segunda-feira, 3 de junho de 2013

Palavrinha

Leio no caderno especial que a VEJA publicou em homenagem a seu criador, Roberto Civita, as “Memórias de um editor”.  Elas contêm, além da história dessa revista que é a mais importante revista brasileira, ensinamentos que são para ler, reler, e guardar.




O respeito e o amor à palavra exata são comoventes. Saber que ele tinha um Aurélio num pedestal ao lado de sua mesa e que o consultava “o tempo inteiro”; que erros em e-mails o irritavam; que uma palavra mal utilizada e mal construída o incomodava e que ele não enviava nem uma mensagem sem reler, explica muita coisa sobre o espírito de sua revista.

O respeito pelo leitor! Maravilha! E a frase que ele cita, de Mark Twain, “a diferença entre a palavra quase exata e a palavra exata é a mesma diferença que existe entre o vaga-lume e o raio” (the difference between the almost right word and the right word is the difference between the lightning bug and the lightning) é um breve que todo jornalista (ou aprendiz...) deve guardar em seu coração.

Um parágrafo, lá no meio, me fez muito bem ler. Sempre pensei assim e ainda penso: “Dinheiro é consequência. Pensar antes no dinheiro, com o único objetivo de acumular e enriquecer, é um erro fundamental. Se fizer isso, você acabará perdendo sua alma”.

Mas tem mais nessas memórias como herança para seus leitores. A paixão pela leitura. O amor e a gratidão aos pais, o reconhecimento pela grande influência que sofreu deles. E a frase que muito me emocionou, quando ele, ao desistir de ir para Tóquio e aceitar o conselho e o convite do pai para ficar no Brasil e trabalhar no que era dele, pediu ao pai: “Diga a mamãe que vou voltar para casa”.

Abençoadas palavras para os pais, isso é certo. E para o Brasil que também saiu ganhando...

3 comentários:

  1. MH, também me emocionei lendo o diário de Roberto Civita. Fui buscar meu exemplar da Veja no.1 para reler e constatar, como ele disse, que era feio e mal feito, e vi que está autografado por Victor Civita. Puxa, nem me lembrava. Ainda por cima, tenho um exemplar no.1 do Pato Donald, que não sei se veio junto. Provavelmente sim.

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  2. Meninas, eu me emocionei (também) com o depoimento de um tão processado quanto controvertido empregado falando sobre seu patrão... Refiro-me a Diego Mainardi homenageando, com afeto e admiração, o Civita.

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  3. Antigamente o dicionário era o pai dos burros.
    Hoje é o pai dos sabidos!!!!!!!
    Consultar o léxico só faz enriquecer o uso correto da língua.......
    Abraçãooooooo
    Jotajo

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