segunda-feira, 3 de junho de 2013
Para a Hora do Chá
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Luiz de Camões
Aos leitores
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Arca do Tesouro
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- Papai, estou pensando em uma carreira no crime organizado.
- Governo ou Setor Privado?
Enviado por Antonio Romane
Publicado originalmente na Navetta, em 30.4.2010
Carlos Brickmann
Os homens invisíveis.
O presidente do Senado, Renan
Calheiros, tem toda a razão ao recusar-se a votar a Medida Provisória da
Energia: onde já se viu dar aos senadores apenas um dia para ler, estudar,
debater e votar uma resolução tão importante?
O presidente do Senado, Renan
Calheiros, não tem razão nenhuma para não votar a MP da Energia. Um dia de
prazo é a conta dele; na conta dos cidadãos, entre 28 de maio, quando a medida
foi aprovada na Câmara, e 3 de junho, quando caduca, o prazo é de pelo menos
cinco dias. Dava para ler, discutir e votar.
O problema é que, entre os
interesses do cidadão e o feriado, Suas Excelências preferem o feriado. Aí vem
a sexta, quando para eles o trabalho não é habitual. E há o fim de semana. Se
um doente tiver problemas num feriado, seu médico irá atendê-lo. Se o eleitor
precisa de algo num dia útil, mas que fique entre um feriado e o fim de semana,
pode tirar o cavalinho da chuva. Trabalhar cansa.
Na quarta, 29, bateram o ponto 57
nobres senadores. Mas no plenário havia quatro. Assim não dá para examinar
medida provisória nenhuma, seja qual for o prazo disponível (na Câmara, a
situação é parecida: 333 senhores deputados bateram o ponto e havia quatro no
plenário). Estavam lá para bater ponto e ganhar o deles; mas cuidar dos
interesses dos eleitores não rende nada. É outra coisa.
Em resumo, ninguém tem razão. O
Governo articulou mal; a Câmara demorou para votar (enquanto cada deputado
estudava o melhor voto, para ele); o Senado tinha tempo para decidir, mas
preferiu descansar.
Ninguém é de ferro.
Ganhando junto
O Tribunal de Contas da União
apurou que 3.390 servidores federais ganham salários superiores ao teto do
funcionalismo. Destes, 90% estão na Câmara e no Senado. O teto é de R$ 28 mil
mensais, salário de ministro do Supremo. Total das despesas só com a parte que
supera o teto: R$ 107 milhões por ano. E, como se vê na notícia anterior, o
trabalho destes cavalheiros nem é tão cansativo assim.
Farra geral
No tumulto do Bolsa-Família, a
Caixa descobriu que 692 mil famílias têm dois cadastros e recebem dois auxílios
(talvez seja por isso que, como disseram à TV, haja quem compre jeans de R$ 300
para a filha e pingue mensalmente algum na poupança).
Custo do pagamento ilegal? R$ 100
milhões por mês.
Eu, hem?
A ministra do Desenvolvimento
Social, Tereza Campello, responsável pelo Bolsa-Família, preferiu esquecer a
confusão e manter suas férias na Disney. Bobagem: se é para conviver com ratos,
João Bafodeonça, um Pateta e os Irmãos Metralha, e se divertir com nossa cara
de patos, melhor seria ter ficado por aqui.
Vai e volta
A ministra Tereza Campello volta
amanhã. É essencial que esteja no país para acompanhar o rigoroso inquérito
sobre o que ocorreu no Bolsa-Família.
A propósito, como já informou o
ótimo escritor Luiz Fernando Veríssimo, rigoroso inquérito não é a mesma coisa
que inquérito rigoroso: é exatamente o contrário.
É Brasil na cabeça!
O caro leitor deve festejar:
desde ontem, pode trabalhar para ganhar seu sustento e o de sua família. Os
cinco meses por ano em que trabalha apenas para pagar impostos terminaram na
sexta, 30. A conta, segundo cálculos do IBPT, Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário, inclui impostos, taxas e contribuições cobrados por
União, Estados e Municípios. O mundo, mais uma vez, se curva ante o Brasil:
enquanto nós, brasileiros, trabalhamos 150 dias por ano para pagar impostos, os
mexicanos trabalham 91; os americanos, 102 dias. Só perdemos para a Suécia, 185
dias. Em compensação, poucos ali precisam de escola particular (inclusive para
línguas), e a saúde está incluída nos impostos.
Público e privado
Enquanto em São Paulo o prefeito petista Fernando
Haddad autoriza a derrubada de mais de mil árvores, muitas delas remanescentes
da Mata Atlântica, para facilitar a construção de um condomínio particular de
alto luxo, em Porto Alegre o prefeito José Fortunati, do PDT, luta contra
manifestantes de um movimento que tem parceria com o Ministério da Cultura para
derrubar 115 árvores e concluir a duplicação da Avenida Beira-Rio. Pelo jeito,
derrubar árvores só é bom quando beneficia os interesses privados, não os
públicos. Em Porto Alegre, as 115 árvores serão compensadas por 400, mais duas
mil na revitalização da orla do Rio Guaíba; a derrubada tem licença ambiental e
decisão judicial. A obra ficou 43 dias parada, enquanto os manifestantes se
recusavam a sair.
Mas como lutar contra quem partidariza até mesmo
árvores e arbustos?
Voa, dinheiro!
De Aziz Ahmed, O Povo: "(...) Sander Douma, que
projetou o velódromo do Rio, classificou de loucura querer substituir o
velódromo construído para o Pan-2007, afirmando que ele poderia ser utilizado
na Olimpíada-2016. (...)
O ex-prefeito Cesar Maia alfineta: ‘Este custou R$
14 milhões que, atualizados, seriam menos de R$ 20 milhões. O novo vai custar
quase R$ 140 milhões".
Palavrinha
Leio no caderno especial que a VEJA publicou em homenagem a
seu criador, Roberto Civita, as “Memórias de um editor”. Elas contêm, além da história dessa revista
que é a mais importante revista brasileira, ensinamentos que são para ler,
reler, e guardar.
O respeito e o amor à palavra exata são comoventes. Saber
que ele tinha um Aurélio num pedestal ao lado de sua mesa e que o consultava “o
tempo inteiro”; que erros em e-mails o irritavam; que uma palavra mal utilizada
e mal construída o incomodava e que ele não enviava nem uma mensagem sem reler,
explica muita coisa sobre o espírito de sua revista.
O respeito pelo leitor! Maravilha! E a frase que ele cita,
de Mark Twain, “a diferença entre a palavra quase exata e a palavra exata é a
mesma diferença que existe entre o vaga-lume e o raio” (the difference between the almost right word and the right word is the
difference between the lightning bug and the lightning) é um breve que todo
jornalista (ou aprendiz...) deve guardar em seu coração.
Um parágrafo, lá no meio, me fez muito bem ler. Sempre
pensei assim e ainda penso: “Dinheiro é consequência. Pensar antes no dinheiro,
com o único objetivo de acumular e enriquecer, é um erro fundamental. Se fizer
isso, você acabará perdendo sua alma”.
Mas tem mais nessas memórias como herança para seus
leitores. A paixão pela leitura. O amor e a gratidão aos pais, o reconhecimento
pela grande influência que sofreu deles. E a frase que muito me emocionou,
quando ele, ao desistir de ir para Tóquio e aceitar o conselho e o convite do
pai para ficar no Brasil e trabalhar no que era dele, pediu ao pai: “Diga a mamãe
que vou voltar para casa”.
Olá Bom Dia!
Mira Awad, Joca Perpignan e Wilson Simoninha interpretam Trem das Onze.
É o nosso trem em árabe, hebreu e português!!!
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