quinta-feira, 30 de maio de 2013

Arca do Tesouro

Olhem o que pesquei na Navetta. Tirando lingueta, com trema, não vi nada, infelizmente, a ser corrigido. Será que jamais progrediremos?

Embalagens

Um amigo, brasileiro, filho, neto e pai de brasileiros, que viveu grande parte de sua vida no exterior, por força da carreira de seu pai e depois da sua, um dia me disse coisa que hoje mais uma vez, constato, entre triste e furiosa: na opinião desse amigo, uma das maneiras de avaliar o grau de desenvolvimento da indústria de um país, é verificar as embalagens de seus produtos.

Parece brincadeira? Não é, não.

É mesmo inadmissível que um país como o Brasil, que fabrica aviões a jato e produtos de alta tecnologia, seja tão chinfrim nas embalagens. Não dá para compreender.

Pegue um remédio desses que a tampa vem com uma lingueta para o usuário puxar e abrir a caixa. Em 80% das vezes, a tampa vai rasgar e não vai mais servir para tampar adequadamente a caixa, quando muito para “cobrir” o que está lá dentro. E a lingüeta raramente encaixa na fenda onde deveria encaixar. Quando vem com essa lingüeta, pois quando o método é mais primitivo, é só levantar um cantinho da tampa, puxar e ou rasga tudo ou você ficará com aquela caixa entreaberta enquanto durar o remédio...

Um dos remédios mais caros que tomo vem em cartelas com aquelas “bolhas’ que pressionadas, liberam a pílula ou drágea ou pastilha. Pois bem, esse em especial, logo esse, a drágea é mínima e a “bolha” imensa, caberia com folga umas 3 drágeas daquelas lá dentro. Se não tomo muito cuidado, ao abrir a bolha, a drágea salta e pode ir parar nos lugares mais distantes de onde você queria, que é na sua mãozinha. Depois de 2 anos tomando o mesmo medicamento, já estou perita e ganho sempre da cartela, mas tenho que estar muito atenta!

E as roscas? Já repararam que se você não é um perito rosqueador e não posiciona perfeitissimamente as geringonças umas sobre as outras, o raio da rosca encaixa de mau jeito e arrisca nunca mais desenroscar? Potes ou tubos das boas indústrias nacionais de cosméticos são os piores. Já o francês, parece que tem imã, a tampa encaixa na perfeição, é só girar... É mais caro? Claro que é. Mas dura mais tempo, não resseca, nem evapora.

E as pilhas? Suas embalagens não são magníficas? Abrem com uma facilidade, não é?

E os papeis serrilhados, para você puxar e, zás, destacar a parte que interessa? Do papel higiênico mais caro aos talões de cheques, todo o cuidado é pouco, o serrilhado nem sempre está serrilhado.

Os exemplos são inúmeros. Falta muito ainda, muito mesmo.

E antes que o mundo desabe sobre mim, isso não começou no Governo Lula, nem no Governo FHC:  vem de antes. Mas continua... e como sempre que não se toma providências, cada vez pior.


por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Publicado originalmente no Blog da Maria Helena em 31.10.2009| 

Um comentário:

  1. Quase 4 anos e meio e o artigo continua atualíssimo, que pena.

    E as caixas recentemente padronizadas independentemente do tamanho do frasco que ela contém? Outro dia comprei um frasco de Dipirona com 10ml e a caixa era tamanho XGG. Caberia bem um frasco de 50ml lá dentro.
    Será que a padronização compensa o desperdício de papel?

    O Brasil precisa melhorar em muita coisa.

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