terça-feira, 30 de julho de 2013

Covardia pura, por Lucia Hippolito e Edgar Flexa Ribeiro

Fazer manifestação em São Paulo contra governador do Rio é fato inédito. Podemos e é importante fazer sobre isso algumas considerações.

Quem é contra o crime não é necessariamente a favor de Cabral, e vice-versa: quem é contra Cabral não é necessariamente a favor do crime.

Já se coloca uma questão: por que alguém contra Cabral vai fazer manifestação e quebra-quebra em São Paulo?

Isso tem a ver com o conteúdo da coisa: quem está organizando essa manifestação? A resposta pode ser simples: organizações partidárias presentes nas duas cidades ou organizações criminosas também presentes nas duas cidades.


                                          Foto: Cris Faga / Fox Press Photo / Estadão Conteúdo


Até que ponto um partido político acha bom negócio ser confundido com facções criminosas, na intenção de se servir delas para alavancar seus interesses?

O jogo é perigoso. As eleições vêm aí e é difícil imaginar que um partido possa controlar todos os interesses organizados em volta dele.

Se partidos políticos não têm interesse em associar-se – mesmo que pelo silêncio – com essas atitudes criminosas, o que esperam para condená-las e publicamente dissociar-se delas?

O silêncio nesse contexto – mesmo por omissão - também é criminoso. Isso não tem nada a ver com interesse partidário, é só covardia.


Lúcia Hippolito é cientista política. Edgar Flexa Ribeiro, educador.

Transcrito do Blog do Noblat de 29/7/2013

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