A política nas ruas
As manifestações populares que tomaram as ruas nas últimas semanas, entre os
resultados concretos que já produziram - como a redução das tarifas dos
transportes - e outros que certamente ainda provocarão, colocam a nu a
monumental realização de Lula e do PT em pouco mais de dez anos no poder: a
debilitação, quase a anulação, do debate político em seu maior foro
institucional, o Parlamento.
Na falta de quem exprimisse seus anseios e necessidades mais prementes - captá-los e processá-los é função dos políticos, numa democracia representativa -, o cidadão saiu às ruas para dizer ele próprio o que pensa e o que quer do governo. É simples assim. Menos mal, é claro, que vivemos num país em que o cidadão tem a liberdade de sair às ruas para se manifestar. Mas é muito ruim que seja forçado a esse exercício democrático porque se cansou de ver obstruídos os canais institucionais que, por definição, existem para representá-lo.
Esse gravíssimo sintoma do mau funcionamento do sistema democrático só pode ser debitado na conta de quem tem a responsabilidade de manejá-lo: o governo.
Leia a íntegra em O Estado de S. Paulo
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