segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Para a Hora do Chá


V (Sonetos)

Noites, estranhas noites, doces noites!
A grande rua, lampiões distantes,
Cães latindo bem longe, muito longe.
O andar de um vulto tardo, raramente.

Noites, estranhas noites, doces noites!
Vozes falando, velhas vozes conhecidas.
A grande casa; o tanque em que uma cobra,
Enrolada na bica, um dia apareceu.

A jaqueira de doces frutos, moles, grandes.
As grades do jardim. Os canteiros, as flores.
A felicidade inconsciente, a inconsciência feliz.

Tudo passou. Estão mudas as vozes para sempre.
A casa é outra já, são outros os canteiros e as flores
Só eu sou o mesmo, ainda: não mudei!

Augusto Frederico Schmidt

2 comentários:

  1. Lindo mas um tanto melancólico. Não sei....penso q todos mudamos mas poeta é poeta e possui todo o direito de pensar diferete.

    Lindos esses seus bulinhos e outra coisa: Tudo a ver vc e essa figurinha "pintando sete".

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  2. A Fabiola tem razão. Seus bules de chá são muito lindos!

    E os sonetos nostálgicos...

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