sexta-feira, 19 de julho de 2013

A palavra é de... Sergio Vaz

Más notícias do país de Dilma

Um governo avestruz, cachorro chato, barata tonta

          O governo que está aí tem um lado barata tonta, um lado avestruz e um lado de cachorro chato.

          Como cachorro chato, late demais. A cada dia tem um discurso ou uma entrevista da presidente ou de alguém da equipe econômica falando, falando, falando, prometendo, garantindo que está tudo bem e vai ficar melhor ainda, apresentando novos projetos, planos disso, planos daquilo, Bolsa disso, Bolsa daquilo.

          É como cão que ladra mas não morde. As palavras não têm qualquer lastro, estão a anos-luz de qualquer realidade. É outro mundo, um mundo paralelo, de ficção científica.

          Como avestruz, enfia a cabeça na areia e se recusa a ver o que acontece de fato.

          O poste eleito em 2011 entrou em curto-circuito, como escreveu com brilho Roberto Pompeu de Toledo na Veja, e, assim como o governo que dirige, anda de um lado para outro feito barata tonta, inteiramente zonzo, como boxeador nocauteado nos segundos que antecedem a queda na lona. 

          Nos últimos sete dias, entre muitas outras más notícias, o país ficou sabendo que:

* No acumulado de 12 meses, as vendas do comércio tiveram o pior resultado desde 2009;

* O indicador de atividade econômica do Banco Central teve em maio maior queda desde 2008;

* O nível de confiança da indústria chegou ao ponto mais baixo desde abril de 2009, logo após a grande crise financeira mundial;

* A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) reviu estimativas e passou a prever déficit de US$ 2 bilhões na balança comercial. Seria a primeira vez desde 2000 que o país teria déficit.

          Mas, na quarta-feira, dia 18, a presidente fez um discurso dizendo que está tudo bem, que é “desrespeito aos dados, à lógica” dizer que há descontrole da inflação ou das despesas do governo.”

          As despesas do governo, mostrou reportagem de Lu Aiko Otta no Estadão de segunda, dia 15, superaram pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão no primeiro semestre. Entre 2009 e 2013, as despesas da União no primeiro trimestre tiveram aumento de 27%.

          Quanto à inflação, Dilma afirmou: “Temos certeza de que vamos fechar o ano com a inflação dentro da meta”.

          Ou ela mente, ou não sabe o que diz, ou acha que os quase 200 milhões de brasileiros são imbecis. A meta de inflação do governo é 4,5% do IPCA, “com intervalo de tolerância” de dois pontos.

          Segundo todas as projeções mais otimistas, o IPCA do ano deverá ficar em torno de 5,80%. Isso não é dentro da meta, que é de 4,5%. É perto do “intervalo de tolerância”, ou seja, perto do teto máximo admitido.

          Como escreveu Carlos Alberto Sardenberg no Globo de quinta, dia 18: torturaram a regra da meta e a deixaram meio grogue.

          ***

          Há 108 semanas publico aqui essas compilações, meu murro semanal em ponta de faca.




          A charge (acima*) que Chico Caruso publicou no Globo desta quinta, dia 18  – maravilhosa, inspiradíssima, genial – fala mais que mais que as compilações todas juntas.

          Parabéns, Chico!

* Fonte: Blog do Noblat (18/07/2013)

Leia a íntegra em 50 Anos de Texto

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