domingo, 16 de junho de 2013

A palavra é de... Carlos Brickmann

Os anônimos, os invisíveis.

Quem comanda os manifestantes? Sabe-se pouco deles, exceto que pertencem a variados grupos de esquerda. Quem, em São Paulo, foco da crise, comanda os agentes que os enfrentam? Ninguém: durante a maior parte do tempo em que a cidade parou, prefeito e governador ficaram em Paris, sofrendo as agruras de estar longe de casa, em campanha para que São Paulo seja escolhida, daqui a cinco meses, para sede de uma exposição que se realizará daqui a sete anos.

Na terça, noite de tumultos, o governador tucano Geraldo Alckmin e o prefeito petista Fernando Haddad estavam juntos, jantando com as esposas, preocupadíssimos com São Paulo, na Embaixada brasileira em Paris. Ambos os casais se hospedaram no ótimo e caro Hotel Matignon. Nem Haddad nem Alckmin pensaram em voltar ao Brasil para enfrentar a crise. Como ensina a clássica canção americana April in Paris, é irresistível a primavera em Paris.

Na rebelião de maio de 68, o general De Gaulle foi para a TV e, num discurso histórico, reverteu a maré política. Mas De Gaulle estava em Paris a serviço.

Seria essencial a presença de Alckmin e Haddad na França? Não: nenhum dos dois tem imagem que reforce a candidatura paulistana. Poderiam ter enviado Guilherme Afif para a Europa. Se Afif é vice do tucano e ministro do PT, poderia acumular mais dois cargos e representar tanto Haddad quanto Alckmin. Se Haddad e Alckmin estivessem em São Paulo, teriam resolvido algo? Provavelmente não; mas pelo menos estariam no posto para o qual foram eleitos. 




April in Paris, por Billie Holiday

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