terça-feira, 28 de maio de 2013

Arca do Tesouro

Uma lembrança inesquecível

Quando John e Jackie Kennedy foram a Paris, em junho de 1961, eu morava em Genebra. Não tive dúvida, comprei uma passagem de trem, claro que fui no vagão mais barato, o das couchettes. Não foi a primeira vez que viajei num desses que, confesso, achava chatos e desconfortáveis.

Hoje, como a viagem leva 3 horas e pouco, vai todo mundo sentado, o que é uma maravilha!

Eram seis, como direi, rede não é o caso porque eram de lona grossa e bem esticadas, sei lá como chamar em português, eram seis couchettes por vagão, três de cada lado. Ninguém tirava a roupa, deitava-se com a roupa que embarcou e no dia seguinte, se possível, era uma corrida para lavar o rosto, escovar os dentes, pentear os cabelos e pronto: que Paris te recebesse assim mesmo!

Acho que Paris merece um cuidado maior, mas como tudo depende do bolso...

O bolso da Jacqueline Kennedy permitiu que ela estivesse muito elegante todos os dias que por lá passou. Há muitas fotos e vídeos para comprovar o que digo.

Na minha arca do tesouro ficou o dia em que ele desfilou em carro aberto ao lado de De Gaulle pelos Champs Elysées para colocar flores no túmulo do soldado desconhecido: lá estava eu, na calçada mais próxima possível e, como é do meu feitio, me emocionei e chorei.




Os parisienses não gostam muito dos americanos, como é sabido. Até os chamavam de les amerlots. Mas o casal foi outra história: um arrebatamento! Mais ela que ele, é verdade.

Onde iam, era uma multidão querendo saudá-los. E ele não se fez de rogado. Na abertura da conferência que o levou a Paris, ele saudou os presentes e disse que achava adequado se apresentar:

I am the man who accompanied Jacqueline Kennedy to Paris, and I have enjoyed it.




Não sou jornalista, nem repórter e muito menos fotógrafa. As fotos pesquei na Internet. Mas o sentimento guardado na arca do tesouro é todo meu.

4 comentários:

  1. Sua arca tem lindos tesouros, Maria Helena. Obrigada por nos deixar espiá-los.

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  2. Sem dúvida, um momento único, M. Helena. Você esteve lá!

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  3. A boutade de Kennedy tornou-se antológica, e você estava lá, Maria Helena!

    A Jacqueline precisava se casar depois com o Onassis?

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  4. Bem, estava em Paris e assisti a cerimônia das flores sob o Arco do Triunfo. Emoção mais do que suficiente. Mas na abertura da conferência, não... Vi na TV e li nos jornais que estamparam a frase à exaustão. E apesar de concordar com você quanto ao Onassis, já li que ela o fez para ter a certeza de proteção e segurança máxima para ela e seus filhos. Sei lá o que pode ter se passado na cabeça de uma mulher que viu o cérebro de seu marido explodir em seu colo! Dizem, não sei se é verdade, que depois da passagem dela por Paris De Gaulle teria dito: "Essa jovem senhora ainda vai acabar na lancha de um armador grego...". Duvido um pouco, não pela frase em si que aquele homem era muito experiente, mas por saber que o general não era de falar muito e menos ainda com quem não gozasse de sua inteira confiança... MH

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