sexta-feira, 28 de junho de 2013

Palavra da Coruja


Cérebro: um aparelho com o qual pensamos que pensamos.
Ambrose Bierce

Fim de Tarde


Não Deixe O Samba Morrer,
com Alcione, Janaina Moreno e Diogo Nogueira

Para a Hora do Chá


Sabedoria 

Desde que tudo me cansa, 
Comecei eu a viver. 
Comecei a viver sem esperança... 
E venha a morte quando 
Deus quiser. 

Dantes, ou muito ou pouco, 
Sempre esperara: 
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco 
Voava das estrelas à mais rara; 
Outras, tão pouco, 
Que ninguém mais com tal se conformara. 

Hoje, é que nada espero. 
Para quê, esperar? 
Sei que já nada é meu senão se o não tiver; 
Se quero, é só enquanto apenas quero; 
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar. . . 
E venha a morte quando Deus quiser. 

Mas, com isto, que têm as estrelas? 
Continuam brilhando, altas e belas. 

José Régio

A palavra é de... Sergio Vaz

Más notícias do país de Dilma

As atenções todas, nos sete últimos dias, ficaram voltadas para as manifestações nas ruas e para os shows midiáticos preparados pelos marqueteiros do Planalto para dar a impressão de que o governo federal estava respondendo aos protestos populares.

          Nada mais natural. As manifestações, afinal, foram as mais impressionantes que o país já viu desde o Fora Collor, em 1992, e as Diretas-Já, em 1984. Provavelmente até mesmo mais impressionantes do que aquelas.

          E os shows midiáticos foram muitos, com muito bumbo sendo tocado. Na sexta-feira anterior, 21 de junho, em cadeia nacional de rádio e TV, a presidente Dilma Rousseff leu o que estava escrito no teleprompeter durante dez minutos. E até que leu direitinho. Estão treinando a moça com competência.




           Na segunda, 24, os marqueteiros da Presidência colocaram 27 governadores e 26 prefeitos de capitais como coadjuvantes de novo espetáculo, em que a presidente propôs vários “pactos” e uma Assembléia Constituinte. A rigor, todos aqueles 53 senhores não foram nem sequer coadjuvantes – foram extras, aquelas pessoas que só aparecem para fazer número, figuração, sem direito a uma linhazinha sequer.

          Depois houve encontros de Dilma com os presidentes de Câmara, Senado e Judiciário.

          E os parlamentares de Câmara e Senado protagonizaram também seus espetáculos, aprovando em sessões que atravessaram até mesmo – incrível! – o jogo do Brasil contra o Uruguai projetos que repousavam nas gavetas por duas longas décadas.
          Suas excelências comprovaram que só funcionam, só executam suas comezinhas tarefas quando levam chutes violentos no traseiro. Não é que o homem da Fifa estava certo?

          Muito espetáculo pirotécnico, muitos fogos de artifício.

          Legal. Nada contra: fogos de artifício são belos espetáculos.

          As “propostas” apresentadas pela presidente foram desconstruídas, uma a uma, nos artigos e editoriais publicados nos jornais ao longo da semana. Diversos deles estão aí abaixo.

          O que eu gostaria de enfatizar é que, enquanto o país olhava para os fogos de artifício lançados em Brasília pelos marqueteiros hollywoodianos de Dilma Rousseff, para a celeridade do Congresso Nacional acordado de longa noite de hibernação, e para os incêndios provocados pelos vândalos em diversas capitais, as más notícias continuavam pipocando.

          Assim:  

          A criação de emprego formal teve o pior mês de maio em 21 anos.

          O déficit externo chegou a US$ 73 bilhões, ou 3,2% do PIB, o maior em 11 anos.

          O BNDES perdeu R$ 17 bilhões em ativos.

          Na América Latina, Brasil está agora entre os primeiros na inflação alta e é o penúltimo no crescimento baixo.

          O crédito deve ter em 2013 a menor alta em dez anos.

          O endividamento das famílias brasileiras bateu novo recorde.

          Pagamos R$ 87,858 bilhões ao governo federal em impostos em maio, um recorde.

          O Brasil tornou-se o país emergente com maior dívida.

          A economia do governo para pagar juros recuou 29% no ano.

          A OCDE anunciou que vê a economia do Brasil em ponto crítico.

          Os embarques de produtos de ferro e aço para o exterior tiveram queda de 54% em relação a 2012.

          A Petrobrás e Vale perderam R$ 100 bilhões em valor de mercado em 12 meses.

          O índice de confiança da indústria cai ao menor nível em um ano.

          Essas más notícias todas são explicadas ao final deste imenso, interminável texto, a 105ª compilação de notícias e análises que comprovam a incompetência do lulo-petismo como um todo e do governo Dilma Rousseff em especial. Foram publicadas entre os dias 21 e 27 de junho.

          A compilação começa com a desconstrução dos shows criados pelos marqueteiros.

          Os marqueteiros de Dilma são competentes. Mas são a única ilha de competência deste governo.


Leia a íntegra em 50 Anos de Texto 

Garbo ri!


Essa frase foi manchete em muitos jornais. Era a primeira vez que se via a atriz Greta Garbo, uma lenda do cinema, rindo às gargalhadas.

Além de linda e excelente atriz, ela ficou famosa como atriz dramática, de filmes cuja história era sempre dramática, triste, sofrida.

Até que em 1939 Ernst Lubitsch a dirigiu em Ninotchka, onde ela interpreta uma competente e responsável funcionária do governo soviético que vai a Paris descobrir porque três enviados do governo foram a Paris para uma missão que não termina nunca....

Melvin Douglas interpreta o Conde Leon, um verdadeiro playboy que se apaixona por ela. Na cena que ficou célebre, ele faz de tudo para que ela ria, conta várias piadas e ela continua séria, impassível. (Cá para nós, as piadas são chatíssimas...)

Até que...

Arca do Tesouro

Que Grande Novidade...

A dona de casa, precisando de uma faxineira, resolve publicar um anúncio nos classificados de um jornal.

No mesmo dia, atende uma ligação de uma mulher desempregada.

Conversam por alguns minutos sobre as expectativas de cada uma, horário e local de trabalho e referências da interessada.

No final da conversa, a pergunta:

- E quanto a senhora espera ganhar por dia?

- Ah, por menos de setenta reais por dia eu nem saio de casa! - respondeu a outra, categórica.

- Mas isso é um absurdo! Eu sou professora e não ganho tudo isso!

- E por que a senhora acha que eu parei de dar aulas?


Publicado originalmente na Navetta* em 31/01/2010

Palavrinha

Alguma coisa não bate...

A Câmara aprovou 75% dos royalties do petróleo para Educação e 25% para a Saúde. Agora vem o Senado e aprova Passe Livre para Estudantes bancado com a fatia dos mesmos royalties que caberia à União.

Primeiro não havia dinheiro para nada. Agora, desde que o primeiro jovem pisou na rua com um cartaz na mão contra o aumento de 0,20 centavos nas passagens de ônibus, aparece dinheiro e mais, o que tem de político querendo atender à meninada... 

Leiam:


Programa sugerido por Renan será bancado com fatia da União dos royalties do petróleo, mas ele diz que Congresso apoia ‘equilíbrio fiscal’

Cristiane Jungblut, O Globo

O Senado aprovou nesta quinta-feira (27) urgência para o projeto do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que institui o "Passe Livre Estudantil" em todo o país. O custo do programa será bancado com os royalties da exploração o petróleo. Mas o dinheiro virá da parcela da União. Em outra proposta aprovada na Câmara esta semana, ficou definido que os recursos dos royalties irão para áreas da Educação (75%) e da Saúde (25%). Renan disse que o seu projeto será votado já na próxima quarta-feira, mas não soube informar o gasto para a União do programa de gratuidade das passagens para os estudantes de todo o país. Preocupado, o Palácio do Planalto pediu que o Ministério da Fazenda faça o levantamento dos gastos".

Pobre quando vê muita esmola, desconfia. Acho melhor as passeatas, PACÍFICAS, continuarem um bom tempo...Até estar tudo sacramentado. 

Vocês o que acham? MH

Joaquim Falcão

Congresso e a reforma partidária em causa própria

Existem duas maneiras de fechar o Congresso. A primeira é pela força. Getúlio Vargas fez em 1937. Militares em 1966.

A segunda é o próprio Congresso se auto paralisando. É o que parece acontecer diante da reforma partidária.

Nos governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma, todos os partidos foram e são a favor de uma reforma partidária para consolidar o estado democrático de direito.

Por que então há tanto se deseja, e há tanto não se vota?

Uma das possíveis razões é o simples cálculo de custo-benefício que cada congressista faz sobre sua própria elegibilidade.

Não importa o caminho legal da reforma – plebiscito, emenda constitucional, constituinte, lei ordinária - os congressistas sabem que chegarão a eles, por bem ou por mal, e que serão eles que decidirão a reforma partidária.

Aí terão diante de si duas opções, grosso modo. Ou decidem por um novo sistema partidário que aumentará a incerteza política de sua reeleição e prejudicará os interesses de sua base eleitoral. Ou optam por um sistema que aumentará as chances de reeleição e favorecerá os interesses de sua base eleitoral.

A primeira opção significa aumentar a incerteza de sua reeleição. É trocar o certo pelo duvidoso. Eles sabem ganhar eleição com as atuais regras. Por que então arriscar?

Se optam por um sistema que favorecerá a si e a suas bases, o Supremo não permite. Vigia para que o Congresso não use de seu poder de legislar para interesse próprio. Que provoque concorrência desleal.

Isto fere a democracia. É o que poderá ocorrer se o Congresso insistir na aprovação da lei que cria restrições para criação de novos partidos políticos (PLC 14/13, em tramitação no Senado).

Aprisionado por este dilema, o Congresso se imobiliza. Surge uma crise de legitimidade. O eleitor desacredita do congressista. Descrê que ele possa ir além de suas circunstâncias eleitorais. Como sair dessa paralisia?

Talvez votar uma reforma que não entre em vigor na eleição imediata à votação. Permitir que ela seja, pelo menos a curto prazo, mais neutra em relação aos benefícios ou prejuízos futuros que tragam aos congressistas atuais.

Ou seja, estabelecer uma regra temporal e material de transição.

Ou mais difícil, tornar inelegíveis congressistas que votem a reforma. Inviabilizar a análise custo benefício.

Uma constituinte exclusiva teria que ter congressistas exclusivos. Para afastar de vez o fantasma que vai se beneficiar da reforma.

Enfrentar este problema – do risco da legislação em causa própria - é fundamental. Mais do que discutir plebiscito, constituinte ou emenda.

O Congresso está fechado para reforma partidária. Precisa se auto abrir.



Joaquim Falcão é Doutor em Educação pela Université de Génève. LL.M. pela Harvard Law School. Bacharel em Direito pela PUC-Rio. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Justiça de junho de 2005 a junho de 2009. Diretor da FGV Direito Rio.


Transcrito do Blog do Noblat de 27/06/2013

José do Carmo Rodrigues

Esse é um nome que significa muito para nós, os amigos da Navetta*, apelido que inventei recentemente para o Blog da Maria Helena, que se abrigava na Nave-Mãe, ou seja, no Blog do Noblat.

O nosso Zé do Carmo colaborou com lindas crônicas, poemas, fotos, notas, palpites, piadas, sempre na maior elegância e generosidade.

Uma grande figura que perdemos anteontem, para nossa imensa tristeza.

Falo também em nome do Antonio Carlos, da Bia Eagle Mind, da Delicada, da Fa, da Harumi, da Lilyane, da Selminha, do Paulinho Lima, do Zerramos.

Tivemos o privilégio de conviver com a doce figura de José do Carmo.

Aqui fica meu abraço para sua família, para seus inúmeros amigos, para sua querida Leopoldina e para cada um dos leitores e amigos da Navetta*.

Minha Vila

 Tu raiaste manhã iluminada
o despertar gentio, porém cidade
Ateneia ungida num poema de domingo.
Os primeiros raios de sol te brindaram as serranias
no instante inaugural em que o encanto se exprimiu possível.
Árvores nos bosques providenciaram sombras acolhedoras
e as flores silvestres bendisseram à brisa
bálsamos requintados.
Correntes nos riachos se detiveram em limpidez de espelho
restituindo à delicadeza dos céus
os gestos seminais da flor recém surgida.
Bênçãos de luz velavam a tepidez dos ninhos
e a brisa confiava à folhagem e aos ramos
segredos bons de guardar.
Vagas de pétalas compassivas cobriram teu chão
mantilha de astros
nas vertentes, nos flancos e nas brenhas.
Pássaros canoros trinavam mil acordes
na clave retorcida dos galhos.
Deus há de ter visto que tudo era bom
porque decretou, em seguida, de primavera todos os teus dias
e de luar todas as noites.
E que todos os caminhos que de ti partissem
levassem à felicidade, por todos os tempos
até que os tempos se cumprissem.

José do Carmo Rodrigues


Transcrito da Navetta*, onde foi publicado em 14/07/2011 

Olá! Bom Dia!


I Got Rhythm, 
com Gene Kelly (do delicioso An American in Paris)