segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lucas Mendes fala de Indignados e Indignos

                                
Na praça de Madrid, a musica é ruim, o copo de vinho é péssimo, a noite é esplêndida. A Praça Puerta del Sol vive em estado de festa permanente e não há vestígios dos protestos que nasceram aqui há dois anos, se espalharam por 58 cidades espanholas e, nos meses seguintes, mobilizaram de 6 a 8 milhões de espanhóis.

Contra quem e o quê? Contra as eleições do dia 22 de maio, contra a proibição de protestos, contra os políticos no poder e fora do poder, contra a austeridade e a corrupção. Enfim, uma indignação contra o estado das coisas. Passagem de ônibus e metro não estavam em jogo. E são caras em Madrid.

O movimento nasceu com vários nomes: "Los Indignados", "Democracia Real Ya", "Tomar la Plaza", " Juventud Sin Futuro", mas acabou conhecido como 15-M ou 15 de maio, dia do nascimento dos protestos que, como no Brasil, não tinham pai. Nem mãe. Nem líderes. Nem herdeiros e, menos ainda, planos a longo prazo.

As conexões e mobilizações, como no Brasil, foram pela mídia social. Houve inspiração nos protestos da Tunísia e do Egito e o movimento chegou a ser chamado de Primavera Espanhola. O nome não pegou, como ainda não pegou no Brasil.


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