segunda-feira, 24 de junho de 2013

A palavra é de... Alberto Dines

No país do futebol, a goleada dos protestos

Inimaginável: William Bonner, o âncora mais conhecido e editor-chefe do mais importante telejornal brasileiro, obrigado a fazer o papel de coadjuvante no segundo dia da Copa das Confederações porque as ruas de dez capitais do país – inclusive Brasília – foram tomadas por gigantescas manifestações populares. Muitas contra o desperdício de dinheiro para construir estádios suntuosos para os megaeventos até 2016.

Tudo previsto, armado, roteirizado: Bonner conduziria o jornal a partir das capitais onde a seleção brasileira deveria jogar (na segunda-feira, 17/6, estava em Fortaleza), enquanto a companheira de bancada Patricia Poeta faria a interlocução. Na primeira edição em dia útil, ela acabou conduzindo noticiário e ele contentou-se com breves comentários. Inédito, assustador.

As autoridades foram ainda mais surpreendidas do que a Rede Globo pela dimensão e duração do protesto. Não levaram a sério as vaias à presidente Dilma Rousseff no sábado (15), durante a abertura desta copinha de nome complicado – das Confederações – e pouco empolgante. A culpa foi atribuída à oposição e aos derrotistas.

Todos contavam com a paixão nacional. Todos foram vergonhosamente driblados por ela. O aumento das tarifas de transporte público previsto para o início do ano foi chutado para a frente a fim de não impactar no cálculo da inflação. Acabou impactando na história política do Brasil.

Leia a íntegra do artigo no Observatório da Imprensa de 18/06/2013, edição 751

Nenhum comentário:

Postar um comentário