domingo, 21 de julho de 2013

Palavra da Coruja


Um quadro num museu ouve mais opiniões ridículas do que qualquer outra coisa no mundo.
Edmond de Goncourt

Memento

Americanos e pernambucanos têm uma mania em comum: tudo deles é o maior do mundo. Os meus queridos recifenses ainda não chegaram ao ponto de dizer que o Capibaribe é o maior rio do mundo. Não foram tão longe. 

Já os americanos vivem dizendo que o Mississipi é o maior rio de todos. Somam o Missouri com o Mississipi, os espertinhos. Maior, não é mesmo. 

Mas que os dois banham cidades interessantíssimas, isso lá é verdade. Fazem parte da literatura, da música e da História de seu país.

Eis um mapa para vocês relembrarem das aulas de geografia: 



Pois é...


 
Exactly Like You - Cécile McLorin Salvant Et Le Jean-Françoise Bonnel Paris Quintet

Fim de Tarde



It don't mean a thing  - Anita O'Day

Para a Hora do Chá


Aventura na casa dos livros

A casa gira nas mãos dos livros 
e abate-se, sobre as estantes, destruindo as lombadas, 
em busca dos títulos e dos nomes dos autores, 
avançando, no devorar das badanas, 
e das promessas aladas dos índices, 
da ficha técnica e da sinopse ondulante, 
navegando encorpada nas contra-capas. 

É o estádio onde compete a biblioteca 
com a ansiedade profana do leitor. 
As palavras transvestem-se de árbitro 
e penalizam a tranquilidade do saber, 
atiçando a táctica para o capítulo seguinte, 
onde se derrama a trama, o mistério, a voz 
que dá sentido ao habitante do texto. 

Na revolução das prateleiras e dos cheiros, 
a tinta impressa, o papel amarelecido, o couro, 
a carneira das perdidas encadernações, 
tudo marca a saudade dos velhos sótãos, 
o silêncio dos contos, a magia dos poemas, 
o mar inesgotável dos infindáveis romances 
e a paz, trazida pela leitura, nesses instantes.

José António Gonçalves

Sem Palavras...


 
Duke Ellington "All Stars" Octet - Caravan / I Got It Bad and That Ain't Good

A palavra é de... Janio Ferreira Soares

Assis Valente e a espionagem americana

Não entendo o porquê de tanta surpresa por causa dessa atual bisbilhotagem dos Estados Unidos em nossos costados se, desde 1940, o genial compositor santamarense, Assis Valente, já dizia que o Tio Sam não só estava querendo conhecer a nossa batucada, como andou dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato, o que o levou a querer entrar abaixadinho no cuscuz, no acarajé e no abará, chegando ao ponto de, pasme, arriscar alguns passos de samba pelos corredores da Casa Branca, conhecida nas quebradas estadunidenses como a casa de Ioiô e Iaiá.

Portanto, nada mais natural que os americanos permaneçam espionando nossas peculiaridades, apesar de não haver mais nada por essas bandas que valha a pena ser curiado – muito menos invejado.

Diferente de hoje, os relatórios preparados pelos espiões na época em que a nossa gente bronzeada estava perdendo a vergonha de reunir os seus valores para mostrá-los ao mundo através do batuque e do pandeiro, seguramente deixavam os ianques babando.

Também pudera. Eles narravam um tempo em que a Bahia se oferecia aos estrangeiros como um desses retratos em branco e preto imortalizados nos livros de Pierre Verger e na memória de quem teve o privilégio de conhecê-la, com seus bondes chispando trilhos e suas provocantes morenas cheirando a Cashmere Bouquet e a fragrâncias alavandadas, doces prenúncios de que logo mais o Tabariz estaria lotado de fantasias e desejos pecaminosos.

Leiam a íntegra no Bahia em Pauta

Trabalhadores do Brasil!

Do artigo de hoje de Carlos Brickmann:

Trabalhadores do Brasil

O Congresso já está de férias. Pela Constituição, não poderia: descanso, só depois de aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas, com aquele ritmo de trabalho escravo imposto a Suas Excelências, não houve tempo sequer para exame do tema na Comissão de Orçamento. Mas como agir para buscar as bases, ouvir seus eleitores?

Simples: em vez de entrar em férias, Senado e Câmara decidiram que não haverá sessões até 31 de julho. Se não há sessões, como comparecer às sessões? Há gente para quem tudo o que é complexo fica simples.

Faço uma observação ao Carlinhos: se não fosse o ritmo alucinado de trabalho, com certeza dona Ideli não teria remoçado 20 anos nos últimos 18 anos.

Vejam pelas fotos:


1995: deputada estadual (Santa Catarina)


2003: senadora por Santa Catarina


2011: ministra da pesca e aquicultura


em exercício: ministra das relações institucionais


Na próxima encarnação, quero ser deputada/senadora/pelo PT!

Arca do Tesouro

Engenharia – Fortaleza de Santa Cruz (século XVI)

A Fortaleza de Santa Cruz da Barra localiza-se no lado oriental da barra da baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro.

Foi mandada construir pelo almirante francês Nicolau Durand de Villegaignon para proteger a entrada da baia de Guanabara contra os portugueses que, ele sabia muito bem, iriam voltar para defender o que era seu.

Isso foi em 1555. Dois anos depois, os franceses expulsos, o governador-geral do Brasil, Mem de Sá, mandou que aproveitassem a pequena fortaleza francesa, ampliassem e fortificassem suas instalações. E deu-lhe o nome de Fortaleza de Nossa Senhora da Guia.




Em 1612, com Portugal e Espanha unidos num só reino, a fortaleza recebeu vinte peças de artilharia de diversos calibres e passou a ser denominada como Fortaleza de Santa Cruz da Barra, tendo o seu regimento sido aprovado em 24 de Janeiro de 1613 pelo governador da Capitania, Afonso de Albuquerque, que determinou a escavação de cinco celas na rocha viva, com as dimensões de dois metros de altura por sessenta centímetros de largura.

Com a transferência da capital, de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), ela passou por uma de suas reformas mais importantes visando proteger o embarque do ouro e diamantes que das Minas Gerais vinham para o porto do Rio de Janeiro e daqui para Lisboa.




Eis como um viajante francês a descreveu em meados do século XVIII:

"A Fortaleza de Santa Cruz, a mais importante do país, está situada sobre a ponta de um rochedo, num local onde todos os barcos que entram ou saem do porto são obrigados a passar a uma distância inferior ao alcance de um tiro de mosquete. A fortificação consiste numa compacta obra de alvenaria de 20 a 25 pés de altura, revestida por umas pedras brancas que parecem frágeis. Sua artilharia conta com 60 peças de canhão, de 18 e 24 polegadas de calibre, instaladas de modo a cobrir a parte externa da entrada do porto, a passagem e uma parte do interior da baía. Cada uma das peças referidas foi colocada no interior de uma canhoneira, o que gera um inconveniente: mesmo diante de um alvo móvel, como um barco à vela, elas só podem atirar numa única direção." (Biblioteca Nacional da Ajuda, Lisboa, apud: França, 1997).

Utilizada como presídio em diversas ocasiões da História do Brasil nela estiveram detidas figuras ilustres como José Bonifácio, Bento Gonçalves e Giuseppe Garibaldi; o primeiro presidente uruguaio Fructuoso Rivera; Euclides da Cunha; Juarez Távora, Alcides Teixeira e Estilac Leal (que dela escaparam com o auxílio de uma corda, a 28 de Fevereiro de 1930); Plínio Salgado; Luis Carlos Prestes; Teixeira Lott; Juscelino Kubitschek; Darcy Ribeiro; Miguel Arraes e João Pinheiro Neto.

São dignos de apreciação o relógio de sol, em pedra de lioz, datado de 1820; a Capela de Santa Bárbara; as masmorras; a chamada Cova da Onça (alegado local de torturas); o Pátio da Cisterna, onde aconteciam os enforcamentos; o Salão de Pedra (antigo paiol); as baterias de artilharia, o farol e a vista privilegiada da barra e da cidade do Rio de Janeiro.


Fortaleza de Santa Cruz da Barra, Niterói. RJ


por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa 
Da seção Obra-Prima do Dia publicada originalmente no Blog do Noblat em 17.5.2010

Mexendo no problema errado, por Carlos Brickmann

Não é questão de nacionalidade: um dos maiores médicos do Brasil foi um ucraniano, Noel Nutels, que levou a saúde pública às áreas indígenas da Amazônia. A questão é outra: é que o Governo criou uma enorme polêmica por achar que Saúde é Medicina. E não é: Medicina é a última etapa na luta pela Saúde.

A Saúde começa pela engenharia - saneamento básico. A água potável e os esgotos reduzem o número de doentes (e derrubam a mortalidade infantil). Educação é o segundo passo: quem lava as mãos e cuida da higiene básica, mantém o mosquito da dengue à distância, assegura a limpeza dos animais domésticos e cuida de seu lixo tem mais condições de evitar doenças. Condições de vida são importantes: roupas e calçados minimamente adequados, alimentação suficiente, moradia saudável fazem milagres. Se uma pessoa educada, com acesso a saneamento básico, alimentação e moradia, devidamente vacinada, mesmo assim fica doente, então cabe à Medicina cumprir seu nobre e insubstituível papel de cura.

Em resumo, não adianta trazer grandes especialistas mundiais sem que a população tenha condições adequadas de vida. Tem? Não, não tem. E não falemos de periferias: Guarulhos, na Grande São Paulo, segunda maior cidade do Estado, 13ª do país, com 1,2 milhão de habitantes, onde está o maior aeroporto internacional do país, não trata nem metade dos esgotos que lança no rio Tietê.

A propósito: sem seringas, termômetro, um medidor de pressão, um medidor de glicemia, alguns remédios, que é que se espera de um médico? Milagres?




A razão da crise

O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, falando em Porto Alegre, mostrou um número significativo, transcrito pelo bom blog de Fernando Albrecht (www.fernandoalbrecht.com.br): um americano com salário médio trabalha dez minutos para comprar um Big Mac; um alemão, 16 minutos; um brasileiro, 42 minutos.

E é provável que EUA e Alemanha usem carne brasileira.

Os saltimbancos

1 - O presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves, quer que Dilma Rousseff reduza o número de ministérios de 39 para 25. OK, a ideia não é ruim. Mas por que 25, e não 23, 27 ou 29? Por nada: ele gosta de 25, pronto. E deve achar que o número de ministérios nada tem a ver com as necessidades do Governo - tanto que cita o número sem qualquer estudo administrativo.

Será que Henrique Alves quer economizar dinheiro público? Não deve ser isso, não: o jantar em que reuniu a bancada do PMDB, dia 16, custou R$ 28.400 à Presidência da Câmara. Foram R$ 355,00 por pessoa, sem bebidas. Um esplêndido restaurante, como o Tatini, de São Paulo, não cobra nem a metade disso.

2 - O prefeito de Paulínia, SP, Édson Moura Jr., do PMDB, tomou posse e anunciou imediatamente o Passe Livre na cidade. A passagem custava R$ 1,00.

Será que o prefeito fez questão de ouvir a voz das ruas? Não deve ser isso, não. Já nomeou a madrasta, Regina de Mattos e Moura, secretária da Promoção Social. Talvez retribuindo a bondade do pai, Édson Moura, candidato à Prefeitura barrado por não ter a ficha limpa. Moura, na véspera da eleição, renunciou à candidatura em favor do filho. Como não havia tempo para registrar o nome do novo candidato, Moura Jr. se elegeu usando o nome do pai. Em seguida nomeia a esposa do pai. Gratidão é uma virtude. Pena que com dinheiro público.

Trabalhadores do Brasil

O Congresso já está de férias. Pela Constituição, não poderia: descanso, só depois de aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas, com aquele ritmo de trabalho escravo imposto a Suas Excelências, não houve tempo sequer para exame do tema na Comissão de Orçamento. Mas como agir para buscar as bases, ouvir seus eleitores?

Simples: em vez de entrar em férias, Senado e Câmara decidiram que não haverá sessões até 31 de julho. Se não há sessões, como comparecer às sessões? Há gente para quem tudo o que é complexo fica simples.

Bosque finito est

Que o papa Francisco, como dirigente espiritual da maioria da população brasileira, seja recebido com todas as honras e deferências, respeitando-se não apenas sua liderança religiosa e o posto supremo que ocupa, mas também suas inequívocas qualidades pessoais. Que o Governo se empenhe em oferecer-lhe as melhores condições para sua pregação; que os não católicos, mesmo os mais radicais, o tratem no mínimo com a hospitalidade devida aos visitantes.

Mas a Igreja Católica poderia ter-nos poupado a bobagem de derrubar 334 árvores em Niterói, RJ, para facilitar a realização da missa campal durante a Jornada Mundial da Juventude. Árvores com cem anos de vida não se repõem de uma hora para outra; e mexer com árvores exige autorização da Secretaria Municipal de Ambiente, que não foi sequer solicitada. Se o papa souber, não vai gostar.

Deixa pra lá

O deputado Marcos Feliciano, do PSC paulista, quer que Dilma vete parte da lei que obriga o SUS a atender mulheres que sofreram estupro. Besteira dele: é preciso cuidar das vítimas de acordo com a orientação médica, e Feliciano não é médico. É melhor ignorá-lo: não o ajude a garimpar votos fundamentalistas.


carlos@brickmann.com.br 
www.brickmann.com.br

Exactly Like You - Cécile McLorin Salvant Et Le Jean-Françoise Bonnel Pa...


A bordo do Titanic, por Ruy Fabiano

Mais contundente que o vandalismo nas ruas do Leblon, Rio, esta semana, foi sem dúvida a proposta do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, cabeça coroada do PMDB, de extinção de pelo menos quatorze ministérios.

Não que a proposta não seja boa: é, e é também urgente. Ninguém governa 39 ministérios. A contundência, pois, está não na proposta, mas em quem a fez: um representante do partido que historicamente empresta (o termo melhor seria aluga) seu apoio em troca exatamente de ministérios.

Soou, por isso mesmo, mais como um aviso de que seu partido está tirando o time de campo que propriamente um desabafo de ordem moral ou gerencial.





Não por acaso, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, surpresa com a declaração, pediu um tempo para situar-se. Não se sabe se já conseguiu. É improvável.

De cara, disse o óbvio: que não vê a possibilidade de o pedido ser atendido "Eu não consigo vislumbrar nenhuma modificação na estrutura de governo feita pela presidente Dilma", disse, perplexa. De fato, a proposta quebra todos os códigos e logística com que trabalha.

“Relações Institucionais”, como se sabe, é o solene apelido dado à prosaica função de distribuir cargos e verbas e cobrar votos no Legislativo. O PMDB de Henrique Alves é um dos clientes mais bem atendidos, embora sempre insatisfeito. Merece, por isso mesmo, cuidados e carinhos cotidianos da ministra.

Dada a dimensão numérica de suas bancadas, na Câmara e no Senado, acha sempre pouco o que lhe oferecem. E isso, justiça se faça, não começou agora. Depois de duas décadas de governo militar, em que foi a sigla da oposição, o PMDB (ex-MDB) parece ter-se cansado do papel.

Desde então – governos Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma -, tem sido sempre governista, insaciável caçador de cargos. Quando se divide, é sempre com a perspectiva de obter mais poder, mais cargos, mais verbas, mais ministérios.

Nas eleições em que FHC venceu, parte do partido, ainda que minoritária, apoiou Lula. Nas eleições em que Lula venceu, agiu da mesma forma: uma parte ficou com José Serra, em 2002, repetindo a conduta em 2006, com Geraldo Alckmin, e em 2010 novamente com José Serra. Estabelecido o vencedor, o partido se reunifica e reclama em uníssono o seu naco no bolo ministerial.

O PMDB não é um partido nacional; é o único partido federativo, regional, que se une apenas em função do poder (o que não é pouco). Em cada estado, há um cacique, como nos tempos da República Velha. E os caciques nacionais – os que, como Henrique Alves, ocupam cargos de proa - não têm representatividade para produzir um candidato nacional.

Tem-se então o fenômeno de que, mesmo sendo o partido de maior capilaridade no país, chegando a lugares em que o PT, com uma década no poder, não chegou ainda, não consegue ter um líder nacional para disputar a Presidência da República.

Não tem e não quer, o que pode parecer estranho, mas não é. Come o mingau pelas beiradas, sem o risco de queimar a língua. E tem a vantagem presente: pode abandonar o navio antes que afunde. Não tem compromissos de lealdade. Basta devolver os cargos e se associar aos que protestam contra a ordem (ou a desordem) estabelecida.

É o que parece fazer Henrique Alves. Constatou o que, em Brasília, é um segredo de polichinelo: o governo Dilma acabou. O que aí está é um amontoado de náufragos políticos, que não sabem o que fazer com a revolta das ruas.

A própria revolta das ruas não sabe o que fazer consigo mesma, o que, no entanto, é outra história. Fiquemos nesta.

O governo improvisa propostas de reforma política, sonega números da economia, busca atrair lideranças de movimentos sociais (que só lideram a si mesmos) e, no fim, pede socorro a Lula, que acha que a rebelião das ruas é de gente sua.

Lula condenou as especulações eleitorais em torno de seu nome, esquecido talvez de que foi ele mesmo quem antecipou o processo sucessório, quando, há três meses, lançou Dilma candidata à reeleição, e mencionou uma única hipótese de voltar: a eventual falta de competitividade de sua candidata, em face dos números da economia.

A economia vai mal e Dilma desaba nas pesquisas. Logo, a candidatura Lula completa o silogismo que ele mesmo propôs.

O quadro é, no mínimo, confuso. E Henrique Alves e seu partido são pragmáticos. Gostam das coisas claras. Costumam repetir um velho adágio do fisiologismo: “Triste do poder que não pode”. As ruas afirmam que nem tudo o poder pode.

E o PMDB se pergunta: “Para que então ministérios, se já não é possível desfrutá-los?” Melhor abandonar o navio antes que afunde – e sair dando lições de moral.


Ruy Fabiano é jornalista.

Transcrito do Blog do Noblat de 20/07/2013

Ella!


Sweet Georgia Brown - Ella Fitzgerald e Joe Pass

Olá! Bom Dia!


When The Saints Go Marching In - Louis Armstrong