Conversa vai, conversa vem...
"Para selecionar cidade beneficiada por computador, Lula usou o mesmo critério adotado para escolher sua candidata: o ego".
(Deputado Raul Jungmann sobre declaração do presidente de que a cidade onde nasceu foi escolhida para participar do programa “Um Computador por Aluno” devido ao “critério Lula”).
Talvez esteja aí, no gigantesco ego do presidente, a origem dessa estapafúrdia lei que proíbe o humor durante o período eleitoral.
Pedindo imensas desculpas, declaro desde já que a mim não me farão falta os programas de humor, desde que não proíbam o presidente Lula de falar em palanque e na TV, nem nos proíbam do melhor programa humorístico de todos: a campanha eleitoral na TV.
Ou de ouvir dona Dilma tentando explicar uma ideia, ou esclarecer um ponto de seu programa.
Ou de ouvir a extrema-direita trololó a abanar o rabinho para pessoas que mal tenham oportunidade, lhes darão um bom ponta-pé bem dado.
Como não rir à larga com o sorriso perene do governador Cabral? Impossível. O “Serginho” não nos deixará na mão (já repararam como tem gente que adora se mostrar íntima de gente famosa?).
E quando você vê as confusões que fazem entre direita e esquerda?
É para acreditar que tem gente que não ouve mais Chico Buarque porque ele é petista, ou é para duvidar até o fim dos tempos?
Ou como os tucanos de bico chato ficam em êxtase com “el gabo” (outra intimidade estranhíssima) sem se dar conta que Gabriel Garcia Márquez é amigo íntimo de Fidel Castro? Ele vive em Havana e lá fundou e dirige a Escuela Internacional de Cine Televisión y EICTV. Criou o Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, para ensinar aos jovens como fazer jornalismo “realista, nada mágico”.
Morto Jorge Luis Borges, ele é o maior escritor latino-americano. Aliás, olhem como tivemos sorte: Borges, um anglófilo declarado. Garcia Márquez, um latino-americano apaixonado.
“Viver para Contar” é para ler com um lenço na mão. Rindo ou chorando, as lágrimas escorrem. É o primeiro volume de sua autobiografia. E suas “Crônicas”? Cinco volumes riquíssimos!
Ficar sabendo como o socialismo entrou em sua alma pelas histórias que ouviu seu avô contar, ou como a mágica de Macondo é herdeira direta das lendas e causos que sua avó dona Tranquilina lhe contava, ler sobre sua carreira de jornalista, ler algumas de suas reportagens e entrevistas, com quem conviveu e como conviveu...
Durante muitos e muitos anos ele foi proibido de entrar nos EUA. Foi preciso um presidente democrata e inteligente como Bill Clinton, que declarou ser “Cem Anos de Solidão” seu livro favorito, para que essa proibição fosse levantada.
Venceu a sensatez! O homem é socialista, sim, mas ele não morde. Ele escreve e é um grande, um extraordinário escritor!
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Atualização em 2/7/2013: será que essa lei ainda está valendo? Ou melhor, alguém se lembra se pegou?
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Publicado originalmente na Navetta* em 28/7/2010
Eu me divirto ouvindo dona Dilma falar. As pausas são longas entre uma palavra e outra (muitas vezes põe pausa onde não deveria), e o pior: acabam tirando o sentido do que ela queria dizer, se é que ela queria dizer alguma coisa.
ResponderExcluirNo fundo, se não estivessemos atrelados às decisões deles, nossos políticos são divertidos. Pena que a geração mais nova deixou de pintar o cabelo de acaju. Ficavam mais cômicos ainda. MH
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