Olhem o que pesquei na Navetta. Tirando lingueta, com trema, não vi nada, infelizmente, a ser corrigido. Será que jamais progrediremos?
Embalagens
Um amigo, brasileiro, filho, neto e pai
de brasileiros, que viveu grande parte de sua vida no exterior, por força da
carreira de seu pai e depois da sua, um dia me disse coisa que hoje mais uma
vez, constato, entre triste e furiosa: na opinião desse amigo, uma das maneiras
de avaliar o grau de desenvolvimento da indústria de um país, é verificar as
embalagens de seus produtos.
Parece brincadeira? Não é, não.
É mesmo inadmissível que um país como o
Brasil, que fabrica aviões a jato e produtos de alta tecnologia, seja tão
chinfrim nas embalagens. Não dá para compreender.
Pegue um remédio desses que a tampa vem
com uma lingueta para o usuário puxar e abrir a caixa. Em 80% das vezes, a
tampa vai rasgar e não vai mais servir para tampar adequadamente a caixa, quando
muito para “cobrir” o que está lá dentro. E a lingüeta raramente encaixa na
fenda onde deveria encaixar. Quando vem com essa lingüeta, pois quando o método
é mais primitivo, é só levantar um cantinho da tampa, puxar e ou rasga tudo ou
você ficará com aquela caixa entreaberta enquanto durar o remédio...
Um dos remédios mais caros que tomo vem
em cartelas com aquelas “bolhas’ que pressionadas, liberam a pílula ou drágea
ou pastilha. Pois bem, esse em especial, logo esse, a drágea é mínima e a
“bolha” imensa, caberia com folga umas 3 drágeas daquelas lá dentro. Se não
tomo muito cuidado, ao abrir a bolha, a drágea salta e pode ir parar nos
lugares mais distantes de onde você queria, que é na sua mãozinha. Depois de 2
anos tomando o mesmo medicamento, já estou perita e ganho sempre da cartela,
mas tenho que estar muito atenta!
E as roscas? Já repararam que se você
não é um perito rosqueador e não posiciona perfeitissimamente as geringonças
umas sobre as outras, o raio da rosca encaixa de mau jeito e arrisca nunca mais
desenroscar? Potes ou tubos das boas indústrias nacionais de cosméticos são os
piores. Já o francês, parece que tem imã, a tampa encaixa na perfeição, é só
girar... É mais caro? Claro que é. Mas dura mais tempo, não resseca, nem
evapora.
E as pilhas? Suas embalagens não são
magníficas? Abrem com uma facilidade, não é?
E os papeis serrilhados, para você
puxar e, zás, destacar a parte que interessa? Do papel higiênico mais caro aos
talões de cheques, todo o cuidado é pouco, o serrilhado nem sempre está
serrilhado.
Os exemplos são inúmeros. Falta muito
ainda, muito mesmo.
E antes que o mundo desabe sobre mim,
isso não começou no Governo Lula, nem no Governo FHC: vem de antes. Mas
continua... e como sempre que não se toma providências, cada vez pior.
por Maria Helena Rubinato Rodrigues de
Sousa
Publicado originalmente no Blog da Maria Helena em 31.10.2009|
Quase 4 anos e meio e o artigo continua atualíssimo, que pena.
ResponderExcluirE as caixas recentemente padronizadas independentemente do tamanho do frasco que ela contém? Outro dia comprei um frasco de Dipirona com 10ml e a caixa era tamanho XGG. Caberia bem um frasco de 50ml lá dentro.
Será que a padronização compensa o desperdício de papel?
O Brasil precisa melhorar em muita coisa.