domingo, 28 de julho de 2013

Palavra da Coruja


(...) bote fé e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; bote esperança e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; bote amor e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. Bote fé, bote esperança, bote amor!
Papa Francisco

Memento




Fim de Tarde


De Michel Legrand, An Oscar for Oscar:  Oscar Peterson & Claude Bolling - 

Para a Hora do Chá


Tão bom aqui

Me escondo no porão

para melhor aproveitar o dia
e seu plantel de cigarras.
Entrei aqui para rezar,
agradecer a Deus este conforto gigante.
Meu corpo velho descansa regalado,
tenho sono e posso dormir,
Tendo comido e bebido sem pagar.
O dia lá fora é quente,
a água na bilha é fresca,
acredito que sugestionamos elétrons.
Eu só quero saber do microcosmo,
O de tanta realidade que nem há.
Na partícula visível de poeira
Em onda invisível dança a luz.
Ao cheiro de café minhas narinas vibram,
Alguém vai me chamar.
Responderei amorosa,
Refeita de sono bom.
Fora que alguém me ama,
Eu nada sei de mim.

Adélia Prado

'Bergoglio é outro modelo de Igreja', por Marco Politi

Vaticanista diz que Papa mandou mensagens claras de que não será um monarca absoluto

Deborah Berlinck, O Globo

Autor de vários livros sobre o Vaticano, o mais recente “Joseph Ratizinger, a crise de um Papado” , o jornalista Marco Politi, um dos vaticanistas mais respeitados de Roma, contesta quem diz que o Papa Francisco tem apenas um estilo diferente dos outros. Para ele, o argentino vai marcar o fim de uma era de Papas monárquico-imperialistas. Vozes críticas surgiram entre os laicos, e o Papa vai enfrentar fortes resistências no Vaticano com o tempo, prevê. “Não querem reconhecer a virada”, diz Politi.

Quatro meses depois de eleito, em que este Papa é diferente?

Ele tem um aspecto comunicativo, carismático. É um homem que consegue transmitir aos crentes e não crentes a importância da fé, não como dogma ou doutrina, mas sim como modo de vida e valores caracterizados pela misericórdia, ternura, humanidade. É um Papa político. Na composição do conselho de oito cardeais (que vai propor uma reforma da Cúria Romana) ele escolheu todas as correntes da Igreja: tem progressista como Oscar Andrés Maradiaga (cardeal-arcebispo de Honduras), mas também o cardeal conservador George Pell, da Australia, e um centrista ligado à Ratzinger, como o cardeal Reinhard Marx (da Alemanha). O Papa poderá sempre justificar decisões dizendo: foram tomadas por todos.

Leia a íntegra no Jornal O Globo

Dilma não pode ser melhor que seu governo, por Rolf Kuntz

O Estado de S.Paulo

Nenhum governante, diz o bom senso, pode ter desempenho melhor que o de seu governo. No caso do Brasil, trata-se de uma administração fracassada, com dois anos e meio de estagnação econômica, inflação alta, contas públicas em mau estado, contas externas em deterioração e resultados gerais muito inferiores aos de outros latino-americanos. Além disso, as possibilidades de melhora até o fim do mandato parecem muito escassas. Mas o senso comum dos brasileiros tem algumas peculiaridades notáveis. Parte substancial dos cidadãos considera a presidente Dilma Rousseff melhor que seu pífio governo. Enquanto só 31% avaliam o governo como ótimo ou bom, 45% aprovam o desempenho da presidente. Os dados são da última pesquisa CNI-Ibope e confirmam, de modo geral, as tendências indicadas em sondagens recentes.

Quanto à avaliação da presidente, é importante ressaltar o detalhe: a pergunta é sobre sua maneira de governar. Não se trata de sua pessoa. O entrevistado poderia considerá-la honesta, esforçada, gentilíssima, simpática e movida pelas melhores intenções, mas frustrada em seu empenho por divindades invejosas. O Olimpo é um ninho de maldades. Mas a história é outra, e aí está o dado intrigante. O modo de agir da chefe de governo é avaliado mais favoravelmente que a ação do próprio governo, embora ela seja responsável pela escolha dos ministros e, como todos sabem, centralizadora, mandona e habituada a distribuir broncas e a maltratar seus subordinados.

Essa notável dicotomia entre o presidente e a administração federal pode parecer misteriosa, mas é um velho componente da política nacional. Para milhões de brasileiros, houve sempre uma distância imensa entre a figura de Getúlio e as práticas de seus subordinados. O presidente João Figueiredo sempre foi mais popular que seu governo, embora seu período tenha sido marcado por uma recessão pavorosa, com muito desemprego, empobrecimento e fome. Nessa fase, muitas famílias só conseguiram consumir alguma proteína de origem animal, de vez em quando, porque supermercados passaram a vender separadamente asas de frango. Mas o presidente nunca foi tão mal avaliado quanto qualquer de seus ministros.

Leia a íntegra no Estadão
Rolf Kuntz é jornalista

Arca do Tesouro

Escultura: O Rapto de Proserpina (1621/1622) detalhe

Gian Lorenzo Bernini, reconhecido como o maior escultor do barroco italiano, nasceu em Nápoles, no dia 7 de dezembro de 1598 e faleceu em Roma, em 28 de novembro de 1680. Foi arquiteto, escultor, pintor, e é o maior nome da arte italiana do século XVII, o que, como sabemos, não é pouca coisa...

Como arquiteto, basta lembrar que são dele a Colunata de São Pedro, no Vaticano, e as fontes da Praça Navona, em Roma. Como pintor e desenhista, fez excelentes retratos de papas e santos, além dos desenhos e estudos para suas inacreditáveis obras arquitetônicas, algumas das quais veremos durante esta semana.

Mas é como escultor, sobretudo, que ele é reverenciado.

Muito religioso, trabalhou de acordo com as conclusões do Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, que afirmavam ser função da arte religiosa ensinar e inspirar os fiéis, bem como servir de propaganda da doutrina da Igreja Católica Romana, defendendo que a arte religiosa devia ser inteligível e realista e, acima de tudo, servir como estimulo emocional à religiosidade.

Bernini tentou sempre conformar sua arte a esses princípios.

Contava com o patrocínio de papas e cardeais, mas isso não o impediu de desafiar as tradições artísticas de seu tempo. Seus projetos arquitetônicos e esculturais revelam uma mente inovadora e criativa, no uso de temas e formas, além de um talento extraordinário.

O mármore parecia massinha de brincar em suas mãos...

“ O Rapto de Proserpina”, em mármore branco, é uma belíssima estátua, de mais de 2 metros e meio de altura. O detalhe que mostramos hoje é um pequeno exemplo do que esse grande artista conseguia fazer com o cinzel.

Acervo da Galleria Borghese, Roma.

por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Da seção Obra-Prima do Dia do Blog do Noblat de 24 de

Agosto bem a gosto, por Ruy Fabiano

Agosto, historicamente, é mês de tensões na política brasileira. A reabertura dos trabalhos legislativos, após o recesso de julho, traz, ainda que provisoriamente, a voz das bases ao discurso parlamentar. Este ano, nem mesmo chegou a haver recesso.

O clamor das ruas, que entrou em cena a partir de junho, não chegou a silenciar e a tensão precedeu – e seguramente sucederá - o recesso. Espera-se, por isso mesmo, um segundo semestre ainda mais movimentado que o primeiro.

O pacote de reformas políticas com que a presidente Dilma, meio de improviso, pretendeu dar alguma resposta às manifestações, não deverá pacificá-las. Até porque o público em nenhum momento pediu reformas políticas.

Pediu, isso sim – e continua pedindo -, reforma dos políticos, o que não parece estar no horizonte da maioria deles.

Prova disso é que, em meio aos protestos, que pediam, em síntese, fim da corrupção e melhor uso dos impostos, alguns personagens de proa, como o presidente da Câmara, Henrique Alves, o do Senado, Renan Calheiros, e o governador do Rio, Sérgio Cabral, foram flagrados abusando das prerrogativas do cargo.




Os três usaram aeronaves do Estado para fins particulares e se mostraram espantados com a indignação que provocaram. “A lei nos autoriza”, foi mais ou menos o que cada qual disse, sem a preocupação de avaliar o que Montesquieu há quase três séculos denominava de “espírito das leis”.

O público pode não ser – e não é – erudito, mas percebe o essencial. Sabe que o problema não é propriamente a falta de leis, mas de cumprimento das que há. É claro que a legislação política – sobretudo o sistema eleitoral e partidário – precisa melhorar.

O sistema distrital é mais representativo e reduz os gastos de campanha. As coligações nas eleições proporcionais permitem que candidatos com poucos votos peguem carona no excedente da votação de colegas, o que produz parlamentares biônicos. Etc.

Mas nenhuma mudança logrará seu objetivo se houver má fé. Tudo é burlável. E é justamente na má fé de muitos políticos que o povo aposta, quando vê com ceticismo as mudanças propostas.

Se a Constituinte é tão boa, por que só foi lembrada agora, uma década após o reinado do PT? E por que somente agora, com a manifestação das ruas, lembraram de consultar o povo por meio de plebiscito? E afinal para quê o plebiscito?

Para saber a modalidade de sistema distrital a ser adotado? O alemão, o francês, um à brasileira, nenhum deles? O povo percebe a embromação, o improviso, até porque é o que lhe resta diante de um Estado caro, desonesto e inoperante.

Desconfia quando vê o governo empenhado em mudar as regras do jogo às vésperas da campanha eleitoral. Por que não mudou antes? Não é coincidência que o queira fazer quando seus candidatos perdem competitividade.

A sucessão presidencial deve ocupar boa parte da pauta deste resto de ano, que começou com o PT seguro de que reelegeria Dilma Rousseff ainda no primeiro turno. Hoje, não sabe sequer se ela será candidata. Boa parte do partido prefere que não seja. Torce pela volta de Lula, que finge que não quer.

O PSDB não sabe se conseguirá catalisar a revolta das ruas. É previsível que não; seu discurso parece tão antigo quanto o do PT. Há os candidatos alternativos Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede de Sustentabilidade), empenhados em emular o novo, mas que até agora faturam com o silêncio. Quem fala pouco erra menos, é o que sugerem.

Correndo por fora, há ainda José Serra, cujas chances de entrar na disputa dependem de mudança de partido.

Fala-se que poderá deixar o PSDB e filiar-se ao PPS. Ou mesmo, a manter-se a debilidade da candidatura de Aécio Neves, disputar sua terceira eleição como tucano. Lula perdeu três antes de eleger-se pela primeira vez; François Mitterrand, na França, só se elegeu na quinta. Serra pergunta-se: “Por que não eu?” Só o eleitor poderá responder.

Em política, tudo é possível, menos, como disse Abraham Lincoln, enganar a todos todo o tempo, lição elementar e antiga, embora ainda estranha a grande parte dos políticos brasileiros. Coroando o semestre, temos a economia em baixa e a segunda parte do Mensalão. Agosto nuca esteve tão a gosto.

Ruy Fabiano é jornalista

Transcrito do Blog do Noblat de 27 de julho de 2013

Palavrinha

Viu a foto que acompanha o artigo de Ariel Palácios, não viu? Pois foi o mesmo que aconteceu em Varginha, quando lhe deram o cachecol do San Lorenzo Almagro. Passo a torcer pelo time do Papa, na Argentina, bem entendido. Aqui, sou Botafogo!

Mas fui visitar o site oficial do San Lorenzo Almagro. E trouxe para você:

En Enero de 1907 un grupo de pibes liderados por Federico Monti y Antonio Scaramusso jugaban a un nuevo juego denominado fútbol, en la intersección de las calles México y Treinta y Tres. Ahí nacieron Los Forzosos de Almagro como se autodenominaban con un lema que decía "Hay que romperse todo para vencernos".

La llegada al Barrio del Padre Salesiano Lorenzo Bartolomé Martín Massa fue determinante la hora de la fundación de San Lorenzo de Almagro, su visión social para sacar a los pibes de los peligros de la calle, fue fundamental para que aquellos chicos del lugar creyeran en ese noble cura joven que les abría su corazón y las puertas del Oratorio San Antonio para que mostraran su fútbol, a partir de la fundación del Club que pasó a llamarse a partir del 1º de Abril de 1908, San Lorenzo de Almagro.





Quer saber mais sobre o time do Papa? Leia em San Lorenzo Almagro

De San Lorenzo a São Pedro: Papa Francisco, o fervoroso “cuervo” que chegou ao Vaticano, por Ariel Palácios

Eles não dão importância ao título de “o primeiro papa argentino”. Sequer o consideram “o primeiro papa das Américas”. Muito menos especulam chamá-lo de “o primeiro papa jesuíta”. Para um setor dos fanáticos do futebol da Argentina Jorge Bergoglio é “o primeiro torcedor do San Lorenzo que chegou ao Vaticano”. Dono da carteira de sócio número 88235N-0 desde o ano 2008, Jorge Bergoglio – atual papa Francisco – é torcedor desse time desde que era criança, quando morava no bairro de Flores.




                                                         Na Praça São Pedro, no Vaticano

Em diversas ocasiões, desde março, o novo papa fez referências ao futebol em público, recebendo com exultante alegria na Praça de São Pedro uma camiseta de seu time. Em maio, na mesma praça rodeada pela colunata de Bernini, ironizou os torcedores do Boca Juniors, recordando a vitória do San Lorenzo sobre o time em meados do mês, fazendo um gesto: com uma mão exibia três dedos, enquanto que a outra mostrava um círculo com o dedão e o índice. Três a zero.

No dia 14 de agosto o futebolístico papa Francisco será homenageado com um jogo entre as seleções da Argentina e da Itália. Na ocasião o sumo pontífice receberá os jogadores dos dois times, que se hospedarão no mesmo hotel e irão ao estádio no mesmo ônibus.

Ainda não está confirmada a presença do papa neste evento esportivo. No entanto, as especulações em Roma e em Buenos Aires indicam que o sumo pontífice não perderia a chance de assistir pessoalmente o embate que promete ser jogado em extremo cavalheirismo.

"Corvo" - O papa é um “cuervo”, isto é, “corvo” em espanhol, apelido dos torcedores do San Lorenzo. Essa denominação foi aplicada por integrantes das torcidas de clubes rivais há quase um século, como ironia às batinas pretas do padre Lorenzo Massa (fundador do clube) e dos outros clérigos que assistiam os jogos do time.

Leia a íntegra mo Blog de Ariel Palácios