sábado, 27 de julho de 2013

O Angelus

É a oração que lembra a Anunciação, ou seja, o momento em que o Arcanjo Gabriel comunica à Maria que ela será a Mãe de Deus.

O nome pelo qual é conhecida deriva da primeira frase da oração, em latim:

Angelus Domini nuntiavit Mariæ.

V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
R. E Ela concebeu do Espírito Santo.
Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.
V. Eis aqui a escrava do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a vossa palavra.
Ave Maria…
V. E o Verbo de Deus se fez carne ou então E o Verbo divino encarnou.
R. E habitou entre nós.
Ave Maria…
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas para que, conhecendo pela anunciação do Anjo a encarnação de vosso Filho Jesus Cristo,cheguemos por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Reza-se o Angelus três vezes ao dia: às 6:00, às 12:00 e às 18:00.






E ontem o Papa Francisco rezou o Angelus da sacada do Palácio São Joaquim, sede do Arcebispado do Rio de Janeiro, no bairro da Glória. A foto registra a bênção aos fieis após o Angelus.

Viva o Papa!

Francisco, o Papa, é uma figura especial. Simpático, com seu amor à Maria que é pura devoção e exemplo de vida, atual sem perder de vista a base sólida do cristianismo, sem nenhum compromisso com o politicamente correto e indiferente ao fato de ser tachado de conservador, com um único objetivo: espalhar a Fé em Jesus Cristo para que o mundo seja um lugar onde é possível sermos alegres e felizes, todos e não apenas uns happy few. E com uma qualidade que impressiona por ser tão rara entre os poderosos: é amigo de seus amigos e não descarta os que já não estão no poder, ou os poderosos de ontem. Não houve dia ou evento em que não citasse Bento XVI. Por tudo isso, Viva o Papa!



“Bota mais água no feijão”, por Maria Helena RR de Sousa

Francisco tem passado mensagens profundas com palavras simples, palavras do dia a dia e nisso reside sua força. Será que alguém imagina a possibilidade dos recados claros do Papa não entrarem em nossas mentes?

Na saudação em Varginha o jovem escolhido para cumprimentar o Papa disse verdades que incomodam, certamente incomodam muito. Ele contou ao Papa sobre a agitação incomum nas ruas e vielas de seu bairro, a azáfama das autoridades em armar um cenário que, talvez, iludisse o Papa...

Pois sim. Francisco, quando Bergoglio, tinha o hábito de visitar comunidades carentes na periferia de Buenos Aires e ir sem avisar. Ele sabe reconhecer o que foi feito ontem daquilo que faz parte da realidade do lugar que visita.

Pastor, que prega a justiça e a misericórdia, ele sabe distinguir o certo do errado: "Nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma".

Já vejo analistas da fala do Papa a dizer que aí ele criticou as UPPs. Não compreendi assim: ele sabe que se não fosse a política de pacificação, ele não poderia ter entrado nessa favela que até pouco era conhecida como Faixa de Gaza.

O que ele fez foi entusiasmar os jovens a continuar a exigir o que lhes é devido, pois está convicto que se os jovens tiverem a estrutura que hoje lhes falta, os mercadores da morte não terão vez.  Lembrou os pilares fundamentais de uma nação: Educação da mente e do espírito; Saúde, essencial; Segurança (mas “a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano”); e a base de tudo: a Família.

Aos peregrinos, em Varginha ou na Catedral, em línguas diferentes, ele disse a mesma coisa, “hagan lío”. Façam barulho, movimentem-se, vão às ruas e peçam, peçam, peçam. “Os jovens possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram seu próprio beneficio".  Pediu-lhes que não desanimassem e lhes garantiu que “a realidade pode mudar, o homem pode mudar”.

Às autoridades o Papa pediu o essencial numa só palavra: Solidariedade.  “Trabalhem por um mundo mais justo. (...) Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que regula nossa sociedade. Mas sim a cultura da solidariedade".

Lembrou algo fundamental: o homem tem fome de dignidade!




Ao usar, no discurso em Varginha, as palavras que sempre ouvimos em nossas casas e até no nosso cancioneiro, “bota mais água no feijão”; ao sorrir o mesmo sorriso que tinha quando menino para as crianças entusiasmadas com sua presença; ao pedir que rezemos por ele, Francisco nos cativou para sempre.

Cativou os jovens e os idosos, as duas pontas do presente, segundo ele. Os que não podem ser descartados por ser o passado que forma o futuro.

Obrigada, Papa Francisco.


Publicado originalmente no Blog do Noblat de 26/7/2013

Siga-me e eu te darei... por Marli Gonçalves

...tudo, a luz, as estrelas, viagens, dinheiro... Acreditou? Do jeito que todo mundo anda atrás de algo ou de alguém a se apegar, nem duvido que tenha até chegado a imaginar as benesses que, infelizmente, não estão nem ao meu próprio alcance. A procura por líderes e ídolos para nos guiar, proteger, defender e ajudar continua a pleno vapor. Se antes de mim você encontrar algum ou alguém que valha a pena promete me avisar?

Vivemos procurando a tal luz no fim do túnel. A estrelinha Vésper no firmamento. A última garrafinha de água no deserto. O Mestre Supremo e o Senhor de todas as coisas. O Grande Orientador. Pior, também passamos a vida achando que os encontramos, até que um tranco qualquer, em geral alguma verdade, apareça e nos leve as ilusões, deixando-nos mais para baixo que bico de gaivota quando mergulha para pescar. E lá vamos nós em busca de novo, e de novo, acreditando nas promessas.

A necessidade de adorar e idolatrar, sei lá, imagino, não deve ser só da gente que é gente, pessoa. Conheço gatos e, especialmente, cachorros, que idolatram verdadeiramente seus donos, o que é visível em cada um de seus atos. Acho que a diferença é que nos animais esse amor é incondicional, e sobrevive até aos trancos de mau humor que possamos ter com eles, que sempre estarão lá, babando, abanando o rabo, se esfregando em nossas pernas. Será questão de memória? Temo que não, porque também conheço casos de animais que guardam a raiva de alguém até poder descontar, ou com uma bela mordida, ou com um bom arranhão.

Obviamente que esta semana andei rassudocando muito sobre tudo isso. Rassudocar? Quer dizer pensar, imaginar. Não sei se já é termo aceito, se é gíria, mas não tem palavra melhor para aquele pensamento que a gente fica remoendo, que vai e que volta, que praticamente dissecamos e cercamos até resolvê-lo por inteiro, ou mesmo esquecê-lo, o que também pode ser de repente, quando a cabeça é invadida por outro tema. Para escrever a gente rassudoca muito - creio que isso acontece com todos os escritores e cronistas.

Enfim, rassudoquei sobre a loucura que circundou a visita do Papa Francisco, definitiva e rapidamente eleito pelo Brasil como uma das pessoas mais legais, simples, simpáticas, corajosas e carismáticas de todo o mundo, de todo o Universo, quiçá. O que para um argentino, venhamos e convenhamos, também beira um milagre. Ele veio pronto a inspirar e colher essas paixões, ao falar e discursar, praticamente dizendo tudo o que queríamos ouvir, à exceção de "Fora Cabral". Esperávamos por um líder, qualquer ser, que viesse nos ajudar com nossos perrengues nacionais e particulares.

Daí fiz uma listinha do que é necessário para ser ídolo nestes tempos atuais: dizer que compreende tudo, que está ouvindo as voz das ruas, dos jovens, dos protestos, coisa que não sei se vocês repararam virou mania nacional, mas já engolfada pela propaganda, a comercial e a política. Tem uma, de refrigerante (!), que fala até em "batedores de carteira honestos", seja lá o que isso quis dizer. Até os partidos mais reacionários estão vindo com essa conversa fiada, mostrando imagens e sons dos protestos, e fazendo promessas com a cara candura de sempre. Sem mudar nada.

Não me admira que tantos ídolos fiquem pelo caminho, demonstrando ser feitos de barro, de ar, de vidro ou qualquer outro material de quinta, inclusive moral e eticamente falando. Não me admira que haja tanto desânimo e descrença, e aí reside o grande perigo de sempre: não existe o vazio; ele pode ser preenchido por qualquer coisa que tampe o buraco. Temos necessidade de ter ou ídolos, ou mestres, ou quem vá na frente segurando uma vela. Isso não tem jeito.

Vejo quem sofre porque o Lula, "Noço guia supremo", os "traiu". E também vejo quem fica até úmido quando o vê, e tampa os olhos, o nariz e os ouvidos de forma impressionante quando se apontam fatos irrefutáveis sobre seus desfeitos. Acontece. Tem quem se atarraque numa coisa e não largue dela nem para se jogar junto, do precipício.

Perdi tantos ídolos nos caminhos da vida que hoje os evito; talvez por isso perceba tão bem essa tendência a se enrabichar atrás de qualquer coisa. A diferença é que o povo também não tem nenhuma fidelidade e troca de amor sem nem trocar a camisa.

Estamos vendo isso na política. Sonhadores, por exemplo, pensando que Joaquim Barbosa é mesmo o Batman. Que a Marina chega lá. Ou que Luan Santana canta bem, e que tudo o que está acontecendo seria resolvido com a volta dos que já foram, mas ameaçam afiar unhas, ameaçando os que deixaram de venerá-lo, vendo sua verdadeira face.

Só que para combinar com o momento que atravessamos é bom lembrar que para muitos a idolatria é considerado um terrível pecado. Principalmente quando não há santo, nem para fazer milagres, nem para fazer promessas, muito menos para a gente ajoelhar.

São Paulo, onde só falta nevar, 2013



Marli Gonçalves é jornalista - Estou aqui a cismar sobre qual será o próximo Mestre de todos os mares, quem será a Diva de todas as divas que aparecerá por aqui, embora pense que tão cedo poucos se aventurarão por essas plagas - de medo de ficar preso no trânsito, debaixo de chuva e com um monte de criancinhas para abraçar e beijar. 

E-mails:
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Dilma Roussef, a campeã da oratória


Oi, Dilma

O Papa no Rio - 1


Olá! Bom Dia!

Frankie Laine sings High Noon