domingo, 4 de agosto de 2013

A palavra é de... Fabio Pannunzio

Adeus, fascistas mascarados!

Fui destacado para cobrir a manifestação convocada pela página Black Bloc do Facebook. Estive com os manifestantes desde as cinco horas da tarde, quando eles começaram a se concentrar em frente à Prefeitura de São Paulo.

Acompanhei todo o trajeto da marcha até a Avenida Paulista. Vi quando um policial agrediu, sem nenhum motivo e de forma covarde, pelas costas, uma manifestante que subia a Brigadeiro Luís Antônio.

Anotei um fato importante, que deveria inspirar alguma reflexão por parte da entidade que comanda os jovens que, de rosto coberto, protestam contra… Contra o que, mesmo?

Percebi que alguma coisa mudou radicalmente desde o início da safra de protestos. Quando saiu do Centro, a manifestação tinha cerca de 500 participantes. Quando chegou à Paulista, tinha os mesmos 500.

Um bando de mascarados forma uma imagem bastante simbólica. Uma imagem forte, que atrai o olhar de quem passa ao lado. Por isso, muita gente ao longo do trajeto parava sobre os viadutos, se debruçava sobre as fachadas dos prédios, para ver o cortejo.

Mas ninguém aderia. Não era como antes, quando o coro “vem pra rua, vem, você também” funcionava como um catalisador e ia agregando milhares à multidão. Agora, os mascarados formam um grupo monolítico, hermético, impermeável à sociedade. Um grupo cuja beligerância mais afasta do que congrega. Por isso eles saíram e chegaram do mesmo tamanho.




Mais uma vez, houve muitas hostilidades contra jornalistas e técnicos das empresas de comunicação. A primeira vítima da ira dos arruaceiros foi o motociclista da equipe de moto-link da Band. Ele foi empurrado e derrubado. Ameaçaram linchá-lo e depredar seu equipamento. Isso só não aconteceu porque um grupo de manifestantes contrários à prática da violência (contra pessoas) interveio.

Logo adiante, eu mesmo acabei me transformando em alvo da ira daquela turba. Um grupo me cercou, tentou tomar meu microfone e passou a me atacar fisicamente. Deram cotoveladas, caneladas e chutaram meu joelho. É horrível ser cercado por uma alcateia raivosa, que baba de ódio de tudo e te enxerga como inimigo a ser eliminado.

Senti-me ultrajado com a intimidação. Não é possível que um jornalista não possa exercer seu ofício em plena rua de um País livre e democrático. Resolvi resistir ao expurgo, finquei pé e enfrentei os arruaceiros. O clima ficou péssimo. E só não foi pior porque, mais uma vez, alguns anjos-da-guarda mascarados vieram em meu socorro. Agradeço imensamente sua intervenção.

Leia a íntegra em Blog do Noblat de 3/8/2013

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