sábado, 29 de junho de 2013

Palavra da Coruja


A marca de uma inteligência de primeira ordem é a capacidade de ter duas idéias opostas presentes em sua mente, ao mesmo tempo, e nem por isso deixar de funcionar.
Francis Scott Fitzgerald

Fim de Tarde

                                               
                         It Ain't Necessarily So, com Cab Calloway

Para a Hora do Chá


A Flávio Porto

A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.

Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés - um pé-de-vento!

Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.

Garrincha, o anjo, escuta e atende: - Goooool!
É pura imagem: um G que chuta um o
Dentro da meta, um 1. É pura dança!


Vinícius de Moraes


A palavra é de... Luiz Garcia

Que se cuidem

Até prefeitos dos mais modestos municípios do país sabem que, em momentos de crise — principalmente aqueles que sugerem erros e inação em suas administrações —, é preciso tomar iniciativas que convençam os cidadãos de que são capazes de ações corajosas e produtivas. 

Foi o que fez, em grande escala, a presidente Dilma Rousseff. Reuniu os 27 governadores e mais 26 prefeitos de capitais e anunciou iniciativas obviamente importantes. Nenhuma delas, curiosamente, fora anunciada, sequer mencionada de passagem, pelo Palácio do Planalto em momento algum de sua administração.

Ela propôs à plateia um pacto nacional em cinco áreas: responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, educação e transportes públicos. E mais um plebiscito sobre a criação de uma assembleia constituinte destinada a fazer uma reforma política.

Também sugeriu uma iniciativa que jamais fez parte das preocupações de governos anteriores — nem do seu, até agora: que a corrupção de agentes do Estado seja incluída na categoria dos crimes hediondos. Finalmente, ela se lembrou dos acontecimentos que deram início à crise atual e prometeu medidas que melhorem os transportes públicos em geral.

Tudo isso parece ser realmente necessário. Inclusive a promessa de investimento pesado em transportes públicos — que não fez parte da pauta dos últimos governos. Nem no da própria Dilma, até a inédita crise atual, em que a ação de baderneiros produziu manifestações de cidadãos honestos que ganharam as ruas, em Brasília e em diversos estados.

O que a presidente está fazendo — melhor dizendo, anunciando que vai fazer — é um pacote considerável.

Certamente, raras vezes um presidente prometeu tanto, de uma vez só. Dilma precisará de forte apoio dos partidos políticos e da opinião pública em geral. Ela tem a seu favor as imagens da reação popular nos últimos dias. Também corre o risco de ter anunciado um pacote de medidas talvez pesado demais para o seu governo, que, pelo que se viu nos últimos dias, não vive fase de alta popularidade. E é verdade que, terça-feira passada, ela teve de recuar de outra ideia sua, a convocação de uma assembleia constituinte específica que faria a reforma política. Ministros do Supremo Tribunal Federal e diversos juristas convenceram-na de que era melhor investir num plebiscito que garanta a participação da sociedade na escolha dos caminhos da reforma.

No fim das contas, a crise política, marcada por manifestações populares realmente espontâneas, terá seu destino definido pela reação dos mesmos cidadãos que saíram às ruas do país para manifestar sua decepção com os políticos que mandam no país em seu nome. O governo e os homens públicos em geral que se cuidem. A opinião pública está de olho.



Transcrito de O Globo, 28/08/2013.

A babá

                                                           
                                                     Betty Boop faz das suas...

Arca do Tesouro

1)Torta Nega Maluca

Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista uma torta Nega Maluca.

O balconista diz à cliente que usar o nome "nega maluca", hoje em dia, pode dar cadeia devido a Lei Affonso Arinos, Lei Eusébio de Queiroz, Artigo 5º da Constituição, Código Penal, Código Civil, Código do Consumidor, Código Comercial, Código de Ética, Moral e Bons Costumes, além da Lei “Maria da Penha”.

– Então, meu filho, como peço essa torta?


–Torta afro-descendente com distúrbio neuropsiquiátrico.

Enviada pelo amigo Antonio Romane para a Navetta* em 29/11/2010


2)Pergunta com resposta
Vocês acham que o Brasil deve sediar a Copa do Mundo de 2014 e se candidatar a sediar Jogos Olímpicos?
Pois eu acho isso uma coisa sem pé nem cabeça, aliás, um acinte. Temos coisas MUITO mais importantes para resolver antes de gastar fortunas nesses jogos: Saúde, Escolas, Segurança.

Ou vamos cair no engodo do PAN?

O que foi mesmo que o PAN deixou para o Rio?

Enviado por Maria Helena para a Navetta* em 29.4.2009


3) Curiosidade

O que é um blog para você? 

Para mim é um espaço onde o cidadão pode se informar e se expressar. Seja sobre política, seja sobre a vida, seja sobre o sonho.
E para você?


Publicado na Navetta* em 28/03/2009

Palavrinha

Lula nega que tenha feito críticas a Dilma

Ex-presidente comenta atuação do governo

O Instituto Lula negou, em nota divulgada ontem, que o ex-presidente tenha feito críticas à articulação política do governo de Dilma Rousseff.

Lula, que embarcou pela manhã para a Etiópia, disse que a presidente "mostrou extraordinária sensibilidade ao propor a convocação de um plebiscito sobre a reforma política".

Leia mais na Folha de S. Paulo

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Shakespeare já nos disse que há muito mais coisas entre o Céu e a Terra do que julga nossa vã filosofia.

Mas é que desta vez, caro William, parece que elas são tantas, as coisas, que escurecem sobremaneira o ambiente, deixando o ar, entre o Céu e a Terra, sempre muito carregado... MH

Antero Greco

Sim, é possível

A Espanha joga muito, dá gosto de ver como acaricia a bola, envolve adversários, acumula títulos, etc e tal. Merece elogios e hipérboles. Mas não vem de outro mundo, não é imbatível, tem pontos vulneráveis e, se apertar com jeito, se enrosca. A Itália deu o exemplo, no duelo de ontem em Fortaleza, que terminou só na 14.ª cobrança de pênalti, após o 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.

A gente se acostumou a acompanhar equipe insinuante, envolvente, traiçoeira como o Coisa Ruim. A Vermelha se especializou em se fingir de indiferente, de testar a paciência de rivais e plateia com o vaivém da bola, pra lá e pra cá, de pé em pé, sem sofrer arranhões, como nas brincadeiras de aquecimento antes do treino. De repente, o bote certeiro, o gol, o golpe de misericórdia, que deixa zagueiros mais tontos que pinguços de boteco.

Só que os bailarinos de Vicente Del Bosque quase atravessaram a dança, no único empate da Copa das Confederações. Ensaiaram botar a Azzurra na roda, como havia ocorrido na decisão da Euro de 2012 (4 a 0), e encontraram um grupo atento e atrevido. Sobretudo nos primeiros 45 minutos, os italianos abafaram qualquer iniciativa da Espanha, cercaram Xavi e Iniesta e isolaram Pedro, Torres, Davi Silva. Eles receberam poucos passes, e sempre vigiados pelo trio Bonucci, Chiellini, Barzagli, acostumados a essa tarefa na Juve.

Enganou-se quem imaginou a Itália atrás; Cesare Prandelli armou bem o time para explorar descidas de Maggio e Giacherini pelas laterais, e Casillas suou frio. No segundo tempo, houve equilíbrio, mas sem que a Espanha jamais impusesse ritmo hipnotizante. Na prorrogação, ambas alternaram boas situações, mandaram bolas na trave, criaram chances; os pênaltis foram consequência da igualdade. Partida com muita emoção, taticamente admirável.

O público optou pela Itália – por farra e provocação. No momento atual, inegável a superioridade dos espanhóis em relação a qualquer time. Daí, pela lógica das arquibancadas, melhor secar um obstáculo complicado, ao menos na teoria, para facilitar o caminho do Brasil à conquista da taça. Deu certo até Bonucci desperdiçar a penalidade número 13 (para supersticiosos) e mandar pro espaço a vaga para o clássico de domingo no Maracanã. Com isso, contribuiu para a final desejada, e ótima para o Brasil. Já que é para testar a capacidade da seleção que seja contra tubarões.

A tarefa de Felipão e seus rapazes não será simples – nem com o desgaste adicional do outro finalista. Claro que os campeões do mundo levam desvantagem pela correria no Ceará, pelo deslocamento e pelo dia a menos de recuperação física e emocional. Compensarão com talento que lhes sobra e com economia de energia. (Pausa: ressaltou-se à exaustão o calor no Castelão, como se italianos e espanhóis não saibam o que seja temperatura alta. Tente ir a Madri, Sevilha, Roma, Nápoles em julho e agosto pra ver como a moleira esquenta.)

O Brasil pode ter como modelo a Itália, irretocável na marcação, como de costume, além de prática e eficiente na armação. Fundamental, nesse aspecto, a agilidade de Pirlo, De Rossi (e, depois, Montolivo), Candreva, Marchisio, que puxavam os contragolpes com velocidade e pontaria calibrada. Dessa maneira, várias vezes pegaram a defesa desprevenida. Em jogos oficiais recentes, a Azzurra foi a equipe que mais endureceu a vida para os espanhóis.

Felipão talvez não queira mexer na escalação habitual, mas poderia considerar a alternativa de começar com Luiz Gustavo, Paulinho e Hernanes no meio. Sobraria para Hulk ou Oscar. Com o primeiro em campo, aumenta o poder de combate; com o mais jovem, ganha nos dribles, desde que ele caia pela direita.

No papel, parece moleza, tá certo. Mas sei que dá para espantar o bicho papão. Daí o título desta crônica. Pensou que copiei a frase de Barack Obama (“Yes, we can”)?! Nada disso. Giorgio Gaber, artista italiano genial e morto em 2003, escreveu em 1991 a canção “Si può” (“É possível”). A homenagem é pra ele.


Transcrito do Estadão.com.br, de 28/06/2013

Da Folha de S.Paulo



Percentual dos que consideram gestão boa ou ótima desaba de 57% para 30%

Reprovação sobe de 9% para 25%, segundo o Datafolha; em março, aprovação chegava a 65% do eleitorado 

Pesquisa Datafolha finalizada ontem mostra que a popularidade da presidente Dilma Rousseff desmoronou.
A avaliação positiva do governo da petista caiu 27 pontos em três semanas.

Hoje, 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na primeira semana de junho, antes da onda de protestos que irradiou pelo país, a aprovação era de 57%. Em março, seu melhor momento, o índice era mais que o dobro do atual, 65%.

A queda de Dilma é a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1990, quando a poupança dos brasileiros foi confiscada.

Naquela ocasião, entre março, imediatamente antes da posse, e junho, a queda foi de 35 pontos (71% para 36%).

Em relação a pesquisa anterior, o total de brasileiros que julga a gestão Dilma como ruim ou péssima foi de 9% para 25%. Numa escala de 0 a 10, a nota média da presidente caiu de 7,1 para 5,8.

Neste mês, Dilma perdeu sempre mais de 20 pontos em todas regiões do país e em todos os recortes de idade, renda e escolaridade.

O Datafolha perguntou sobre o desempenho de Dilma frente aos protestos. Para 32%, sua postura foi ótima ou boa; 38% julgaram como regular; outros 26% avaliaram como ruim ou péssima.

Após o início das manifestações, Dilma fez um pronunciamento em cadeia de TV e propôs um pacto aos governantes, que inclui um plebiscito para a reforma política. A pesquisa mostra apoio à ideia.

A deterioração das expectativas em relação a economia também ajuda a explicar a queda da aprovação da presidente. A avaliação positiva da gestão econômica caiu de 49% para 27%.

A expectativa de que a inflação vai aumentar continua em alta. Foi de 51% para 54%. Para 44% o desemprego vai crescer, ante 36% na pesquisa anterior. E para 38%, o poder de compra do salário vai cair --antes eram 27%.

Os atuais 30% de aprovação de Dilma coincidem, dentro da margem de erro, com o pior índice do ex-presidente Lula. Em dezembro de 2005, ano do escândalo do mensalão, ele tinha 28%. Com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a pior fase foi em setembro de 1999, com 13%.

Em dois dias, o Datafolha ouviu 4.717 pessoas em 196 municípios. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos.

Transcrito da Folha de S.Paulo, 29/06;2013
(Ricardo Mendonça)

Olá! Bom Dia!

                                                         
                                           A Rita, de e com Chico Buarque