sexta-feira, 14 de junho de 2013

Palavra da Coruja


Os fracos não podem perdoar. O perdão é atributo dos fortes.
Mahatma Gandhi

Fim de Tarde


Elis Regina em Dois pra lá, dois pra cá

Para a Hora do Chá


Modinha do empregado de banco 

Eu sou triste como um prático de farmácia, 
sou quase tão triste como um homem que usa costeletas. 
Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos de mulher 
mas só ouço o tectec das máquinas de escrever. 

Lá fora chove e a estátua de Floriano fica linda. 
Quantas meninas pela vida afora! 
E eu alinhando no papel as fortunas dos outros. 
Se eu tivesse estes contos punha a andar 
a roda da imaginação nos caminhos do mundo. 
E os fregueses do Banco 
que não fazem nada com estes contos! 
Chocam outros contos para não fazerem nada com eles.

Também se o diretor tivesse a minha imaginação 
o Banco já não existiria mais 
e eu estaria noutro lugar.


Murilo Mendes

A palavra é de... Sylvia Debossan Moretzsohn**

O Rio de Janeiro continuará lindo?

Uma ode à alegria e, talvez, à esperança: Gilberto Gil compôs “Aquele Abraço” num momento de especial angústia – a necessidade de exilar-se, após ter sido preso, com Caetano Veloso, em 1969 –, em um contraste claro com o sentimento de medo que se espalhava naquele período em que a ditadura entrava em sua fase mais violenta. A canção se tornou um ícone entre tantas as que exaltam a beleza do Rio e o “espírito” do carioca.

O editor de cidade do jornal O Globo* tem percepção diferente. Após nove anos fora, retornou em janeiro e exercitou seu “distanciamento crítico”, demonstrando surpresa com a precariedade dos serviços e as diversas manifestações de incivilidade que encontrou. “No Rio, tudo parece tocado pela incompetência ou pela falta de qualidade”, escreve, em sua coluna de estreia, no sábado (8/6).

Batizada justamente de “Panorama Carioca”, a coluna diz mais sobre seu autor: os ambientes que ele e seus amigos frequentam, nos quais não recebem o atendimento adequado, e de onde, seguramente, continuarão a surgir muitas pautas. Não leva muito em consideração referências históricas e culturais para esse comportamento: “Prefiro acreditar nos mais pragmáticos: falta investir em treinamento”.


* Gilberto Scofield Jr, publicado aqui neste blog ontem, 13/06.

** Leia a íntegra do artigo de Sylvia Debossan Moretzsohn no Observatório da Imprensa

Um ator inimitável


Do filme Indiscreta (1958), dirigido por Stanley Donen, com Ingrid Bergman e Cary Grant. Até quando o papel exigia que ele fizesse papel de tolo, ele o fazia com classe...




Acima, foto de Cary Grant, em Londres. Acho difícil outro ator tão naturalmente elegante quanto Grant. Um charme. 

Arca do Tesouro

Nem só de shopping vivem as meninas...


O marido pergunta à mulher:

- Com quantos homens você já dormiu?

A mulher responde orgulhosa:

- Só contigo, querido! Com os outros eu ficava acordada!



Publicado originalmente na Navetta*, em 27/02/2010
Enviado por nossa amiga e leitora Lilyane

Palavrinha

Veja capitais que tiveram aumento nas tarifas de ônibus em 2013

Levantamento do G1 mostra valores das passagens nas capitais e no DF.
Recife e São Paulo têm as maiores tarifas; BH e Brasília, as menores.

Do G1, em São Paulo

Onze capitais brasileiras aumentaram a tarifa de ônibus municipais em 2013, segundo levantamento realizado pelo G1, com base nos dados disponibilizados pelas prefeituras. Os preços dos ônibus aumentaram neste ano em Aracaju, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória.

Em Goiânia, o aumento da tarifa está suspenso temporariamente por decisão judicial. Cabe recurso. Manaus e Vitória reduziram em junho as tarifas que haviam aumentado.

Leia no G1 quais municípios aprovaram reajuste e os preços das passagens

*******

Obs - E agora, vamos pensar um pouquinho. Em princípio, 15 centavos não é nada. Para quem toma um ônibus por dia. Para quem toma dois, são 30 centavos. Para quem toma 2 ônibus por dia, 5 dias por semana a coisa já passa para R$1,50 por semana. 4 semanas: R$6,00. Se forem duas pessoas na família, R$12,00.

E os que tomam mais de 2 ônibus por dia? E as famílias onde são mais de 2 pessoas a usar a condução?

E o salário, ó!!!


Foto: Pablo Jacob, O Globo


Isso justifica a baderna e as depredações? Botar a Candelária em risco? Não, claro que não.

Mas é preciso que o Poder Público se lembre que nem todos têm carros e motoristas à disposição, pagos pelos usuários dos ônibus! MH

Luís Fernando Verissimo

Casamento

O tão discutido casamento homossexual não deixa de ser uma sequência natural da longa e estranha história de uma convenção, a união solene entre duas pessoas, que começou no Éden. A Bíblia não esclarece se Adão e Eva chegaram a se casar, formalmente. Deve ter havido algum tipo de solenidade.

Na ausência de um padre, o próprio Criador, na qualidade de maior autoridade presente, deve ter oficiado a cerimônia. No momento em que Deus perguntou se alguém no Paraíso sabia de alguma razão para que aquele casamento não se realizasse, ninguém se manifestou, mesmo porque não havia mais ninguém. A cerimônia foi simples e rápida apesar de alguns problemas — Adão não tinha onde carregar as alianças, por exemplo — e Adão e Eva ficaram casados por 930 anos. E isso porque na época ainda não existiam os antibióticos.

Mais tarde, instituiu-se o dote. Ou seja, as mulheres, como caixas de cereais, passaram a vir com brindes. O pai da noiva oferecia, digamos, dez cântaros de azeite e dois camelos ao noivo e ainda dizia:

— Pode examinar os dentes.

— Deixa ver...

— Da noiva não, dos camelos!

Houve uma época em que os pais se encarregavam de casar os filhos sem que eles soubessem.
Muitas vezes, depois da cerimônia nupcial, os noivos saíam, ofegantes, para a lua de mel, entravam no quarto do hotel, tiravam as roupas, aproximavam-se um do outro — e apertavam-se as mãos.

— Prazer.

— Prazer.

— Você é daqui mesmo?

Eram comuns os casamentos por conveniência, pobres moças obrigadas a se sujeitar a velhos com gota e mau hálito para salvar uma fortuna familiar, um nome ou um reino. Sonhando, sempre, com um Príncipe Encantado que as arrebataria. O sonho era sempre com um Príncipe Encantado. Nenhuma sonhava com um Cavalariço ou com um Caixeiro Viajante Encantado.

Mais tarde veio a era do Bom Partido. As moças não eram mais negociadas, grosseiramente, com maridos que podiam garantir seu futuro. Eram condicionadas a escolher o Bom Partido. Podiam namorar quem quisessem, mas na hora de casar...

— Vou me casar com o Cascão.

— O quê?!

— Nós nos amamos desde pequenos.

— O que que o Cascão faz?

— Jornalismo.

— Argk!




A era do Bom Partido acabou quando a mulher ganhou sua independência. Paradoxalmente, foi só quando abandonou a velha ideia romântica do ser frágil e sonhador que a mulher pôde realizar o ideal romântico do casamento por amor, inclusive com o Cascão. Só havendo o risco de o Cascão preferir casar com o Rogério.


Transcrito do Blog do Noblat (13/06/2013)

Olá! Bom Dia!


Louis Armstrong em Blueberry Hill