terça-feira, 28 de maio de 2013

Palavra da Coruja


A instrução sem valores morais, por mais que seja útil, parece tornar o homem apenas um diabo mais esperto.
C.S.Lewis

Para a Hora do Chá


Canção para reinventar um tempo antigo

   Faz–de-conta que o tempo é uma varanda
voltado para um pátio circular:
faz-de-conta que em canto de ciranda
regressamos ao cais de regressar.

Faz-de-conta, nas águas do destino,
um aquário de luas nos espera:
faz-de-conta que um canto repentino
traz de volta uma antiga primavera.

Faz-de-conta que esta contradança
nas varandas do nosso coração
reacende os sóis de antigamente:

Faz-de-conta que os rios da lembrança
reacendem a flama da canção
neste pátio-passado – tão presente.


Maria de Lourdes Hortas
(in Dança das Horas, 1995)

Fim de Tarde


Tony Bennett!

A cor do baton deve ser krasnaia

Lauro Jardim - Radar OnLine

Maquiagem no plenário

Vanessa Grazziotin faz o que pode no Plenário do Senado. Hoje mesmo, a fiel comunista perdeu longos minutos retocando minuciosamente a maquiagem, impassível, enquanto Álvaro Dias discursava sobre as confusões registradas no pagamento do Bolsa Família.




Vanessa não conseguiu dar atenção, estava hipnotizada com o espelho.

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(Lembram dela durante a campanha para prefeitura de Manaus, no fim do ano passado? É aquela que perdeu para o Arthur Virgílio!
Lembraram agora? MH).

Arca do Tesouro

Uma lembrança inesquecível

Quando John e Jackie Kennedy foram a Paris, em junho de 1961, eu morava em Genebra. Não tive dúvida, comprei uma passagem de trem, claro que fui no vagão mais barato, o das couchettes. Não foi a primeira vez que viajei num desses que, confesso, achava chatos e desconfortáveis.

Hoje, como a viagem leva 3 horas e pouco, vai todo mundo sentado, o que é uma maravilha!

Eram seis, como direi, rede não é o caso porque eram de lona grossa e bem esticadas, sei lá como chamar em português, eram seis couchettes por vagão, três de cada lado. Ninguém tirava a roupa, deitava-se com a roupa que embarcou e no dia seguinte, se possível, era uma corrida para lavar o rosto, escovar os dentes, pentear os cabelos e pronto: que Paris te recebesse assim mesmo!

Acho que Paris merece um cuidado maior, mas como tudo depende do bolso...

O bolso da Jacqueline Kennedy permitiu que ela estivesse muito elegante todos os dias que por lá passou. Há muitas fotos e vídeos para comprovar o que digo.

Na minha arca do tesouro ficou o dia em que ele desfilou em carro aberto ao lado de De Gaulle pelos Champs Elysées para colocar flores no túmulo do soldado desconhecido: lá estava eu, na calçada mais próxima possível e, como é do meu feitio, me emocionei e chorei.




Os parisienses não gostam muito dos americanos, como é sabido. Até os chamavam de les amerlots. Mas o casal foi outra história: um arrebatamento! Mais ela que ele, é verdade.

Onde iam, era uma multidão querendo saudá-los. E ele não se fez de rogado. Na abertura da conferência que o levou a Paris, ele saudou os presentes e disse que achava adequado se apresentar:

I am the man who accompanied Jacqueline Kennedy to Paris, and I have enjoyed it.




Não sou jornalista, nem repórter e muito menos fotógrafa. As fotos pesquei na Internet. Mas o sentimento guardado na arca do tesouro é todo meu.

Ordem da Bicicleta

São muito poucos os detentores da Ordem da Bicicleta. Reconheço cinco e assim mesmo, é contagem a ser verificada.

E um único caso da Ordem ter sido sumariamente revogada antes mesmo de ser entregue. O futuro comendador perdeu por descumprir dois atributos essenciais a um membro da Ordem. Coisas da vida.

A Ordem da Bicicleta, criada por Celso de Campos Junior, o biógrafo de Adoniran, tem como comenda as bicicletas feitas pelo cantor/compositor/artesão/artista com tudo que porventura sua mulher, a doce Mathilde, houvesse decidido jogar fora. 



Comenda cujo agraciado prefere se manter no anonimato. Acha que pode atrair um amigo do alheio...

Ricardo Noblat: Uma mentira engole a outra, que engole a outra

O que foi que na semana passada a ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, atribuiu à central de notícias da oposição?

O que Dilma, por sua vez, chamou de “desumano e criminoso”?

Lula, de ação praticada por “gente do mal”?

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, de “manobra orquestrada”?

E Ruy Falcão, presidente nacional do PT, de “terrorismo eleitoral”?

No sábado 18, e no dia seguinte em 13 estados, um milhão de clientes do programa Bolsa Família invadiu agências lotéricas para sacar suas mesadas fora do dia marcado. Boatos davam conta de que o programa seria extinto ou suspenso. Ou que Dilma autorizara o pagamento de um bônus.

Houve quebra-quebra. A polícia foi acionada.




A ministra Maria do Rosário corrigiu-se poucas horas depois de ter pendurado na conta da oposição as consequências dos boatos. Qualificou de “singela” sua própria opinião - não mais do que "singela". E garantiu com a inocência que Deus lhe deu: “Não quero politizar”.

Ora, ora, ora...

Quem por meio de uma “manobra orquestrada” poderia fazer “terrorismo eleitoral”?  Aliados do governo? Claro que não.

Uma vez politizado o episódio, politizado está. Só que aos poucos ameaça se voltar contra o governo. Na melhor das hipóteses teria sido um caso de má gestão polvilhado com mentiras.

Entre as tardes do sábado e do domingo, quando pessoas em desespero se empurraram e depredaram agências lotéricas na caça ao tesouro do Bolsa Família, dois gerentes regionais da Caixa Econômica sugeriram que um erro do sistema de pagamento seria o responsável pela liberação do dinheiro em desacordo com o calendário do programa. Um deles, Hélio Duranti, do Maranhão, foi preciso.

“Os boatos surgiram após um atraso no pagamento do benefício ocorrido em todo o país. A situação foi normalizada, mas muita gente procurou os caixas eletrônicos ao mesmo tempo e o dinheiro acabou”, disse ele. “Quem não encontrou ficou revoltado e quebrou os caixas”.

A ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, preferiu observar: “Não existe qualquer motivação para que a gente pudesse gerar esse tipo de intranquilidade para a população”.

Será?

A direção da Caixa Econômica atravessou a semana negando que tivesse mexido no calendário de pagamento. Até que na última sexta-feira, a Folha de S. Paulo encontrou em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, a dona de casa Diana dos Santos, 34 anos. Na sexta anterior ela fora a um caixa eletrônico sacar os R$ 32,00 do Bolsa Família referentes a abril. Ao inserir seu cartão, sacou os R$ 32,00 de abril e os R$ 32,00 de maio.

“Recebo o Bolsa Família há anos e nunca pagaram antecipadamente”, comentou Diana. “Acho que outras pessoas receberam também, avisaram aos conhecidos e virou essa confusão”.

A Caixa inventou então outra história depois que se desmanchou no ar a história que ela vinha contando. Soltou uma nota dizendo:

- A Caixa Econômica esclarece que vem realizando, desde março, diversas melhorias no Cadastro de Informações Sociais. Em consequência desse procedimento, na sexta-feira (17), primeiro dia do calendário de pagamentos de benefícios do Bolsa Família do mês de maio, o banco disponibilizou o saque independentemente do calendário individual.

O pagamento é feito levando-se em conta o último número do cartão magnético de cada bolsista. A Caixa liberou o dinheiro para pagar de vez a todo mundo, mas não avisou a ninguém. De resto, não explicou como uma operação dessa natureza pode melhorar seu Cadastro de Informações Sociais.

É razoável desconfiar que a Caixa mentiu outra vez.

Para mudar o sistema de pagamento do Bolsa Família permitindo saques em  outras datas, o Conselho Deliberativo da Caixa teria de ser obrigatoriamente consultado - e não foi, segundo me contou um dos seus membros. Ou informado - e também não foi.

A Caixa esconde que houve uma falha no sistema, o que tornou possíveis os pagamentos fora de hora.

No dia em que a Folha pegou a mentira da Caixa, uma fonte da Polícia Federal, mediante a garantia prévia de anonimato, revelou ao O Globo em Brasília que fora localizada  no Rio de Janeiro a central de telemarketing responsável pela difusão dos boatos.

Não disse o nome da central. Nem do seu proprietário. Não disse quem a contratou. Nem como a central teve acesso aos números de telefones de inscritos no Bolsa Família.

Sem acesso aos números de telefones como a central poderia disseminar boatos?

Enquanto a Polícia Federal não revelar o nome da empresa e não apresentar o criminoso que encomendou o serviço, sobreviverá a suspeita de que ela mente para livrar a cara da Caixa Econômica.


Transcrito do Blog do Noblat (27/05/2013)

Palavrinha

Adeus Caxirola

O gol contra da dupla Carlinhos Brown e Dilma: a caxirola não vai entrar em campo

Do Blog do Augusto Nunes

Um bem-vindo surto de sensatez induziu o governo, a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 a banir a caxirola dos estádios incluídos no circuito da Copa das Confederações. A decisão, divulgada nesta segunda-feira, foi apressada pelos incidentes que marcaram a estréia da maluquice no jogo entre Vitória e Bahia na Fonte Nova (veja reportagem republicada na seção Vale Reprise). E prenuncia o sepultamento definitivo da bisonha invenção de Carlinhos Brown.

Dilma Rousseff e Marta Suplicy vão ter de arranjar outro brinquedo. O inventor de araque vai ter de arranjar outro truque para ganhar dinheiro sem fazer força. Sem a caxirola, o Brasil não ficou melhor. Mas pelo menos não piorou. Já é alguma coisa.

Transcrito da VEJA OnLine

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(A irritante caxirola teve o fim que merecia. Pessoas de bom senso - inclusive esta provecta blogueira - gastaram muita tinta e muita saliva na esperança que o Governo e a Fifa caíssem na real e percebessem o ridículo que o Brasil ia passar.

Já não basta o que fizeram com o pobre do tatu? Ficou um bicho estranho, com cara de tudo, menos de tatu. Um ser híbrido, nem macho nem fêmea, nem reino animal ou vegetal. Um verdadeiro Fuleco, como a pobre coisa foi batizada.

Fico pensando o que virá para as Olimpíadas... Se o Governo e o COI não se metessem, deixassem por conta de uma comissão de bons designers brasileiros, tenho certeza que teríamos um símbolo tão ou mais bonito que o Misha, o simpático símbolo das Olimpíadas de Moscou.




Você se lembra dele?

Mas se deixarem por conta do COI e de nossas doutas autoridades, temo pelo que virá. Com certeza um Fulequinho. MH).

Olá! Bom Dia!


Paulinho da Viola canta e encanta com Argumento