer da vida e não aparecer mais por aqui!

Arca do Tesouro

Batatas

O Kikkeland* me deu uma ótima ideia. Noutro dia comentamos aqui certas traduções, normalmente mais chocantes em legendas de filmes, mas às vezes encontramos dessas batatas, bem visíveis, fáceis de identificar, em artigos e notícias traduzidos às pressas.




Quando você encontrar uma batata dessas, conte para o blog.

Títulos de filmes também são muito cômicos, às vezes.

Escreva para o blog e conte o que você lembrar e depois trocaremos figurinhas. Nem sempre é brincadeira. Muitas vezes é defesa da língua. Não que eu seja favorável à emparedar nossa língua, longe de mim. Acho imensa graça dos portugueses chamarem o mouse de rato, mas prefiro mouse.

Mas não precisamos exagerar: maciço é uma palavra portuguesa muito simples, de uso cotidiano, comum. O infeliz que traduziu maciço por massivo fez um mal enorme. Agora, é difícil alguma coisa ser maciça. São todas massivas.

O mesmo com fábrica. Se não tomarmos cuidados, todas virarão plantas.

*******

Agora, o que raramente farei, copiar os comentários feitos à época. É porque achei alguns irresistíveis!

Apelido: Incidental
Delicada1
Essa é ótima, Delicada!!!!!!!!!!!
Mas tenho uma boazinha também.
Uma vez, traduzindo o manual de um aparelho telefônico, deparei-me com uma frase já traduzida por outra pessoa. Em português, a frase informava que no telefone celular da marca XXX, modelo YYY, o usuário podia até escolher a pia batismal.
Brincando, comentei com meu marido (e companheiro de traduções) que aquela empresa talvez estivesse fabricando celulares para padres. Era só apontar o aparelho para a criança e surgia uma pia batismal!
Explicação: o original trazia a palavra "font", que no caso era o tipo de letra (fonte), mas o tradutor (?) resolveu usar outro dos vários sentidos da palavra FONT.


Apelido: Delicada1  
Incidental
Catálogos com erros gratuitos é o fim...o cliente deve ter tido um troço!
Lembro de um manual de instalação que continha uma frase assim: "Introduza o pinto no buraco exibido".
Imagino que tenha sido um erro de digitação (certamente o original era "pin = pino") mas imagine as gargalhadas ao ler o "manuel". :-))


Apelido: Incidental
Delicada1
A área de tradução de software é, talvez, uma das que mais contribui com a plantação de batatas. Faço trabalhos nessa área e, às vezes, é preciso quase "sair no braço" com alguns clientes para evitar erros crassos em nome da "consistência". Felizmente, tenho tido sucesso em grande parte das vezes.
Uma das anedotas que corre nesse meio (e que, infelizmente, é um caso real) é a frase "Error-free catalog" ter sido traduzida com "Catálogo com erros gratuitos" em vez de "Catálogo sem erros".


Apelido: Delicada1 
A empresas de software e hardware são mestres em "batizar" batatas.
O "introduzir" citado aí abaixo é uma delas.
E como eles exigem uma tradução consistente em todo o software, costumam enviar uma lista de termos com suas respectivas traduções, e ai do tradutor que não seguir o glossário.
E os os novos técnicos de TI? Usam tudo em inglês (aprendem assim na faculdade).
No caso de tradução de artigos de revistas técnicas, mesmo quando já existe uma tradução difundida para determinados termos, eles pedem aos tradutores que substituam as traduções pelos termos originais.


Apelido: Phandora  
Em tempo, sobre defesa da língua: nos EUA, todos os filmes, inclusive os para exibição em salas de cinema, são dublados, e nunca (ou muuuuuito raramente) legendados.
Trabalho eventualmente com tradução para dublagem, e aqui no Brasil é ao contrário: só os filmes infantis para cinema e TV são dublados - ou eventualmente alguma coisa considerada muito "pipoca", como comédias pra TV.
Essa discussão (dublar ou não dublar?) é antiga no meio das políticas de protecionismo de cada país a seus cinemas como "reserva de mercado" cultural. Pessoalmente não cheguei a uma opinião definitiva. Mas o Brasil tem hoje, sem dúvida, excelentes dubladores.
O melhor atualmente, na minha opinião, é o Guilherme Briggs (que tb. é diretor de dublagem).


Apelido: Phandora
A maior "batata" de que me lembro no momento foi na tradução literal de "um brinde" por "uma torrada" ("a toast"). Mas esqueci em que filme, sinceramente.
O + interessante é que, tempos depois, num episódio da extinta série "The West Wing", o presidente dos EUA, interpretado pelo Martin Sheen, brinda com um assessor e explica a origem da expressão "a toast" ... e tem a ver mesmo com torrada! Parece que na França ou na Inglaterra, pela época do Renascimento, colocava-se mesmo uma torrada dentro da bebida, pra dar sorte ou algo assim. Tiraram a torrada, mas ficou a expressão.
Ah, lembrei outra bem comum: "Carnival", que em inglês quer dizer "parque de diversões"; volta e meia vejo traduzida como "Carnaval" mesmo.
Essa de "jogar o papel" ... em francês acontece a mesma coisa ... "jouer un rôle" ... aff ...


Apelido: Incidental
Há alguns anos, uma graaaande empresa de software recomendava que o verbo "to introduce" fosse traduzido como "introduzir", e não como "apresentar", que seria o mais correto em vários contextos.
Quando um amigo meu abriu o manual do então recentíssimo sistema operacional "XXX", leu o seguinte: "Temos o prazer de lhe INTRODUZIR o novo sistema operacional 'XXX'."
Disse-me ele, na ocasião, que ficou muito preocupado...


Apelido: imc  
Outra enorme 'batata" é a expressão completamente sem sentido "jogar um papel," com o significado de desempenhar um papel ou uma função. É uma péssima tradução de "play a role". Em inglês o verbo 'play' é usado em vários contextos. 'Play games / cards', para jogos esportivos ou cartas de baralho; "play a musical instrument', tocar um instrumento musical; 'play" também como brincar e 'play a role' é o que fazem atores no palco ou nas telas. Já ouvi muita gente bacana dizer essa bobagem, repetida até pelo Lula - só que esse não é bacana de modo algum. E, na verdade, é um assasino contumaz do nosso belo idioma.


Nome: Jorge Rodini Luiz Filho  
Eu não aguento mais a palavra revisita..qquer vendedor de loja só fala isso.


Nome: Liana Campos Olivier  
O escritor Noah Gordon escreveu três volumes sobre uma dinastia de médicos.O primeiro foi The Physician (O Médico), que saiu no Brasil pela Ed. Rocco, com o título "O Físico - A epopéia de um médico medieval". Até hoje, acho incrível que ninguém da editora tenha visto o erro de tradução! Por sinal, o livro é muito bom!


Publicado originalmente na Navetta* em 29.6.2009
* Kiekkeland é o nome de um leitor 

Sanforizados?

Tenho a impressão que os brasileiros foram submetidos a um processo de sanforização.

Só os mais velhos, como eu, sabem o que vem a ser ‘sanforizado’. Explico: era o nome dado a um processo industrial que impedia o tecido de fibra natural de encolher ou alargar depois de lavado.

Roupas sanforizadas eram mais caras, porém, em compensação, a vantagem era enorme. Pagar caro por uma camisa e vê-la diminuir de tamanho após a primeira lavagem... não era lá muito simpático.

Nós estamos assim. Nossas opiniões são sanforizadas, i.e, estratificadas, palavra mais adequada a algo abstrato. E o pior é que nem sempre somos nós que as estratificamos. Muitas vezes, são os outros.  E opinião inalterada, nunca, jamais, francamente, é ideia fixa.

Ao ler comentários que os leitores deixaram no depoimento de Dulce Pandolfi, eu me assustei. Não acredito, e não acredito mesmo, que a grande maioria acredite no que escreveu. Mas como um dia disseram que os guerrilheiros eram mentirosos, não podem, nem diante de um depoimento como o citado, que transborda emoção, que perpassa a dor e o sofrimento da vítima, admitir que sua opinião possa ter sido precipitada: nem todos os casos são iguais.

Além do detalhe que parece ter sido ignorado, mas que é a espinha dorsal do Horror: a moça estava sob a guarda do Exército, sob a guarda do Estado.  E o Estado tem a obrigação sagrada de zelar pelos que lhe são entregues. Por não levar em conta esse dado é que toleramos cadeias como as nossas. Seja qual for o crime, do mais abjeto ao mais irrelevante, sob a guarda do Estado o preso tem que ser respeitado. O Estado não pode estuprar os direitos do Homem, nunca. O Estado tem que ser melhor, mais elevado, mais honrado, mais ético, sempre.




Nas voltas que o pensamento da gente dá, chego à sabatina do novo ministro do STF, cujas respostas apreciei.

Diante da quase obrigação de ‘uma vez a Cascais, nunca mais’, quer dizer, se eu disser que gostei da resposta tal, nunca mais posso discordar... talvez fosse prudente calar. Mas como a prudência nem sempre é qualidade, às vezes é só tolice...

Gostei de saber que o ministro acha que obrigar a gestante a levar a termo uma gravidez cujo fruto não viverá é sofrimento a ser evitado; também de saber que ele é favorável a que o MP conduza uma investigação por exceção e, em certos caos, até por dever; fiquei entusiasmada ao ver que ele acha que a liberdade de expressão deve ser ampla, mas com “limites”, não é sair por aí dizendo tudo que quer sobre quem quiser.
    
O que me impressionou mal: não acredito em imunidade total à influência da vida à nossa volta. Acho mesmo impossível, a não ser que passe a viver numa redoma.

Quanto ao mensalão e a seu mais do que aguardado desfecho, lembro a mim mesma que no STF são onze as cabeças que vão confirmar se o ponto esteve ou não fora da curva. E nenhuma delas, que eu saiba, foi sanforizada.


por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Publicado originalmente no Blog do Noblat em 7/6/2013

Estação Jazz e Tal

Vocês sabem, não é, que podem navegar ouvindo a excelente Estação Jazz e Tal do Blog do Noblat?
Na coluna à direita aqui do blog, é só clicar no nome da Estação e se deleitar com 28 canais de música da melhor qualidade.
Sem música, acho difícil viver... ainda mais com as notícias nossas de cada dia...

Palavrinha

Reforma na cobertura do Engenhão terá duração de, no mínimo, mais 18 meses

Carolina Oliveira Castro, O Globo 

Cobertura do Engenhão. Prefeitura ainda não sabe quanto será gasto na reforma Foto: Genilson Araújo / Agência O Globo


Dezoito meses, ou a metade do tempo que levou para ser construído. Este é o prazo dado ontem pela prefeitura para a reabertura do Engenhão. O Estádio, fechado desde 26 de março, passará por obra de reforço estrutural de sua cobertura. Na sexta-feira, representantes da prefeitura, do Consórcio Engenhão e da Comissão Especial de Avaliação do Engenhão explicaram, em entrevista coletiva, o que vai ser feito para que o estádio possa ser reaberto. A decisão poderá afetar a programação de treinos da seleção da Itália na Copa das Confederações. A equipe teria atividades no estádio, oficialmente cedido à Fifa até o fim do torneio. A prefeitura anunciou que vai conversar com o Comitê Organizador Local da Copa de 2014 para encontrar uma solução.

Leia mais sobre esse assunto em Engenhão

*******

Obs -  E aí, Autoridades, como é que ficamos? Na mesma? Um desconforto e só isso? MH

Olá! Bom Dia!


Nó em Pingo d'Água apresenta Assanhado, de Jacob do Bandolim

Ballet Stagium apresenta "Adoniran" em Brasília

Espetáculo acontece de sexta a domingo (7 a 9), na Caixa Cultural.

Grupo também realiza workshop de expressão corporal no domingo.



Cena de espetáculo "Adoniran", da Cia. Ballet Stagium, que fica em cartaz em Brasília entre sexta e domingo (7 e 9) (Foto: Arnaldo J. Torres/Divulgação)


A companhia de dança Ballet Stagium apresenta entre sexta e domingo (7 e 9), em Brasília, um espetáculo em homenagem ao cantor, poeta e compositor paulista Adoniran Barbosa. O show pode ser visto no teatro da Caixa Cultura, na sexta, às 20h; no sábado, às 17h e às 20h; e no domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

A Cia. Ballet Stagium é considerada como o primeiro grupo de dança do país a utilizar composições da MPB como trilha de espetáculos. Os bailarinos já fizeram coreografias com base em músicas de artistas como Pixinguinha, Geraldo Vandré, Cartola e Ary Barroso.

O espetáculo “Adoniran” tem como cenário o centro da cidade de São Paulo. A companhia explorou a miscelânea de culturas, característica da capital paulista, como forma de tradução da obra do autor de “Saudosa maloca”, “Tiro ao Álvaro”, “Iracema”, “Trem das onze”, “As mariposas”, “Samba italiano” e “Samba do Arnesto”.


Adoniran Barbosa (Foto: Divulgação)


Os números de dança misturam a cultura italiana do bairro da Bela Vista, popularmente conhecido como Bixiga, com cultura do Brasil e as influências africanas. Adoniran Barbosa, cujo nome real era João Rubinato, era descendente de italianos e frequentador assíduo da noite paulistana.

O espetáculo tem concepção, roteiro e coreografia de Décio Otero e direção teatral de Marika Gidali. A base do espetáculo, mantém sempre todo o elenco renovado em cena, como se fossem espectadores das ações dos solistas, dos duos e dos trios em ação.

No domingo, a companhia oferece também uma oficina gratuita de dança para bailarinos, a partir das 10h.


Espetáculo de dança “Adoniran”, com Cia. Ballet Stagium
Datas: de sexta a domingo (7 a 9)
Horários: sexta-feira às 20h; sábado, às 17h e às 20h; domingo, às 19h
Local: Caixa Cultural Brasília
Endereço: SBS Quadra 4, Lotes 3/4
Informações: (61) 3206-9448 / 3206-9449
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Meia-entrada: estudantes, professores, funcionários e clientes Caixa, pessoas acima de 60 anos e doadores de agasalhos